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Clonagem vegetal beneficia agricultura familiar e de grande escala no Amapá

Amapá é pioneiro na Amazônia no estudo do método, que permite produção de mudas resistentes à pragas e doenças

Por Da Redação
13/05/2017 19h48

Segundo Marcelo Carim, coordenador do laboratório, o objetivo é comercializar pelo menos 50 mil mudas de banana para os produtores do Estado do Amapá até o fim de 2018.

O Amapá foi o primeiro Estado da Amazônia a adotar a técnica de clonagem vegetal, método também conhecido como multiplicação in vitro, que permite o plantio de mudas resistentes a pragas e doenças. Com esta tecnologia, agora já em expansão, será possível produzir plantas mais resistentes e com tempo otimizado, gerando mais potencial de comercialização e economia na produção, ajudando principalmente a impulsionar a agricultura familiar.

A técnica é desenvolvida no Estado há 17 anos pelo Laboratório de Cultura de Tecidos Vegetais (LCTV), que é fruto de uma cooperação entre o Instituto de Pesquisas Cientificas e Tecnológicas do Estado do Amapá (IEPA) e o Instituto de Desenvolvimento Rural do Amapá (Rurap).   

Desde o ano 2000, mais de 400 mil mudas de banana e abacaxi foram doadas a produtores do Estado. O próximo passo é comercializar as plantas, o que deve ocorrer até 2018, por meio de um projeto que vem sendo desenvolvido por Iepa e o Rurap.  A prospecção é que laboratório tem como objetivo comercialize pelo menos 50 mil mudas de banana para os produtores do Estado do Amapá até o fim de 2018. 

Além de movimentar a economia, a comercialização beneficiará os produtores locais que poderão pagar R$ 2 por mudas prontas para o plantio, medindo de 20 a 30 centímetros e com alta qualidade fitossanitária e com assistência local, ao invés de importar com um custo dobrado. 

Dessa forma, será possível dar suporte a demanda agrícola amapaense por meio da multiplicação, preservação e intercâmbio de espécies vegetais, atendendo assim aos estudos da biodiversidade, aos projetos de pesquisa básica e aplicada e aos programas de Governo do Estado do Amapá, uma vez que a agricultura e o extrativismo vegetal constituem as principais fontes de sobrevivência dos produtores rurais do Estado. 

Tecnologia

O LCTV é o único da região amazônica a ser custeado com recursos genuinamente do Estado e conta com técnicos altamente capacitados. O engenheiro agrônomo e coordenador do LCTV, Marcelo Carim, explica que a técnica de clonagem vegetal é o processo de produção de mudas in vitro em laboratório sob condições adequadas de assepsia, nutrição e ambiente controlado.

No Amapá, o trabalho é realizado com mudas de espécies de interesse ornamental, florestal e agrícola, como banana, abacaxi, mandioca e orquídea. “No caso da banana, uma muda pode gerar outras 300. É um material genético de alta qualidade e objeto de um longo complexo de melhoramento”, destaca o engenheiro agrônomo. “Além disso, Estas mudas possuem a vantagem de produzir 40% a mais que as plantas convencionais”, conclui.

Outro aspecto positivo da clonagem vegetal é que o processo de desenvolvimento da muda geneticamente melhorada ocorre de forma mais rápida. Uma bananeira, por exemplo, leva normalmente de 14 a 16 meses para produzir frutos. Com o advento da clonagem, esse tempo pode ser reduzido para cinco meses, o que traz uma grande economia financeira e energética para os agricultores.

Para Carim, os resultados da adoção da multiplicação in vitro no Amapá são promissores e podem beneficiar tanto a agricultura familiar como a de grande escala. “O laboratório produz uma muda de qualidade, isenta de pragas e doenças. Essa muda tem vigor, capacidade de produzir um fruto com grande aceitação comercial”, afirma.

Histórico 

A multiplicação in vitro é uma realidade comercial no Brasil, principalmente no cultivo de plantas que só podem ser propagadas através de mudas (assexuadamente) como é o caso de plantas de banana, abacaxi, plantas ornamentais, dentre outras. No Brasil, os primeiros laboratórios de cultura de tecidos de plantas foram instalados na década de 70, em instituições públicas. Na década de 80, vários laboratórios comerciais privados foram implantados no país.

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