Gestores reúnem com comunidades do Bailique para traçar metas para o setor primário

Representantes do governo visitaram as comunidades e discutiram ações para fortalecer o setor primário

Uma equipe do Governo do Amapá, composta por membros das pastas do setor primário, coordenados pela Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), esteve no último fim de semana no arquipélago do Bailique, com o objetivo de realizar algumas ações, como a feira do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e uma série de visitas em várias comunidades para realização de levantamentos para futuras atuações em diversos seguimentos de responsabilidade do poder público estadual.

A comitiva contou presença dos diretores-presidentes do Institutos Rural do Amapá (Rurap), Hélio Dantas, e Estadual de Floresta (IEF), Marcos Tenório, além de representantes da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) e do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (Iepa).    

O diretor-presidente do Rurap, Hélio Dantas, informou que o intuito é observar in loco as potencialidades da região e ouvir dos próprios moradores quais as necessidades prioritárias. “Estamos na região do Bailique buscando mais informações sobre o que podemos planejar para alavancar as potencialidades do arquipélago, mas também para analisarmos outras demandas e repassarmos aos responsáveis de cada setor”, declarou.   

Uma das visitas ocorreu na localidade de Franco Grande, onde foi observada a organização dos produtores de açaí que, através da associação, sete trabalhadores já conseguiram financiamentos entre R$ 7 e R$ 10 mil, para realização do projeto de manejo do fruto. Em novembro, o governo do estadual realizará na comunidade um curso sobre o manejo, com a participação de 20 produtores.

De acordo com Raimundo Quaresma, 64 anos, membro da Associação de Produtores da Comunidade de Franco Grande do Bailique, o açaí e pesca são as duas maiores atividades no local, e o incentivo do governo do Estado é fundamental para que as produções aumentem.

“Nós temos grandes aéreas com açaí nativo e, até pouco tempo, não sabíamos aproveitar; e o nosso peixe também era desperdiçado, mas agora, com apoio das instituições, estamos ganhando a oportunidade de melhorar a qualidade de vida da comunidade”, afirmou.

Outra localidade que recebeu a equipe foi Arraiol, onde as produções de açaí e mel já são destaques dentro e fora do arquipélago. Na localidade, são produzidas cerca de duas toneladas de mel, em um ano, e o açaí está em fase final para receber a certificação para exportação do produto.

“Trabalhamos durante muito tempo para chegarmos ao nível que estamos hoje. Felizmente nosso serviço está sendo reconhecido e, em curto prazo, estaremos apresentando nossos produtos em diversas regiões do Amapá e até fora do Estado”, disse José Cordeiro, líder da comunidade Arraiol.

Na Ilha do Brigue, o encontro foi com dona Cecília Mendes, 63, que possui uma propriedade onde se concentra uma grande plantação de açaí, coco, banana e melancia, dentro dos procedimentos de preservação da floresta.

“Aqui nós sempre trabalhamos para não afetar a natureza e sempre buscamos conhecimentos em todos os técnicos que o Estado nos oferece e, com isso, já conseguimos produzir o nosso açaí durante o ano inteiro e agora vamos investir mais na melancia e no cupuaçu”, afirmou a produtora.

Para o diretor-presidente do IEF, Marcos Tenório, a intenção da visita é identificar e em seguida criar condições para melhor atender a comunidade. “Agora estamos planejando e, em seguida, montaremos as estratégias para realizarmos as atividades necessárias para atender às demandas das comunidades do Bailique”, garantiu. 

A ideia é que, até o fim do ano, uma grande ação social seja montada e executada no arquipélago.

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