42ª Corrida do Fogo reúne centenas de atletas pelas ruas de Macapá

Corrida, que já se tornou tradicional no Amapá, reuniu mais 1,6 mil participantes, inclusive da Guiana Francesa

No domingo, 2 de julho, comemorou-se o Dia Nacional do Bombeiro Militar, que iniciou regado de muita energia, emoção e adrenalina, com a 42ª Corrida do Fogo, coordenada pelo Corpo de Bombeiros Militar do Amapá (CBMAP). O evento foi um sucesso, com a participação de 1,6 mil pessoas entre bombeiros militares, atletas profissionais, amadores e pessoas com deficiência, que percorreram dez quilômetros pelas ruas do centro de Macapá.

Os competidores foram divididos nas categorias Geral, Bombeiro Militar, Cadeirante e Deficiente Visual, além de 11 diferentes categorias por faixa etária a cada cinco anos. Duas novas categorias foram incluídas nesta edição: Calça e Coturno, e Pelotão Militar. Todas divididas em feminino e masculino. A largada aconteceu às 6h, em frente ao Comando Geral do CBMAP, com chegada no mesmo local.

O comandante geral da corporação, coronel Wagner Coelho, reforçou que esta é a mais antiga corrida de rua do estado e faz parte do calendário de competições alusivas aos 50 anos de atuação do Corpo de Bombeiros do Amapá. E em alusão a 9 de julho, Dia Estadual do Bombeiro Militar.

“A Corrida do Fogo é tradicional e democrática. Esse ano foi novamente um sucesso, com adesão de centenas de pessoas, inclusive de fora do estado, como equipes da Guiana Francesa. A organizamos da melhor forma possível, principalmente primando pela segurança e hidratação dos participantes”, comemorou Coelho, mencionando que foram designados vários militares para prestar apoio aos atletas durante e depois do percurso. O comandante também pontuou que as premiações são uma forma de reconhecer os esforços e valorizar os atletas. 

Todos os participantes receberam medalhas. Os três primeiros colocados na categoria geral receberam como premiação troféus, R$ 800, R$ 700 e R$ 600, respectivamente. Os vencedores das demais categorias foram premiados com troféus, R$ 500, R$ 400 e R$ 300.

José Maria de Almeida, 35 anos, atleta profissional há 23 anos, foi o primeiro colocado na categoria Geral Masculino, cumprindo a prova em 32 minutos e 52 segundos. Em 2016, José Maria foi o segundo colocado.

“Esse ano vim mais forte, focado e tive a felicidade de cruzar a linha de chegada em tempo hábil para ser o grande campeão. É uma satisfação pessoal que busco a cada dia, pois para mim, o esporte representa qualidade de vida, lazer, respeito e cidadania”, destacou o campeão, que no próximo domingo embarca para Rio Branco, no Acre, para tentar mais uma vez chegar ao lugar mais alto do pódio, representando o Amapá.

Na categoria Geral Feminino, Risonete Moura sagrou-se bicampeã. Aos 34 anos de idade e atleta há 19, ela concluiu a prova em 37 minutos e 49 segundos, batendo o seu próprio recorde, obtido na edição passada, quando percorreu os dez quilômetros de prova em 38 minutos e 40 segundos.

Satisfeita com o seu desempenho e feliz em levar para casa a premiação máxima, a atleta relatou que a vitória foi fruto de muita dedicação e esforço diários. “Em momentos como este temos a confirmação de que vale a pena todo o empenho e força de vontade em manter esse estilo de vida. Essa é uma competição importante que já faz parte do meu calendário e que a cada ano me surpreende mais pela qualidade”, pontuou.

Inclusão

A Corrida do Fogo oportuniza ainda a inclusão de atletas especiais, a partir das categorias Cadeirantes e Deficientes Visuais. Gilson Machado é deficiente visual e corre há quatro. É o campeão pelo terceiro ano consecutivo no masculino dessa categoria, tendo este ano cumprido o percurso em 43 minutos e 45 segundos. “Cada vitória é uma felicidade maior ainda, pois esporte para mim representa perseverança e vida”, disse.

Edineuza Brito, 34 anos, é deficiente visual e atleta há três anos. Esta foi a terceira edição que ela participou e cumpriu o percurso da prova em pouco mais de uma hora e cinco minutos. “Para mim, essa vitória representa superação, inclusão e espero que sirva de incentivo para os demais deficientes visuais que ainda se sentem excluídos de alguma forma”, destacou.

Rauberdan Silva, 27 anos, participa pela segunda vez da competição na categoria Cadeirantes. Com tempo de 39 minutos e 26 segundos, enfatizou que o esporte lhe oportuniza sentir-se independente. “Consigo a cada dia superar meus limites e provar cada vez mais que nós, deficientes, não somos completamente dependentes de terceiros. Ano que vem, estarei competindo novamente”, frisou.

Erilene Gomes é deficiente física, 24 anos, adepta ao atletismo há quatro. Ela contou que é a primeira vez que corre em percurso maior que 9,5 quilômetros. “Essa foi a minha participação em maior percurso e fiquei muito satisfeita com o tempo. Quero destacar que os pontos de hidratação foram muito bem articulados e o suporte dado pelos militares foi essencial do início ao fim”, pontuou.

Bombeiro Militar

No feminino desta categoria, Natália Albuquerque foi a primeira colocada, com o tempo de 51 minutos e 46 segundos. Ela é atleta há cerca de nove anos e não participou nas duas últimas edições por problemas de saúde. Segundo Natália, a logística da corrida evoluiu bastante, o que auxiliou muito no seu desempenho. “Ótimos atletas competiram e foi uma grata surpresa eu ter ganho. Fomos muito bem assistidos ao longo do percurso e este foi um dos meus melhores tempos. Essa vitória, para mim, significa muito”, contou.

Nos demais lugares do pódio feminino desta categoria destacaram-se as bombeiras militares Jucileide Machado e Monasilvia Santiago, em segundo e terceiro lugar, respectivamente.

No masculino, Aluísio Conceição foi vencedor pelo quarto ano consecutivo, completando o percurso com 35’ 36’’, seguido de Jones Araújo com 39’ 37’’ e Manoel dos Santos com 41’ 07’’.

Calça e Coturno

Uma das novidades este ano, além da categoria Pelotão Militar, foi a modalidade Calça e Coturno, que no feminino foi vencida pela subtenente da Polícia Militar do Amapá, Jandira Tavares, 38 anos, que concluiu a prova em 53 minutos e 55 segundos. Amante da corrida há 20 anos, ela conta que esta é uma categoria que exige muito do atleta, por não estar com calçado e roupas adequadas. 

“É uma categoria muito difícil e até desafiadora. Machuca muito os pés, o joelho, mas para quem é amante do atletismo, isso não importa. Valeu muito a pena participar”, comemorou.

No masculino dessa modalidade, o vencedor foi o também policial militar Fernando Gama, que cumpriu a prova em 40’ 17’’.

Melhor idade

Na categoria por faixa-etária masculina de 60 anos ou mais, destacou-se Carlos Cantuária, 61 anos, que é atleta efetivo há dois anos e percorreu os dez quilômetros em 45’ 04’’. Cheio de vitalidade, ele disse que objetiva “continuar treinando e incentivando as pessoas que ainda estão dentro de casa, sem vontade, sedentárias, para que comecem a se movimentar e descubram quão bom é ter saúde e qualidade de vida”, salientou.

Na mesma categoria, Nazaré da Silva subiu ao lugar mais alto do pódio feminino, aos 65 anos, depois de percorrer os 10 quilômetros em pouco mais de uma hora quatorze minutos.

A relação completa dos vencedores por categoria pode ser conferida em http://www.chiptiming.com.br/resultados/corridadofogo2017.

Corrida do Fogo

A Corrida do Fogo surgiu com o objetivo de incentivar os militares à prática esportiva. No início, apenas os militares participavam da competição, contudo, com o passar dos anos, ganhou proporção e se tornou um evento popular, abrindo as portas para a participação de atletas civis. A 42ª edição contou com apoio de mais de 50 parceiros para a sua realização.

A pesar de ser a mais antiga corrida de rua do estado, a prova não conta pontos para os rankings estadual e nacional.

Este ano houve ainda bolo de aniversário em comemoração aos 50 anos do CBMAP e, ao fim da corrida, os participantes ainda tiveram um momento de descontração, embalados por apresentação musical, concorreram a sorteio de brindes e oito rodadas de R$ 500.

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