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Feira do Afroempreendedor vai oportunizar 60 comerciantes e artesãos

Atração faz parte da Virada Afro e tem como objetivo estimular o consumo de produtos que fazem parte da cultura negra do Amapá

Por Redação
13/06/2017 16h00

Louças produzidas por Marciane Corrêa da comunidade do Maruanum serão comercializadas na Feira do Afroempreendedor

Valorizar a cultura negra amapaense em um circuito que envolverá música, arte, gastronomia e moda, durante três dias, é a proposta da Virada Afro, evento que acontecerá no período de 16 a 18 na orla de Macapá. Uma das atrações da programação é a Feira do Afroempreendedor, onde 60 empreendedores comercializarão produtos relacionados à cultura negra como literatura, artes plásticas, decoração e artesanato.

A iniciativa é fruto de uma parceria entre Governo do Estado do Amapá, por meio da Secretaria Extraordinária de Políticas para Afrodescendentes (Seafro), e Fundação Cultural Palmares. Os recursos financeiros são provenientes de emenda do deputado federal Marcos Reátegui.

A assessora técnica da Seafro, Tatiane Maciel, reforça que o objetivo da atração é levar para o conhecimento da sociedade produtos que fazem parte da cultura negra do Amapá, além de gerar emprego e renda durante o evento. “Quem visitar a feira poderá consumir comidas típicas e adquirir livros, artesanato e vestuário relacionados à cultura negra do nosso Estado”, destacou.

A artesã Marciane Correa, 66, é natural do Maruanum, distrito localizado a 80km de Macapá, e participará da Feira do Afroempreendedor. Ela comercializará utensílios de cozinha como tigelas e panelas produzidos com barro, argila e casca de caripé - árvore nativa da região - trata-se de uma arte ancestral da comunidade.

“Eu queimo o caripé, passo no crivo e misturo ao barro, assim as panelas ganham mais resistência, é muito difícil quebrar ou danificar”, explica. “Já participei de outras feiras, mas essa é especial, porque vem valorizar a cultura negra, que é tão importante para o Amapá. Fico muito feliz em participar”, observa.

Outra empreendedora que fará parte do evento é a técnica em cozinha Marcia Silva, que comercializará comidas típicas e regionais como maniçoba, vatapá e tacacá. “Vendo comidas há 35 anos e amo o que faço. Estou orgulhosa em participar da feira, pois ela faz parte de um evento que mostra a cultura do negro e que nos dá a oportunidade de mostrar nossas qualidades e nosso trabalho”, diz.

Virada Afro

A Virada Afro é um evento internacional, com foco para o Amapá, Guiana Francesa e países africanos e, em sua primeira edição, traz como tema “Racismo Institucional: Avanços e Desafios para Valorização do Negro na Sociedade Brasileira”.

A gestora da Seafro, Nubia Cristina Souza, destaca que a ideia de reunir em um único espaço todas as linguagens artísticas da cultura negra tem como propósito mostrar para a sociedade o que está sendo produzido pelas comunidades negras do Estado em termos de produtos e serviços, além de incentivar o desenvolvimento sustentável de micro e pequenas empresas locais.

“Ao realizar a feira, estamos unindo cultura e comércio de produtos afroétnicos em uma grande celebração, com mostras dos vários aspectos culturais do Estado do Amapá e da Guiana Francesa”, ressalta.

O evento é, ainda, alusivo à Década Internacional de Afrodescendentes (2015-2024), proclamada pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo de garantir a participação plena e igualitária dos afrodescendentes em todos os aspectos da sociedade.

A programação será diversificada e acontecerá em três palcos.

Programação Artística

  • 16 de junho – Sexta-Feira

Palco 1

19h – Desfile de Moda Afro

20h – Banda Afro Brasil

22h - Senzalas

23h – Dudu Nobre

Palco 2

18h – Abertura com segmentos de matriz africana – Candomblé/Rito de Exu

19h à 1h – Apresentação de Comunidades Tradicionais: matriz africana, batuque, marabaixo, zimba e sairé.

- Arautos do Axé, tambor de crioula de Porto Grande, São Pedro dos Bois, Ambé, São Francisco do Matapi/Grupo Tia Dica, Torrão do Matapi, União dos Devotos de Nossa Senhora da Conceição do Igarapé do Lago, São Sebastião do Igarapé do Lago, São João do Maruanum, Santa Luzia do Maruanum e Associação Cultural Marabaixo Raízes da Favela/ Dica Congó.

Palco Alternativo

16 às 18h30 – Roda de Capoeira e Makulelê

  • 17 de junho – Sábado

Palco 1

20h – Amadeu Cavalcante

21h – Negro de Nós

22h – Banda First Class (Caiena)

Palco 2

19h – Banda de Reggae

19h30 à 1h – Apresentação de Comunidades Tradicionais: matriz africana, batuque, marabaixo, zimba e sairé.

- Tambor de Crioula de Oiapoque, Raízes do Marabaixo de Mazagão Velho, Associação Cultural São Tomé do Carvão, São Sebastião de Mazagão Novo, Irmandade de São Benedito de Mazagão Novo, São João do Matapi, Santo Antônio do Matapi, São Raimundo do Pirativa, São Tomé do Pirativa, São José do Matapi do Porto do Céu, Malocão do Pedro, Tia Joaquina do Goiabal e Santo Antônio e São Benedito do Coração.

Palco Alternativo

17h – Batalha de Hip-Hop

  • 18 de junho – Domingo

Palco 1

19h – Zé Miguel

20h - Ramon Frazelly

21h – Adail Júnior e Banda

22h – Banda Araketu

Palco 2

19h30 à 1h – Apresentação de Comunidades Tradicionais: matriz africana, batuque, marabaixo, zimba e sairé.

- Zimba do Cunani, Berço do Marabaixo da Favela, Marabaixo do Pavão, Irmandade de São José da Pedreira, Marabaixo da Juventude, Raízes do Bolão, São José do Mata Fome, Marabaixo do Laguinho, Ressaca da Pedreira, Filhos do Criaú, Raízes do Babá e Raimundo Ladislau.

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