Governo do Amapá e Hemoterapia do Pará firmam parceria para coletar amostras de pacientes em diálise à espera de transplante

A partir da próxima segunda-feira, 17, o Amapá passa a realizar a coleta de amostras de sangue de pacientes em diálise que estão na fila de transplante renal, evitando o deslocamento até Belém, no Pará.

A ação é resultado da parceria entre Instituto de Hematologia e Hemoterapia do Amapá (Hemoap) e Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa), com orientação técnica da Central de Transplantes paraense.

Com o novo fluxograma de coleta de soroteca, o Amapá será responsável por coletar, padronizar e enviar as amostras ao setor de Imunogenética (GERIM) da Hemopa. A medida garante mais agilidade no processo e reduz custos com Tratamento Fora de Domicílio (TFD), antes necessário apenas para a coleta do material.

Segundo a diretora técnica do Hemoap, Hellen Bitencourt, a parceria representa um avanço importante para os pacientes amapaenses em tratamento de hemodiálise.

“A Central de Transplante de Belém entrou em contato conosco porque há pacientes do Amapá já cadastrados na fila de transplante, que precisavam sair do estado apenas para coletar amostras de sangue. Agora, com o novo fluxo, essas coletas serão feitas aqui mesmo, pela equipe de Nefrologia, e o Hemoap fará o envio direto para o Hemopa. É um passo importante que vai agilizar todo o processo e evitar o deslocamentos”, explicou.

A coleta da soroteca era um procedimento realizada a cada três meses por esses pacientes em Belém. A partir de agora, as coletas serão realizadas pela equipe da nefrologia nas unidades de diálise, que preencherão os formulários necessários e encaminharão as amostras ao Hemoap. O instituto será responsável por receber, registrar e enviar o material, no mesmo dia, ao setor de imunogenética da Hemopa.

A previsão é que as primeiras amostras sejam enviadas a partir de segunda-feira. Atualmente, o Amapá possui quatro pacientes já inseridos na lista nacional para transplante e outros 27 em fase de preparação para inclusão no sistema. 

“Essa é uma ação de cuidado e responsabilidade com os pacientes renais crônicos. Estamos garantindo que eles não tenham prejuízos na fila de transplante e possam realizar suas etapas de avaliação sem sair do estado”, reforçou Hellen Bitencourt.

Soroteca

A soroteca é um conjunto de amostras de sangue coletadas periodicamente de pacientes que aguardam um transplante de órgão, especialmente os renais. Essas amostras permitem que o setor de imunogenética realize testes de compatibilidade entre o paciente e possíveis doadores. O exame é necessário para "localizar" pessoas compatíveis com aquele paciente que está aguardando o transplante.

Durante o processo, é coletado o sangue em tubos específicos (EDTA, de tampa roxa), devidamente identificados com os dados do paciente. O material é então encaminhado ao laboratório responsável, que realiza os exames e armazena o soro em condições adequadas para futuras análises.

Essa coleta é essencial para garantir que, no momento em que surgir um órgão compatível, os exames de compatibilidade possam ser rapidamente atualizados, assegurando maior segurança e sucesso no transplante. Com a nova parceria, esse procedimento passa a ser feito diretamente no Amapá, sem que o paciente precise viajar para outros estados.

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