Abertura do Réveillon da Beira Rio e Virada Afro tem encontro histórico de religiosos
Líderes católicos, evangélicos e outros credos se uniram num mesmo palco declarando o respeito à diversidade religiosa.
A solenidade de abertura se transformou num verdadeiro encontro inter-religioso.
Está oficialmente aberta a programação do 22º Réveillon da Beira Rio e 2ª Virada Afro Cultural. Entre outros objetivos, a proposta dos dois eventos é valorizar a tradição regional e promover o respeito à diversidade religiosa. E foi o que se viu na abertura oficial com líderes católicos e evangélicos trazendo mensagens de fraternidade e respeito a todos os credos, transformando a solenidade num verdadeiro encontro inter-religioso, o que consideraram um movimento histórico para o Amapá. Confira a programação completa.
Os eventos acontecem em conjunto na orla de Macapá de 29 a 31 de dezembro de 2017. O tradicional Réveillon da Beira Rio reúne uma vasta programação artística e cultural para saudar o ano novo, organizada pela Associação dos Músicos e Compositores do Amapá (Amcap) com apoio do Governo do Estado do Amapá (GEA).
E a Virada Afro Cultural está na sua segunda edição, realizada pela Fundação Cultural Palmares para enaltecer a contribuição histórica do povo negro ao Brasil. Foi com este conceito de ascensão dos povos afrodescendentes por meio do empreendedorismo e valorização de sua cultura, que o deputado federal Marcos Reátegui destinou emenda para a entidade organizar o evento com apoio do GEA.
Diversidade religiosa
Juntos, num único palco, representantes da umbanda, do catolicismo, do budismo, cristianismo e outras crenças, desejaram êxito nos três dias de programação. Além da valorização cultural, o objetivo também é impulsionar o desenvolvimento socioeconômico do Estado. Eles falaram sobre a importância do respeito à diversidade religiosa.
A solenidade de abertura foi conduzida pela mãe de santo Adna Santos, que é chefe da Divisão e Proteção ao Patrimônio Afro-brasileiro da Fundação Palmares. “A proposta é reforçar a cultura da paz e combater a intolerância religiosa”, afirmou.
O pastor Edson Silva, que representou as igrejas evangélicas, destacou que a própria Bíblia reforça a necessidade de que os homens vivam em união. “Neste momento, não estamos celebrando uma religião específica, estamos olhando o próximo. Porque está escrito na Palavra do Senhor que nós temos que amar o próximo como a nós mesmos”, enfatizou.
Representante da Igreja Católica, o padre Paulo Roberto, frisou que o diálogo fortalece a união entre as pessoas de crenças diferentes. Ele destacou que, independente da religião, o amor sempre deve prevalecer. “É um momento histórico para todos nós”, declarou o padre antes de entoar a canção Pontos de Caboclo, de Mariene de Castro, a qual reforça a sua consideração.
Outro religioso que celebrou o momento, foi o fotógrafo Paulo Gil, representante do budismo, crença que reúne 600 praticantes no Amapá. “Nossa fé é baseada no princípio do respeito ao indivíduo e é justamente isto que estamos celebrando nesta noite tão especial”, reafirmou.
O encontro inter-religioso, que marcou a abertura dos três dias de programação, foi seguido de um rito de matriz africana chamado “xirê”, uma cerimônia na qual os participantes dançam e cantam pedindo boas vibrações aos orixás – ancestrais africanos que correspondem a pontos da natureza.
A gestora da Secretaria Extraordinária dos Povos Afrodescendentes (Seafro), Nubia de Souza, ressaltou que o momento demonstrou um assunto amplamente debatido atualmente: o respeito à diversidade. “O Amapá é um exemplo para o Brasil ao promover ações afirmativas em combate ao racismo e à intolerância religiosa”, enfatizou.
22º Réveillon da Beira Rio e da 2ª Virada Afro
A ação é fruto de uma parceria entre Governo do Amapá, deputado federal Marcos Reátegui, Fundação Cultural Palmares e da Associação dos Músicos e Compositores do Amapá (Amcap).
O 22º Réveillon da Beira Rio e a 2ª Virada Afro reúnem seminários, feira de empreendedorismo, gastronomia, desfile de moda, além de apresentações artísticas e culturais e a tradicional queima de fogos da Beira Rio.
De acordo com a Fundação Palmares, o Amapá é o primeiro Estado do país a receber o projeto, escolha motivada pela alta porcentagem de negros que integram a população local - cerca de 80%.
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