Agência de Notícias do Amapá
portal.ap.gov.br
Ferramenta de pesquisa
ÁREA DE GOVERNO
TAGS
LOCALIDADES
CONTEÚDO
PERÍODO
De
A
SAÚDE INFANTIL

Campanha 'De Olho nos Olhinhos' chega ao Amapá para alertar sobre o retinoblastoma em crianças menores de 5 anos

Com uma programação lúdica e com muita informação, o Governo do Estado lançou a iniciativa para reforçar o diagnóstico precoce desse tipo de câncer ocular raro.

Por Roberta Corrêa
14/09/2025 17h41
Governo do Amapá entra na campanha nacional para incentivar o diagnóstico precoce do retinoblastoma no estado

Com uma programação lúdica, mas repleta de informação, o Governo do Estado lançou no Amapá a campanha nacional "De Olho nos Olhinhos", iniciativa que busca conscientizar para o diagnóstico precoce do retinoblastoma, um câncer ocular raro que afeta crianças de 0 a 5 anos. A programação, realizada no sábado, 13, no Shopping Macapá, reuniu famílias que buscaram orientação sobre a doença.

O evento foi organizado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e contou com atividades educativas, pintura e brincadeiras com personagens infantis, além da distribuição de materiais informativos e brindes. Ainda no sábado, o Hospital da Mulher Mãe Luzia sensibilizou as mães com bebês internados na unidade sobre a importância de ficarem atentas aos sinais, realizando também o teste do olhinho.

FOTOS: Amapá entra na campanha nacional 'De Olho no Olhinho' para incentivar o diagnóstico precoce do retinoblastoma

Programação, realizada no sábado, 13, no Shopping Macapá, reuniu famílias que buscaram orientação sobre a doença

A campanha foi criada há quatro anos pelos jornalistas Tiago Leifert e Daiana Garbin, após a filha do casal, Lua, ser diagnosticada com a doença aos 11 meses em um estágio avançado. Desde então, já impactou mais de 150 milhões de brasileiros em shoppings, hospitais, escolas e espaços públicos.

Nair Mota, secretária de Saúde do Amapá

"Essa iniciativa é fundamental para conscientizar sobre um tipo de câncer ocular que pode atingir crianças de 0 a 5 anos. Estamos aqui para divulgar informações importantes e orientar as famílias, garantindo que mais crianças tenham acesso ao diagnóstico precoce e ao cuidado necessário", destacou Nair Mota, secretária de Saúde do Amapá.

Atividades com as crianças conscientizaram de forma divertiva sobre a doença

Animada com a campanha, a jovem Letícia Reis fez questão de participar e contar a experiência de vencer a doença da filha. Ela reforçou que o diagnóstico precoce foi fundamental para salvar a vida da pequena, evitando sequelas graves. Com o apoio da ONG Carlos Daniel a família viajou pelo TFD [Tratamento Fora de Domicílio], programa do Governo do Estado, e fez o tratamento no Hospital do Grupo de Apoio ao Adolescente e Criança com Câncer (GRAACC), em São Paulo, que também integra a campanha.

"Em fevereiro, notei um reflexo estranho no olho da minha filha enquanto ela brincava. No começo, minha mãe disse que não era nada, mas depois o reflexo branco ficou evidente. Levamos ao médico e ela foi diagnosticada com o retinoblastoma. No GRAACC, ela fez todos os exames e precisou apenas da nucleação do olho. Hoje, acompanha o tratamento a cada dois meses e está bem. O diagnóstico precoce fez toda a diferença, evitando tratamento mais agressivo e preservando sua saúde"., contou Letícia.

A jovem mãe Leticia Reis com a filha, que teve diagnostico da doença e já fez o tratamento

O retinoblastoma é um tipo de câncer raro que acomete principalmente crianças pequenas, sendo mais comum em bebês. Cerca de 90% dos casos são identificados antes dos 5 anos. A doença se desenvolve na retina e pode ser unilateral (um olho) ou bilateral (ambos os olhos).

Quando diagnosticado precocemente, o tratamento pode alcançar até 90% de cura, com preservação da visão. Em casos tardios, pode causar cegueira e até levar à morte. 

Sandra Eliza, coordenadora de Políticas de Atenção à Saúde da Sesa

"Essa é a primeira vez que a campanha é realizada pelo Governo do Estado no Amapá. Ela alerta sobre sinais como reflexo branco na pupila, estrabismo e movimentos irregulares dos olhos, protegendo nossas crianças e garantindo atenção à saúde ocular infantil", pontuou Sandra Eliza, coordenadora de Políticas de Atenção à Saúde da Sesa, responsável pela ação.

Izabele Silva estava passeando com os filhos no shopping quando viu a programação acontecendo. Curiosa, ela foi conhecer a iniciativa e fez questão de receber orientação sobre o retinoblastoma para compartilhar com a família e amigos.

"Eu estava visitando o shopping com meus três filhos quando vi a campanha e decidi trazer todos para conhecer. É muito importante que as famílias participem de ações como esta, porque aprendemos a identificar sinais de alerta e a cuidar melhor da saúde dos nossos filhos", reforçou Izabele.

Passeando no shopping com os três filhos, Izabele da Silva fez questão de conhecer a campanha

O apoio de organizações como a ONG Carlos Daniel é essencial para orientar famílias e facilitar o acesso ao tratamento. Fundada em 2015, a entidade homenageia a memória do menino ao lutar por políticas públicas mais eficazes para crianças e adolescentes com câncer.

Agenilson Silva, CEO da ONG Carlos Daniel

"A ONG oferece apoio essencial para que famílias encontrem rapidamente o diagnóstico e o tratamento adequado, como o caso da Ana Luiza, de 1 ano e 6 meses, que teve o caso identificado com a ajuda da ONG. A mãe percebeu uma mancha no olho e nos procurou. Encaminhamos para especialistas, e ela precisou apenas da nucleação, sem quimioterapia ou radioterapia", explicou Agenilson Silva, CEO da ONG. 

O retinoblastoma é um tumor maligno intraocular. Entre os sinais, os pais devem estar atentos aos potenciais sintomas, como: reflexo branco nos olhos (chamado popularmente de olho de gato), estrabismo e redução da visão. A campanha reforça a importância do diagnóstico precoce evita tratamentos agressivos e preserva a visão.

“Percebi algo diferente nos olhinhos do meu filho desde a amamentação, mas os primeiros diagnósticos indicavam estrabismo, catarata e até glaucoma. Só após muito tempo, com o apoio da ONG Carlos Daniel, conseguimos chegar ao diagnóstico correto de retinoblastoma em São Paulo. Ele passou por quimioterapia, radioterapia e a retirada do olho. Hoje, aos 10 anos, segue firme, usando uma prótese, e mostra como o diagnóstico precoce poderia ter evitado tanto sofrimento", pontuou Raimunda Noelino.

Raimunda Noelino e seu filho de 10 anos, que já fez o tratamento

Alcance nas comunidades indígenas

A Coordenadoria Estadual de Saúde Indígena da Sesa participou do evento, garantindo que a campanha também alcance os povos originários da Amazônia.

Hirwing Alexandre, enfermeiro da Coordenadoria Estadual de Saúde Indígena da Sesa

"Sou indígena da etnia Karipuna e estou muito feliz em participar deste evento. Esperamos que a campanha alcance nossas comunidades indígenas, levando informação e conscientização para que todas as famílias tenham acesso ao diagnóstico precoce e ao cuidado necessário. A saúde das nossas crianças é prioridade, e eventos como este ajudam a garantir proteção e atenção para todos", ressaltou Hirwing Alexandre, enfermeiro da Coordenadoria Estadual de Saúde Indígena da Sesa.

A campanha no Amapá segue no dia 16, no Hospital da Criança e do Adolescente (HCA), em Macapá, com distribuição de materiais educativos e orientações sobre sinais de retinoblastoma, como reflexo branco na pupila, estrabismo e movimentos irregulares dos olhos.

Fique por dentro das notícias do Governo do Amapá no ==> Instagram e Facebook.
Siga o canal do Governo do Amapá no WhatsApp e receba notícias em primeira mão!

ÁREA: Saúde