Projeto Mercados Verdes e Consumo Sustentável beneficiará pequenos produtores do Amapá
Iniciativa tem como objetivo fortalecer a agricultura familiar e pequenos produtores.
Participantes puderam conhecer e debater o projeto que busca estimular extrativistas a tornarem a produção mais competitiva
Na terça-feira, 23, membros do Governo do Estado do Amapá (GEA), agricultores familiares, extrativistas e representantes de entidades não governamentais reuniram-se com integrantes da Cooperativa Técnica Alemã (GIZ) e da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário (Sead) - antigo Ministério do Desenvolvimento Agrário – para debater sobre a implantação do projeto Mercados Verdes e Consumo Sustentável, nos estados do Acre, Amapá, Amazonas e Pará, até 2019, com um investimento de 4,5 milhões de euros.
Na ocasião, os participantes puderam conhecer e debater sobre a iniciativa, cujo objetivo é estimular pequenos produtores a tornarem seus produtos mais competitivos no mercado regional, de forma a respeitar o meio ambiente. Para tanto, haverá capacitação e fortalecimento dos técnicos da Assistência Técnica Rural (ATER) local. “Queremos que os agentes estimulem os pequenos produtores não apenas a produzir, mas a valorizar seu produto e torná-lo mais atraente ao mercado local. Para isso, precisamos do apoio do governo e das entidades locais”, destacou a assessora técnica da GIZ, Tatiana Balzon.
Todos os estados envolvidos no projeto foram visitados para que os organizadores pudessem ouvir o poder público e a comunidade local, e assim, conhecer a especificidade de cada região. Cada estado indicará duas localidades aos idealizadores da iniciativa que, por sua vez, escolherão duas comunidades na Região Norte que serão polos do projeto. Ainda assim, os quatro estados serão beneficiados por meio da capacitação oferecida aos técnicos da ATER.
Arlete Leal participou da reunião e vê a iniciativa com bons olhos. Ela faz parte de uma comunidade extrativista que, desde 2015, trabalha com produção de sabonetes e pomadas de andiroba e copaíba em uma comunidade do Alto Araguari, no interior amapaense. Com auxílio de projetos ofertados pelo GEA, conseguiu comercializar seus produtos, que hoje são encontrados em locais como a Casa do Artesão e o Museu Sacaca.
A extrativista acredita que é fundamental que pequenos produtores tenham mais apoio e sejam incentivados a valorizar e preservar o local onde vivem. “Hoje em dia, nossa comunidade dá mais valor ao meio ambiente, pois sabe que nosso sustento vem dali. Se alguém quiser derrubar uma árvore de copaíba ou de andiroba, vai ter problemas”, enfatiza.
Outro objetivo do projeto é estimular os pequenos produtores a adquirirem o Selo da Agricultura Familiar, uma ferramenta obtida na Sead que identifica os produtos oriundos desse segmento, e assim, agregar valores à mercadoria e torná-la mais competitiva em relação a produtos industrializados. Atualmente, nenhuma cooperativa ou empresa de agricultura familiar do Amapá possui o selo. Com a implantação do projeto, a situação deverá se modificar.
A reunião se estende até quarta-feira, 24, quando serão definidas quais localidades representarão o Amapá na escolha dos polos de desenvolvimento do projeto.
Fortalecimento das cooperativas
De acordo com Gilcimar Pureza, presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) no Amapá, atualmente, 90 cooperativas empregam 500 pessoas em sete municípios do estado. Com a implantação do projeto, os números devem crescer, pois o cooperativismo está presente em atividades que estão relacionadas à agricultura familiar, como comercialização de açaí, cacau, pescado e castanha-do-pará.
Pureza acredita que a iniciativa é de extrema importância para o fortalecimento da agricultura familiar amapaense e destaca que a preocupação ambiental é inerente a essa atividade econômica. “Duas de nossas cooperativas possuem o selo internacional FSC (Forest Stewardship Council) de produção sustentável. A preservação do meio ambiente não é só preocupação, é um modo de vida pois esses negócios são realizados por ribeirinhos, indígenas, quilombolas, enfim o chamado povo da floresta”, enfatiza.
Os certificados
Forest Stewardship Council é uma organização não governamental alemã que promove o manejo florestal sustentável. Seus certificados identificam, por meio de sua logomarca, produtos madeireiros e não madeireiros oriundos do bom manejo florestal.
Valorização da agricultura familiar
O coordenador de Desenvolvimento Regional da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), Antônio Colares, afirma que o Governo do Estado visualiza no Mercados Verdes e Consumo Sustentável mais uma política para fortalecer as entidades que já atuam no processo de produção sustentável local, como o Programa de Escoamento da Produção Familiar, o Programa de Produção Integrada de Alimentos (PPI) e o Fundo de Desenvolvimento Rural do Amapá (FRAP).
“A agricultura familiar tem importância fundamental na produção de alimentos para centros urbanos e, ao disponibilizar as políticas públicas existentes tanto a nível federal e estadual, estamos fortalecendo os pequenos produtores”, destaca.
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