Centro de Radioterapia: acelerador linear levará tecnologia de ponta ao tratamento do câncer no Amapá
Equipamento vai garantir tratamentos mais precisos e seguros a pacientes oncológicos do estado.
O Amapá se prepara para iniciar uma nova fase no tratamento do câncer com a chegada do Centro de Radioterapia, instalado na Zona Norte de Macapá. O espaço será operado pelo Hospital de Amor, referência nacional em oncologia, e já conta com um dos equipamentos de alta tecnologia que será utilizado para tratar os pacientes: o acelerador linear, tecnologia responsável por aplicar doses precisas de radiação no tratamento de diversos tipos de câncer.
O acelerador linear é uma máquina que acelera elétrons, gerando raios-x de mega voltagem para tratar os pacientes. O equipamento possui um gantry (estrutura móvel que direciona o feixe de radiação) e uma mesa de tratamento, onde o paciente é posicionado com extrema precisão, com o auxílio de feixes de laser.
O físico médico Fernando Parois Japiassu, do Hospital de Amor, explica que, antes de cada tratamento, o paciente passa por uma tomografia que orienta todo o planejamento da radioterapia.
“A mesma posição obtida na tomografia deve ser reproduzida no acelerador. Isso garante que o feixe de radiação alcance exatamente a região a ser tratada, com qualidade e segurança”, detalhou o físico.
O médico radio-oncologista Anderson Cambraia Cardoso, também do Hospital de Amor, destaca que o serviço vai operar com a tecnologia de radioterapia tridimensional (3D), baseada em imagens de alta resolução.
“O tratamento é planejado a partir de uma tomografia feita em posição específica, que o paciente repete todos os dias. O médico define a área que será irradiada e as estruturas próximas que precisam ser protegidas, como a bexiga e o reto, em casos de câncer de próstata”, explicou.
Segundo o especialista, o físico é responsável por calcular como a máquina deve distribuir a radiação, garantindo a eficácia do tratamento e a preservação dos tecidos saudáveis.
“Depois que o plano é aprovado, o paciente inicia as sessões. Cada caso tem um número diferente de aplicações, que pode variar conforme o tipo de tumor e a técnica utilizada. É um tratamento 100% ambulatorial: o paciente vem, realiza a sessão e retorna para casa”, completou o médico.
Em média, cada sessão dura cerca de 15 minutos, e os primeiros efeitos colaterais costumam aparecer após uma semana de tratamento. Durante todo o processo, o paciente é acompanhado pela equipe médica, que realiza consultas de revisão para garantir conforto e segurança. Ao final, ele recebe um relatório completo com o histórico do tratamento e as doses aplicadas.
“Aproximadamente 60% dos pacientes oncológicos precisam, em algum momento, de radioterapia. Ter esse serviço no Amapá é essencial para o tratamento da doença, sem necessidade de deslocamento para outros estados”, enfatizou Anderson Cambraia.
O equipamento já está totalmente montado, e as equipes locais passam por um treinamento intensivo de capacitação, que vem sendo realizado há três semanas.
“Estamos na etapa final da capacitação. É um equipamento de alta tecnologia, totalmente computadorizado e com mecatrônica de última geração. Por isso, os tecnólogos precisam dominar todos os detalhes de operação, desde o posicionamento do paciente até a entrega da dose planejada”, explicou o físico médico Fernando Japiassu.
O treinamento envolve desde o uso de softwares que registram todo o fluxo do paciente, da entrada à conclusão do tratamento, até o planejamento físico e médico da dose ideal de radiação. A etapa final foca na operação prática do acelerador linear, garantindo que toda a equipe esteja pronta para realizar os primeiros atendimentos com precisão e segurança.
Com a inauguração do Centro de Radioterapia, o Governo do Amapá e o Hospital de Amor reforçam o compromisso de oferecer atendimento humanizado e de alta complexidade, permitindo que mais amapaenses possam tratar o câncer com tecnologia de ponta, perto de casa.
“Estamos altamente preparados e motivados. Nosso treinamento técnico e humanizado tem o objetivo de garantir um atendimento de precisão e acolhimento. Antes, muitos pacientes precisavam sair do estado; agora poderão fazer todo o tratamento aqui, com o suporte completo da equipe multidisciplinar”, destacou Mayck Magalhães, técnico em radioterapia e chefe da equipe que vai operar o equipamento.
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