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Campanha engaja homens pelo fim da violência contra a mulher

O evento ocorreu no Parque do Forte e reuniu a população em um debate sobre o tema, com o objetivo de sensibilizar, envolver e mobilizar as pessoas.

Por Redação
07/12/2015 16h03
Neste domingo, 6, pela 1ª vez no Amapá, homens saíram às ruas da capital do Estado para liderar um projeto de enfrentamento à violência contra as mulheres. A ação faz parte da Campanha do Laço Branco, lançada pelo Governo do Estado, através da Secretaria Extraordinária de Políticas para Mulheres, em parceria com o Sindicato dos Servidores Públicos Civis do Estado do Amapá (Sindsep-AP).

O evento ocorreu no Parque do Forte e reuniu a população em um debate sobre o tema, com o objetivo de sensibilizar, envolver e mobilizar as pessoas nesse engajamento.

A atividade deste domingo integra os 16 dias de ativismo, que teve início no dia 24 de novembro, com o lançamento do Mapa da Violência contra a mulher, pesquisa que trabalha os índices de homicídios contra a mulher no Brasil, com recorte no Estado do Amapá.

O Brasil, segundo pesquisa, é o 5º País mais violento do mundo, com 13 mulheres mortas por dia. O Estado do Amapá ocupa o 17º lugar em ranking nacional.

Segundo a secretária extraordinária de Políticas para as Mulheres, Silvanda Duarte, desde o dia 24, estão sendo realizadas blitz, campanhas de rua e ações em bares e restaurantes de Macapá.

“A mulher não aguenta mais esse quadro de violência e estamos conclamando a sociedade para que elas também tomem essa consciência. Quase 30% das mulheres são violentadas pelos seus companheiros, dentro de casa”, pontuou.

A campanha prossegue até o dia 10 de dezembro, com uma blitz na orla, com adesivação de carros e distribuição de material de conscientização. “Nosso objetivo é mostrar que existem homens que não são violentos, que não concordam com esse tipo de violência e que apoiam o direito de bem viver e de autonomia do poder feminino”.

De acordo com o coordenador pelo Laço Branco no Estado do Amapá e diretor do Sindsep-AP, Marcos Nunes, além da mobilização deste domingo, na segunda quinzena de janeiro, a comissão realizará rodas de conversa sobre o tema, em todos os municípios do Estado. “Queremos trabalhar a consciência entre os homens, principalmente com os jovens, reduzindo esses tristes índices”.

 

A campanha

No dia 6 de dezembro de 1989, Marc Lepine, de 25 anos, invadiu uma sala de aula da Escola Politécnica, na cidade de Montreal, no Canadá. Ele ordenou que os homens se retirassem da sala, permanecendo somente as mulheres. Gritando “vocês são todas feministas!”, ele começou a atirar e matou 14 mulheres. Em seguida, cometeu suicídio. O rapaz deixou uma carta na qual afirmava que havia feito aquilo porque não suportava a ideia de ver mulheres estudando engenharia, um curso tradicionalmente dirigido ao público masculino.

O crime mobilizou a opinião pública de todo o país, gerando amplo debate sobre as desigualdades entre homens e mulheres e a violência gerada por esse desequilíbrio social. Assim, um grupo de homens do Canadá decidiu se organizar para dizer que existem homens que cometem a violência contra a mulher, mas que também existem aqueles que repudiam essa atitude. Eles elegeram o laço branco como símbolo e adotaram como lema “Jamais cometer um ato violento contra as mulheres e não fechar os olhos frente a essa violência”.

Foi então lançada a primeira Campanha do Laço Branco (White Ribbon Campaign): homens pelo fim da violência contra a mulher. No Brasil, iniciou em 1999 e essas atividades vêm sendo desenvolvidas em parceria entre diferentes instituições, particularmente organizações do movimento de mulheres.

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