‘Viajei com medo de não voltar’, diz paciente oncológica que precisou sair do estado e celebra inauguração do Centro de Radioterapia
Diagnóstica em 2017, Léa enfrentou câncer de mama longe da família e celebra hoje a chegada da radioterapia ao Amapá. Local será inaugurado nesta sexta-feira, 5.
A história de Léa Learte ganhou uma reviravolta em 2017, quando, aos 39 anos, durante um toque de rotina na mama, ela percebeu um nódulo. A preocupação foi imediata: dois anos antes, Léa havia perdido o pai para um câncer de próstata, aos 72 anos. A lembrança recente reforçou o alerta. Logo vieram os exames, que confirmaram o diagnóstico e marcaram o início de sua batalha contra a mesma doença que havia levado seu pai.
Vieram as sessões de quimioterapia, a cirurgia para retirada do nódulo e, depois, as etapas de radioterapia. Cada uma dessas fases marcou profundamente sua trajetória até o êxito do tratamento, que culminou também na reconstrução da mama.
“Ter que sair do estado é muito difícil, pois a família é nossa rede de apoio, essencial nesse momento delicado. Eu já tinha perdido meu pai e encarar uma doença fora do estado é como estar perdida no oceano, com dúvidas e apreensões. Viajei com muito medo, medo de não voltar, medo de o tratamento não ser eficaz pelo abalo psicológico”, relembra Léa.
Em 2023, ela acompanhou o início construção da radioterapia no Amapá. Enquanto ouvia comentários de que aquele projeto talvez não saísse do papel, manteve firme sua fé. Acreditou no Governo do Estado e não perdeu a esperança de ver o serviço finalmente se tornar realidade. Hoje, comemora, pois a radioterapia chegou ao Amapá e, para pacientes como ela, isso representa dignidade, acolhimento e um novo capítulo na luta contra o câncer.
O Amapá vive um momento histórico na assistência oncológica com a entrega do 1º Centro de Radioterapia do Estado, marcada para esta sexta-feira, 5 de dezembro. A unidade funcionará integrada ao Hospital de Clínicas Alberto Lima (Hcal) e representa um avanço significativo na oferta de tratamentos de alta complexidade pelo SUS. Com isso, pacientes que antes precisavam viajar longas distâncias para outros estados poderão iniciar e concluir o tratamento no próprio Amapá, reduzindo desgaste físico, custos e impacto emocional para as famílias.
O novo centro contará com equipamentos de última geração, como um acelerador linear, e equipe especializada em oncologia. Toda a estrutura foi planejada para garantir segurança, precisão e humanização, desde o acolhimento até o acompanhamento pós-tratamento.
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