Mais de mil alunos da escola Tiradentes são orientados sobre prevenção às drogas

Alunos do 2º ano do ensino médio assistiram palestras e participaram da encenação de um Tribunal do Júri.

Desde a terça-feira, 7, até a tarde desta quarta-feira, 8, alunos da Escola Estadual Tiradentes, em Macapá, participam das ações realizadas pela Defensoria Pública Estadual (Defenap) com o projeto “Defesa Civil nas Escolas”. Até o fim do dia de hoje, mais de mil alunos da instituição de ensino receberão orientações, assistirão palestras e serão, por um momento, personagens em simulações que visam conscientizá-los sobre a prevenção e o combate ao uso e comercialização de entorpecentes, seja dentro ou fora do ambiente escolar.

Na manhã desta quarta-feira, os alunos do 2º ano do ensino médio assistiram palestras e participaram da encenação de um Tribunal do Júri. À tarde, além de continuação das palestras, o Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope) participará da programação, simulando abordagens a suspeitos e, com ajuda de cães treinados, simularão uma caça a entorpecentes que serão colocados propositalmente em mochilas de alunos.

Laura Uchôa, 15 anos, foi uma das alunas alcançadas pela ação hoje de manhã. Ela avaliou como necessária e importante a atuação da Defensoria, uma vez que, segundo percebe no dia-a-dia, muitos alunos conhecem alguém que acabou entrando no mundo das drogas.

“Apesar de estarmos em uma era em que a grande maioria dos adolescentes e jovens têm amplo acesso à informação, muitos não usufruem disso para o bem, para se precaver desses problemas sociais”, pontuou Laura, acrescentando que o amplo debate e a oportunidade de obter esclarecimentos são meios de diminuir a incidência do uso e comercialização entre os adolescentes.

“Este e outros assuntos não são, por vezes, conversados da forma correta em casa e no próprio ambiente escolar. Falar sobre isso na escola é quebrar um grande tabu, junto aos amigos, professores e demais envolvidos. Saímos daqui com um grande aprendizado adquirido”, enfatizou Laura.

O diretor da escola Tiradentes, Ivan Serrão, elogiou a forma com que o assunto é tratado. “A abordagem é dinâmica, o formato é agradável e com isso há a intensa participação dos alunos. Na nossa escola a incidência de alunos envolvidos com drogas é baixa, e esse projeto vem somar forças no sentido da prevenção. Nós gestores e corpo técnico também aprendemos muito com esse projeto”, frisou.

Segundo o Chefe do Núcleo de Assistência Jurídica aos Bairros Periféricos da Defenap, defensor Paulo José Ramos, as abordagens do projeto são pautadas em situações do cotidiano do público jovem. “É por isso que o projeto tem sido muito bem recebido nas escolas. Além de conseguirmos, com isso, identificar, caso haja, pessoas em situação de vulnerabilidade, trabalhamos para gerar uma solução junto à direção escolar e aos órgãos de segurança pública”, considerou.

O defensor ainda salientou que de janeiro deste ano até o momento o projeto já alcançou mais de 50 mil alunos de instituições públicas e privadas da capital, e que em dezembro o projeto chegará ao distrito do Bailique.

Os trabalhos da Defenap não se limitam às programações esporádicas por meio do projeto. Após as ações expositivas e explicativas, a Defensoria segue fazendo o acompanhamento situacional das instituições por onde passou.

A escola emite relatórios e encaminha ao Departamento de Estudo e Orientação Social (Deos) da Defensoria, para que seja feito o acompanhamento, junto à coordenação pedagógica, de possíveis casos de uso ou comercialização de entorpecentes por alunos da instituição.

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