22º Réveillon da Beira Rio e 2ª Virada Afro mostram diversidade cultural de comunidades
São manifestações seculares que se mantém vivas por todo o país mostrando a resistência característica do povo negro.
Uma das fortes manifestações da cultura afro no Amapá é o marabaixo que contagiou o público.
O 22º Réveillon da Beira Rio e a 2ª Virada Afro Cultural que acontece desde sexta-feira, 29, na orla de Macapá, revela ao público que vai prestigiar os eventos, a diversidade da cultura afro. São manifestações seculares que se mantém vivas por todo o país mostrando a resistência característica do povo negro e, que a população amapaense, tem a oportunidade de conhecer durante os três dias de programação que encerra neste domingo, 31.
No Amapá, essa resistência pode ser percebida em cada roda de marabaixo ou capoeira, no batuque, no hip hop ou no maculele, entre outras manifestações herdadas dos povos afrodescendentes. Para se ter uma ideia do quanto é forte a influência da cultura negra no Amapá, os três dias de evento estão recebendo um total de 59 grupos que se apresentam com ritmos e danças variadas.
Aliás, foi a porcentagem de negros integrando a população local – cerca de 80% – que chamou a atenção da Fundação Cultural Palmares, para realizar a 2ª Virada Afro Cultural no Estado – a primeira edição ocorreu em junho deste ano. Este evento é realizado com recursos de emenda do deputado federal Marcos Reátegui e apoio do Governo do Amapá.
Diversidade
Com a mistura de ritmos, gingado dos dançarinos e coreografias típicas de cada dança, os integrantes dos grupos apresentam à população, a beleza variada da cultura afro-brasileira. Neste sábado, 30, por exemplo, ao som do instrumento berimbau, o grupo de capoeira Raízes do Amapá abriu as apresentações no palco, localizado em frente à Casa do Artesão, ponto turístico da capital.
O mestre de capoeira, Manoel Quaresma, que trabalha com a modalidade há mais de 30 anos, é um dos que mantém viva essa tradição no Amapá. Ele falou do envolvimento e difusão da arte para a população. “Nosso grupo faz um trabalho social, resgatando e ajudando crianças e jovens carentes. É uma satisfação participar deste evento e divulgar um pouco das nossas habilidades e cultura” afirmou o orgulhoso coordenador do grupo.
Júlia Ferreira tem apenas 10 anos de idade. Ela faz parte do grupo Raízes do Amapá e se identificou com o esporte. “Danço capoeira desde os meus dois anos. Ela me ajudou a melhorar a coordenação motora do corpo”, contou.
Outra atração foi a dança afro-brasileira do maculelê coordenada pelo mestre de capoeira, Davi Alves. O grupo possui três polos distribuídos em Macapá: no Centro, no Curiaú e Novo Horizonte. “Conseguimos fazer o resgate junto aos jovens, dessa manifestação cultural que usa a expressão teatral de dança e cânticos com dois pedaços de pau”, explicou.
Outra forte manifestação cultural que até ganhou ciclo anual de apresentações no Estado é o marabaixo. Vários grupos deram um show de alegria e descontração. Foi o caso do grupo de Santo Antônio do Matapi que contagiou o público com o colorido das saias rodadas, cantos e batuques. A coordenadora do grupo, Leonor das Chagas, registrou a importância da apresentação. “Temos a oportunidade de mostrar um pouco da nossa comunidade e tradição. Isso é maravilhoso, pois nunca perderemos as nossas raízes”, declarou.
22º Réveillon da Beira Rio e 2ª Virada Afro Cultural
O tradicional Réveillon da Beira Rio reúne uma vasta programação artística e cultural para saudar o ano novo, organizada pela Associação dos Músicos e Compositores do Amapá com apoio do Governo do Estado do Amapá (GEA). E a Virada Afro Cultural, também com apoio do GEA, está na sua segunda edição, realizada pela Fundação Cultural Palmares para enaltecer a contribuição histórica do povo negro ao Brasil.
O investimento financeiro para a realização dos eventos é de R$ 1,6 milhão, dos quais R$ 500 mil são do governo estadual e R$ 1,1 milhão da Fundação Cultural Palmares, provenientes de emenda do deputado federal Marcos Reátegui.
Além de apresentações artísticas e culturais, os eventos reúnem seminários, feira de empreendedorismo, gastronomia, desfile de moda e a tradicional queima de fogos da Beira Rio, no último dia do ano.
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