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Governo alerta municípios para reforço na prevenção da Leishmaniose

Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS) tem desenvolvido ações em conjunto com as prefeituras para identificar e evitar novos casos da doença.

Por Redação
11/05/2018 17h40

Veterinários orientam o uso de coleiras em cães com venenos específicos que repelem o inseto vetor da leishmaniose

O Governo do Estado do Amapá (GEA) alerta os municípios para reforçar as ações de prevenção de leishmaniose na população canina. A doença, transmitida por cães, tem sido registrada em quase todos os estados do país.

Esta semana, foi confirmado em procedimento laboratorial pela Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS) o primeiro caso de Leishmaniose Visceral em humanos. O caso ocorreu no mês de março, em uma comunidade rural do município de Mazagão. O paciente veio a óbito em decorrência de uma cirrose hepática.

Profissionais da Unidade de Zoonoses e da Diretoria de Vigilância Laboratorial da SVS elaboraram uma nota técnica sobre o caso, que pode ser verificada neste link.

A SVS promove ações de vigilância e controle, junto com os municípios envolvidos, no intuito de identificar novos focos e elaborar estratégias para o controle da doença.

De acordo com o médico veterinário da Unidade de Zoonoses da SVS, Denis Magalhães, desde 2017, quando foi registrado o primeiro caso de Leishmaniose Visceral na população canina em Macapá, foram realizadas pesquisas para localizar o vetor nas regiões. Até o momento não houve o registro da presença do inseto Lutzomyia longipalpis.

Magalhães reforça que o Estado trabalha para informar, monitorar e fazer o diagnóstico da doença e cabe aos municípios a execução de ações. No último dia 2, a superintendência promoveu um curso de manejo clínico de Leishmaniose Visceral. A atividade, voltada para qualificar profissionais de saúde do segmento, teve como palestrante o médico infectologista da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Dr. Thiago Queiroz.

A doença

A Leishmaniose Visceral é uma doença infecciosa sistêmica, caracterizada por febre de longa duração, aumento do fígado e baço, perda de peso, fraqueza, redução da força muscular, anemia e outras manifestações.

Trata-se de uma zoonose de evolução crônica, com acometimento sistêmico e, se não tratada, pode levar a óbito em até 90% dos casos.

Transmissão

É transmitida ao homem pela picada de fêmeas do inseto vetor infectado. No Brasil, a principal espécie responsável pela transmissão é a Lutzomyia longipalpis. Além de cães, raposas (Lycalopex vetulus e Cerdocyon thous) e marsupiais (Didelphis albiventris) têm sido apontados como reservatórios silvestres. No ambiente urbano, os cães são a principal fonte de infecção para o vetor.

Prevenção

O médico veterinário Denis Magalhães recomenda que, para prevenção da doença, a população deva manter o ambiente doméstico e os quintais sempre limpos. Com relação ao cão, é necessário cuidar do animal em área fechada, usar coleiras com venenos específicos que repelem o inseto vetor e há também uma vacina contra leishmaniose.

“Todos os cuidados são maneiras de prevenção de cunho particular, o SUS não prevê a liberação desse tipo de material”, destacou o veterinário.

Casos no AP

No Amapá, o primeiro caso autóctone em cão foi confirmado em maio de 2017, ocorrido no município de Macapá. Desde então já foram identificados na capital, 17 animais positivos para a doença. Em Porto Grande, após pesquisa realizada pela Unidade de Controle de Zoonoses estadual junto à Diretoria de Vigilância Laboratorial, foram encontrados mais dois casos positivos de LV canina.

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