Rede de atendimento combate abusos sexuais contra crianças e adolescentes no Amapá
Titular da Dercca diz que população precisa denunciar crimes de exploração, e que rede de atendimento está integrada para combater a prática
Segundo delegado Daniel Mascarenhas, aproximadamente 80% do total de crimes sexuais contra menores de idade ocorre dentro do próprio círculo familiar
Em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes – datado de 18 de maio – a Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Contra a Criança e o Adolescente (Dercca) promoveu uma atividade para mostrar a importância do envolvimento da sociedade e de todos os poderes no enfretamento.
A ação, que ocorreu na principal via da capital amapaense, a Avenida FAB, também objetivou chamar a atenção da população para a ocorrência deste crime e mostrar que existe uma rede de atendimento às vítimas.
De acordo com o delegado titular da Dercca, Daniel Mascarenhas, aproximadamente 80% do total de crimes sexuais cometidos contra menores de idade, ocorre dentro do próprio círculo familiar.
A ação alertou para sinais que podem indicar que uma criança ou adolescente está sofrendo violência sexual. De acordo Mascarenhas, existe um conjunto de indicadores, como a mudança brusca de comportamento das crianças. “Algumas deixam de ser extrovertidas e se recolhem, se fecham. Existem situações, por exemplo, que determinada criança era bem comportada, obediente, e de uma hora para outra ela adota um comportamento defensivo ou agressivo. Então, são sinais que precisam ser observados”, informou o delegado.
Como a maioria dos casos ocorre no meio familiar, grande parte das pessoas que integram esse círculo tem medo de fazer a denúncia. “Houve um caso em que uma senhora veio como testemunha de um estupro que a neta dela havia sofrido. Porém, chocante foi o depoimento dessa senhora que nos revelou que na sua infância havia sido abusada, e que se naquela época seus pais [que sabiam da história] tivessem denunciado, talvez ela não estivesse chorando pela neta violentada”, revelou.
Em casos de abuso as vítimas devem procurar o Conselho Tutelar, delegacias ou fazer a denúncia por meio do Disque 100, que é um serviço criado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Em 2016, por exemplo, esse serviço recebeu mais de 170 denúncias do Amapá. Já em 2017, foram 187 inquéritos policiais.
“São casos estarrecedores que registramos. O Estado do Amapá tem buscado fortalecer uma política que assegure o combate efetivo. Hoje, contamos com instituições como o Ministério Público do Estado, Conselho Tutelar e outros entes que, juntos, formam uma rede de atendimento. Mas, não estamos trabalhando apenas para punir. A política estadual busca sobretudo a prevenção, e é isso o que estamos fazendo hoje”, afirmou o delegado.
A data
O dia 18 de maio marca o Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes no Brasil. A discussão sobre o combate aos crimes praticados contra menores foi reascendida em 1973, quando uma criança de 8 anos de idade [Araceli] foi sequestrada, violentada e cruelmente assassinada no Espírito Santo (ES). Os algozes da criança eram jovens de classe média alta que nunca foram punidos.
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