Assistência ao parto e nascimento é discutida em Audiência Pública
As medidas discutidas ajudarão a otimizar e humanizar as práticas no Hospital da Mulher Mãe Luzia
A assistência ao parto e nascimento na única maternidade pública do Amapá, o Hospital da Mulher Mãe Luzia (HMML), foi tema abordado em uma Audiência Pública realizada nesta sexta-feira, 2, na Assembleia Legislativa (Alap), com o objetivo de discutir a humanização na prestação do serviço.
Médicos e enfermeiros obstetras, doulas, acadêmicos e sociedade em geral, debateram sobre os avanços e dificuldades do atendimento assistencial na prática do modelo de acolhimento humanizado, que oferece o serviço com melhor qualidade à usuária.
“Antigamente existia uma falsa ideia de que cortando o períneo aumentava o canal de parto, facilitando a passagem do bebê, e isso mudou. Essa prática acontecia em 80% dos partos obstétricos. No último ano nós fizemos nossa análise de boas práticas e tivemos menos de 1% desse tipo de intervenção”, explicou o diretor do HMML, Ivo Melo.
Outro ponto que também tem contribuído para o atendimento humanizado é a presença do acompanhante que dá apoio físico e emocional para a mulher. O diretor também destacou que o trabalho para as boas práticas é mudar a cultura no afazer profissional para dar um novo horizonte na assistência.
Segundo o vice-presidente da Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiros Obstetras (Abenfo), Herdy Alves, pesquisador convidado para explanar sobre a temática, o conceito assistencial já não é mais o mesmo. “A minha percepção é que estamos redesenhando a lógica assistencial que não só qualifica os profissionais, mas também redesenha a responsabilidade social que o Estado tem para que essa relação continue melhorando”.
A audiência foi promovida pelo deputado Estadual Antônio Furlan, representante do governo na Alap. Pela abrangência do tema, Furlan propôs um Fórum Permanente de Discussão de Assistência ao Parto e Nascimento. “É uma forma de continuarmos debatendo o assunto, dentro das boas práticas previstas pelo Ministério da Saúde”.
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