GEA e Fundação Palmares implementam material de educação étnico-racial em 42 escolas
O projeto “Conhecendo Nossa História: da África ao Brasil” distribuirá três mil kits educativos para alunos de Ensino Fundamental II
Cada aluno participante receberá a revista temática pedagógica Coquetel e o livro O que você sabe sobre a África? Uma viagem pela história do continente e dos afro-brasileiros
Quarenta e duas escolas da rede estadual do Amapá, das quais 21 quilombolas, participarão do projeto piloto “Conhecendo Nossa História: da África ao Brasil”. A iniciativa é fruto da parceria do Governo do Amapá com a Fundação Cultural Palmares e Ministério da Educação. O projeto visa a implementação da educação étnico-racial e da cultura afro-brasileira por meio de kits educativos sobre a história e cultura dos povos de raiz africana.
A ação prevê a distribuição de três mil kits educativos para os alunos do Ensino Fundamental II, que cursam do 5º ao 9º ano. Cada aluno participante receberá o livro “O que você sabe sobre a África? Uma viagem pela história do continente e dos afro-brasileiros” e a revista temática pedagógica “Coquetel”.
O governador do Estado, Waldez Góes, destacou que a parceria consolida, ainda mais, o trabalho que é realizado com políticas educacionais de promoção da igualdade racial. “Sabemos que temos dois séculos e meio de cultura afrodescendente e nos orgulhamos disso. Os livros, adicionados ao processo educacional de nossos jovens, serão de grande importância no desenvolvimento de uma sociedade mais justa e igualitária”, comentou o governador.
O Amapá é o quinto Estado do Brasil a incorporar o material, que segundo o presidente da Fundação Cultural Palmares, Erivaldo Oliveira, é um divisor de águas na vida dos jovens que aprenderão sobre a cultura negra.
Para marcar a adesão do Amapá ao programa, uma solenidade aconteceu na manhã desta sexta-feira, 16, no Palácio do Setentrião, com a presença da comunidade escolar e de representantes do poder público. O lançamento precedeu o início da programação da Virada Afro, que acontece a partir das 16h desta sexta, e continua nos dias 17 e 18, sempre entre 16h e 2h, na orla de Macapá, onde será formado um corredor artístico que reunirá literatura, gastronomia, ações educativas, palestras, feira de empreendedorismo, além de atrações musicais nacionais e internacionais. O evento internacional, promovido pelo Governo do Amapá, tem foco também para a Guiana Francesa e países africanos.
Políticas Públicas
O Amapá possui 258 comunidades quilombolas e, em 2004, no primeiro mandato do governador Waldez, criou uma pasta específica para acolher, organizar e fortalecer as estratégias de promoção da igualdade racial e de combate ao racismo na região: a Secretaria Extraordinária de Políticas Para Afrodescentes (Seafro).
Para a secretária da Seafro, Núbia de Souza, com esse programa educacional, o Amapá está avançando na luta contra o racismo. “Daqui a dez anos estaremos colhendo os primeiros frutos. Nossa meta é diminuir o preconceito e o racismo dentro das escolas públicas”, frisou.
O programa educacional é dividido em quatro etapas. Nesta primeira, acontece o lançamento do projeto e, logo em seguida, a qualificação dos professores, por meio da capacitação continuada, seguido pela entrega das cartilhas e o trabalho dentro da sala de aula com os alunos.
“Estamos falando de levar para as nossas escolas uma educação que seja destinada a todos os alunos, para que eles reconheçam a multiculturalidade que existe dentro da escola. Para que possam reconhecer a cultura brasileira em suas origens”, enfatizou Raquel Nascimento Dias, coordenadora geral de Educação para as Relações Étnico-Raciais do Ministério da Educação.
De acordo com a secretária de Estado da Educação, Goreth Sousa, o Amapá já vem trabalhando, desde 2015, a educação étnico-racial dentro das escolas do Estado, através da meta estabelecida pelo Plano Estadual de Educação.
O projeto foi parabenizado pela diretora Ana Maria Picanço, da Escola Estadual Quilombola Teixeira de Freitas, localizada na comunidade São Pedro dos Bois, que será uma das unidades contempladas na iniciativa.
“Nós já trabalhamos a Lei nº 10.639 de 2003, que fala sobre o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana, através de projeto voltado para as danças tradicionais da comunidade, como o batuque. A iniciativa vem somar com o trabalho que realizamos”, esclarece a diretora.
Ainda no período da manhã, iniciaram-se as mesas de debates com técnicos da Fundação Palmares sobre a cultura africana no Brasil e estratégias para implementação da educação para as relações étnico-raciais e cultura afro-brasileira com os professores.
Siga o Canal do Governo do Amapá no WhatsAppFique por dentro das notícias do Governo do Amapá no ==> Instagram e Facebook.
Tá no ZAP ==> Entre no grupo de WhatsApp e receba notícias em primeira mão aqui!