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BANCO DE LEITE HUMANO

“Cada potinho é um pedacinho do meu amor”: mães e profissionais celebram 23 anos do Banco de Leite Humano do Amapá

A declaração é de Keila Rocha, mãe do pequeno Rael e doadora do Banco de Leite Humano (BLH) do Amapá, que comemora 23 anos e lança uma campanha para ampliar as doações e salvar a vida de recém-nascidos prematuros.

Por Karla Marques
27/10/2025 13h10
Keila Rocha, promotora de vendas

“Toda vez que eu encho um potinho, penso que ali tem um pedacinho do meu amor por outro bebê que luta pela vida”, diz emocionada Keila Rocha, mãe do pequeno Rael, de um mês, e doadora do Banco de Leite Humano (BLH) do Amapá.

O gesto de Keila resume o espírito de solidariedade que há 23 anos move o trabalho do Banco de Leite Humano do Hospital da Mulher Mãe Luzia. No sábado, 25, o serviço celebrou mais de duas décadas de histórias que nutrem esperanças e transformam vidas, com o lançamento de uma grande campanha para captar novas doadoras de leite materno, sob o tema “Celebrando Vidas, Nutrindo Esperanças”.

Desde a criação, o Banco de Leite já atendeu mais de 590 mil mulheres, distribuiu 178 mil litros de leite e garantiu nutrição e sobrevida a mais de 37 mil bebês internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) neonatais.

A coordenadora do serviço, Fadianne Soares, destaca que cada doação é um elo vital nessa corrente de amor.

“Nós ofertamos atendimento às mães que estão amamentando. Qualquer dificuldade, dúvidas ou auxílio que estejam necessitando, nós damos o suporte. E quando uma mãe decide doar, cada frasco que chega traz uma história — de uma mãe que doa o que tem de mais precioso, seu leite irá para um bebê que luta e com muita esperança, sabemos que ele contribuirá para salvar sua vida”, explicou.

Fadianne Soares, coordenadora do Banco de Leite

Segundo Fadianne, o aniversário também é momento de mobilização.

“Nosso estoque está baixo, por isso estamos lançando uma campanha de conscientização. Toda mulher que amamenta e tem leite excedente pode procurar o Banco de Leite. A equipe orienta, fornece o kit com frascos esterilizados, touca e máscara, e busca o leite na casa da doadora. É seguro, simples e transformador.”

A doadora Keila Rocha, promotora de vendas e mãe de três filhos, sabe bem o valor desse gesto.

“No começo, eu tinha medo de faltar leite para o meu bebê, mas percebi que quanto mais eu doava, mais eu produzia. A doação não tira, ela multiplica. Eu sei que o que sobra aqui pode ser a salvação para outro bebê que está lutando na UTI. Então, por que não ajudar?”, questionou.

Com os olhos marejados, ela lembra que a própria filha mais velha precisou do leite doado.

“Naquela época, eu não tinha consciência da importância do Banco de Leite. Hoje, quando vejo meu potinho cheio, eu chamo de ‘potinho do amor’. Porque é isso que ele leva: amor em forma de alimento”, declarou.

No começo, eu tinha medo de faltar leite para o meu bebê, mas percebi que quanto mais eu doava, mais eu produzia

Profissionais que fazem a diferença

A história do Banco de Leite também é marcada por profissionais que dedicam a vida a essa causa. É o caso de Ana Carla, coordenadora de enfermagem e primeira funcionária do serviço no turno da noite.

“Quando tive minha filha, precisei do Banco de Leite e vi de perto o que esse trabalho faz. Pedi para mudar de setor e vir para cá. Desde então, entendi que cada palavra de incentivo e cada gota de leite doado podem mudar uma história”, relembra emocionada.

Para ela, o segredo está na união da equipe.

“Temos consultoras em amamentação, fonoaudióloga, nutricionista, e estudamos constantemente para aperfeiçoar o atendimento. Fazemos o nosso pouquinho todos os dias — e esse pouquinho transforma muitas vidas”, garantiu.

Ana Carla, coordenadora de enfermagem e primeira funcionária do Banco de Leite no turno da noite

A diretora do Hospital da Mulher Mãe Luzia, Maria Luiza Gomes, reforça que o Banco de Leite é um serviço essencial, especialmente para os 16 recém-nascidos internados atualmente nas UTIs neonatais da unidade.

“Celebrar 23 anos é celebrar vidas. Temos muitos bebês prematuros que dependem desse leite, e as mães doadoras representam a mais pura forma de solidariedade. O Banco de Leite não é apenas um espaço físico — ele é feito de pessoas, de amor e de cuidado”, afirmou.

Maria Luiza Gomes, diretora do Hospital da Mulher Mãe Luzia

Durante a celebração, a equipe compartilhou conquistas, relembrou histórias e cantou parabéns pelos 23 anos de um trabalho que ultrapassa os limites da maternidade e toca o coração de toda a comunidade.

Campanha: “Celebrando Vidas, Nutrindo Esperanças”

O Banco de Leite Humano do Amapá convida todas as mães que estão amamentando e têm leite excedente a se tornarem doadoras.

“Cada gota conta. Cada doação é um ato de esperança.”

As interessadas podem entrar em contato pelo WhatsApp (96) 98416-4400 para receber orientações. O Banco fornece os frascos, faz a coleta domiciliar e garante todo o suporte necessário.

Equipe do Banco de Leite Humano da Maternidade Mãe Luzia

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ÁREA: Saúde