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Família de artesãos financiada pelo GEA fatura com arte Maracá e Cunani em Mazagão Velho

O valor serviu para investimentos em, além da cerâmica, peças em madeira e comercialização de alimentos, o que permitiu também dar um foco turístico às peças.

Por Da Redação
24/07/2017 18h15

A família Moraes se dedica, há 30 anos, ao artesanato, e recentimente recebeu fomento do governo para produção de suas peças.

Vasos, potes, vasilhas, alguidares, urnas funerárias e outros utensílios de artesanato expostos são destaque no estande dos artesãos em Mazagão Velho, e integram o trade da Festa de São Tiago. Não era para menos, as artes cheias de formas peculiares fazem parte de uma exposição de réplicas em cerâmica com grafismos Cunani e Maracá – civilizações que viveram há milhares de anos na região em que hoje é o Estado do Amapá.

Responsáveis por ressaltar toda essa arte representativa desses povos e, hoje, do Estado do Amapá, a família do artesão José Vicente Moraes, de 61 anos, vai expor seus produtos todos os dias do festejo financiados pelo governo do Estado. É a primeira vez que a festa recebe estrutura organizada especialmente para artesanato, montada pelo governo sob coordenação de sua Secretaria de Trabalho e Empreendedorismo.

José, com mais de 30 anos de vida dedicada ao artesanato, tem muita satisfação em explicar como foi produzida cada peça em exposição, especialmente para muitos que sequer conheciam as formas inspiradas nessas comunidades pré-colombianas. Junto de sua esposa, Elenir, e de sua filha Ezequieli, integram a Associação Maracá Cunani, com mais 18 artesãos locais. Para eles, é imprescindível destacar a arte, para que nunca seja esquecida.

Eleni, dedicada às peças expostas na associação, não muito distante do estande, fala com apreço sobre cada peça produzida e sua história, e ressalta que por muito tempo a família pensou em desistir de produzir as peças, por falta de dinheiro. Neste ano, porém, procuraram a Agência de Fomentos do Amapá (Afap) – instituição financeira do Governo do Amapá - e obtiveram o incentivo que tanto buscavam. O valor serviu para investimentos em, além da cerâmica, peças em madeira e comercialização de alimentos, o que permitiu também dar uma roupagem nova às peças nesta edição da Festa de São Tiago.

“Reproduzimos em argila souvenires da Festa de São Tiago, com o nome da festa, desenhos dos santos Tiago e Jorge e o que está fazendo mais sucesso, a igreja, igualzinha à igreja de Nossa Senhora de Assunção, de Mazagão Velho”, fala a artesã, feliz com as boas vendas, e complementa: “se agora no começo as vendas estão ótimas, imagina amanhã no ponto alto da festa”.

Na terça-feira, 25, José fará a demonstração para todos que visitarem o estande, de como são produzidas algumas peças.

Peças

Algumas das peças que mais chamam atenção dos visitantes, as urnas funerárias Maracá eram onde os indígenas depositavam restos mortais de seus parentes e colocavam em seus cemitérios. As formas se diferenciam: na urna masculina há formas que designam respeito e, na feminina, algumas formas mais arredondadas que significam proteção. Uma urna nunca é igual a outra. Seus desenhos também significam história da família, como se fosse assinaturas específicas de cada grupo.

“Toda esses desenhos eram o modo deles se comunicarem, já que não tinha escrita”, explica Ezequiele, que acompanha os pais na empreitada, dando seguimento ao trabalho da família.

Na arte Cunani também há urnas funerárias, porém com formato diferente das urnas maracás. Possuem formato mais aproximado de vasos, porém se permitiam ter formais mais abrangentes: quadradas, retilíneas e triangulares. Muitos com rãs desenhadas, como símbolo de amuleto da sorte Cunani, além de bandejas e pratos fundos. Mas, para Ezequiele, uma peça se destaca: um vaso de cerâmica feito como cópia de um achado arqueológico na comunidade.

“Encontramos esse pedaço, do que suponhamos ser de um valso com alças Cunani. Então reproduzimos a peça”, explica.

 240ª Festa de São Tiago

A Festa de São Tiago é uma tradição trazida da África pelas famílias de colonos portugueses, em decorrência dos conflitos político-religiosos entre portugueses (cristãos) e muçulmanos (mouros).

Realizado desde 1777, na vila de Mazagão Velho, o evento consiste na encenação de um espetáculo de fé, que conta a história do guerreiro Tiago, soldado anônimo que lutou ao lado do povo de Cristo, ajudando a vencer as grandes batalhas contra os mouros.

A festividade em homenagem a São Tiago mistura rituais religiosos, cavalhada e teatro a céu aberto. É realizada pela comunidade local, através da Associação Cultural da Festa de São Tiago (ACFST), com apoio do Governo do Estado do Amapá e Prefeitura de Mazagão.

 

 

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