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Inflação em Macapá recua de novo e taxa acumulada cai para 1,67% no ano

Na pesquisa anterior, o acumulado era de 3,54%. Alimentação, Transporte e Vestuário puxaram a baixa.

Por Redação
11/09/2017 19h43

A inflação voltou a recuar e baixou pelo terceiro mês seguido na capital amapaense. É o que aponta a pesquisa mensal de preços da Secretaria de Estado do Planejamento (Seplan), divulgada nesta segunda-feira, 11. O estudo monitorou, durante o mês de agosto, os preços de 297 estabelecimentos comerciais de bens e serviços, dentre lojas, supermercados, mini boxes, mercearias, feiras, escritórios e restaurantes.

O principal indicador da pesquisa, o Índice de Preço ao Consumidor (IPC), que mede a variação de preços (inflação) durante o ano, apresentou variação de -1,81%. Em relação ao mês anterior, quando o indicador marcou 0,21%, a queda foi de -2,02 pontos percentuais (pp). Esses números colocaram a taxa de variação acumulada no ano em 1,67%. Nos últimos seis meses a taxa bateu 0,11%, e em doze meses, chega a 3,91%.

O estudo mostrou que os gastos com alimentação ficaram -2,41% mais baratos que no mês das férias, quando o índice já havia registrado recuo de -0,70%. Segundo os dados, a baixa foi puxada pela queda nos preços do abacate, que ficou 20% mais barato, do leite em pó, 15,34% mais em conta, seguidos do quilo do fígado, com recuo de 9,24%, músculo, que ficou mais barato 8,80%, e do frango congelado, que ficou 7,69% mais acessível.

O amapaense também gastou menos com vestuário, que terminou o mês de agosto com variação de -3,55% e uma queda de -3,28 em comparação com o mês anterior, que ficou com variação de -0,27%. Os resultados foram influenciados pelos preços mais baixos de sandálias (-16,44%), tecidos (-7,58%) e roupas para adultos e crianças (-2,34%).

As despesas com transporte também ajudaram a desacelerar a inflação em Macapá. O grupo apresentou variação de -2,83%, levando à maior queda nos preços da pesquisa, -8,84(pp), já que no mês anterior os gastos com transporte foram 6,01% a mais que em junho. O estudo aponta que em agosto ficou mais barato comprar (-8,40%) e consertar (-6,40%) um veículo. Os pneus também ficaram mais em conta (-11,80%).

Habitação foi o grupo que menos contribuiu para a desaceleração do índice no mês de agosto: variação de -0,12%, em comparação com o mês anterior, quando o índice foi de -1,23%. Já o grupo Móveis e Equipamentos Domésticos apresentou recuo de apenas -0,36%. O grupo Saúde e Cuidado Pessoal fechou o mês em -0,39%, com diferença de -0,97 pp em relação a julho. As Despesas e Serviços Pessoais variaram em -1,53%, com queda de -2,66 pp em relação ao mês anterior.

Análise

Para o economista e secretário de Planejamento do Estado, Antônio Teles Júnior, a economia já dá sinais de recuperação da crise que se estabeleceu no país desde 2014. Entretanto, para que a economia ganhe fôlego mais rapidamente, é necessária a definição do Congresso Nacional sobre o conjunto de reformas que estão para votação, mas se arrastam com a crise política oriunda, sobretudo, das operações anticorrupção.

“Já existe um descolamento da economia em relação à crise política, por isso os números demonstram certa melhora, não muito significativa, mas que já indicam que investimentos, principalmente da iniciativa privada, estão a caminho. No entanto, a questão do ajuste fiscal ainda é um problema, pois ele depende da reforma da Previdência, que ainda não entrou em pauta no Congresso”, analisou o economista.

IPCA

A pesquisa também gerou o Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a variação dos preços da cesta de consumo das famílias com rendimento entre 1 a 40 salários mínimos. No mês de agosto, o indicador apresentou variação -1,22%, queda de -1,61 pp em comparação ao mês anterior, quando o IPCA foi de 0,39%. O acumulado no ano foi de 2,45%, nos últimos seis meses 0,52% e em doze meses foi de 4,89%.

Cesta básica

Composta de 12 produtos alimentícios, a Cesta Básica Oficial equivale à quantidade mínima essencial para alimentar mensalmente uma pessoa adulta. A Cesta Básica Oficial de Macapá, em agosto, apresentou custo de R$ 412,44. No mês anterior, o custo foi R$ 412,00.

Considerando o Salário Mínimo de R$ 937,00, a cesta comprometeu 44% da renda pessoal do trabalhador, que precisou cumprir uma jornada de trabalho de 96h e 50min para levar a cesta para casa – sete horas e cinco minutos a menos que o mesmo período do ano passado.

Entre os produtos que influenciaram a queda da Cesta estão o óleo de cozinha (-6,45%), tomate (-5,70%), o açúcar (-5,66%) e arroz polido (-5,50%). Apesar da queda, ainda tiveram aumento a alcatra, 5,44% mais cara, e o leite de caixa, que subiu 2,43%.

Cesta regional

Composta por 54 produtos, a Cesta Básica Regional tem como referência o consumo de produtos para atender uma família com cinco integrantes, e renda correspondente a seis salários mínimos.

Em agosto, a conta deu R$ 1.728,24, ou seja, 30,74% da renda familiar. Contudo, comparada ao mês de julho, a cesta regional ficou R$ 41,94 mais barata. Os produtos que apresentaram maior queda foram: leite em pó (-15,34%), camarão salgado (-10,94%), cenoura (-8,92%), macaxeira (-8,72%) e frango congelado (-7,69).

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