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Carta de Macapá marca encerramento do I Chamado Internacional dos Povos Indígenas

Evento que recebeu apoio do Governo do Amapá buscou aproximar e fortalecer comunidades indígenas. Encontro reuniu indígenas de 9 países.

Por Redação
23/06/2018 08h40

Sentimento de união entre os povos marcou o encerramento do encontro que reuniu cerca de 2 mil pessoas

O lançamento da Carta de Macapá marcou o fim do I Chamado Internacional dos Povos Indígenas do Amapá e do Norte do Pará, nesta sexta-feira, 22. O documento foi construído pelos próprios participantes com base nas discussões apresentadas durante o encontro, que ocorreu entre 18 e 22 de junho, no Campus Marco Zero da Universidade Federal do Amapá (Unifap), com apoio logístico do governo do Estado.

O I Chamado teve o objetivo de discutir políticas públicas para os povos que compõem o território da Coordenação das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica (Coica), composta por nove países: Brasil, Equador Venezuela, Bolívia, Suriname, Guiana, Guiana Francesa, Colômbia e Peru. Juntos, representantes destes países, debateram e desenharam estratégias de sustentabilidade ambiental, de aproximação de culturas, de combate ao preconceito e de autonomia dos povos indígenas.

O governador Waldez Góes esteve presente no segundo o dia de evento e destacou que o Governo do Amapá vem implementando ações que visam ampliar as políticas públicas voltadas a esta parcela da população.

Durante o encerramento do I Chamado, a coordenadora do encontro, Simone Karipuna, explicou que os cinco dias de evento proporcionaram diálogos entre os povos permitindo que eles que pudessem definir as estratégias necessárias para o fortalecimento das comunidades – estes pontos foram elencados na Carta de Macapá.

“Queremos a valorização da nossa cultura e que a educação oferecida aos nossos jovens tenha qualidade e respeitem nosso modo de viver. Também queremos consulta pública antes de megaprojetos que impactam as terras indígenas”, disse Simone. Ela acrescentou que o documento será encaminhado ao poder público. 

Respeito à diversidade

Simone Karipuna reconheceu o apoio do governo estadual para realização do I Chamado Internacional dos Povos Indígenas do Amapá e do Norte do Para. “Foi uma parceria fundamental para a construção desse processo. O Governo do Amapá atendeu ao chamado, demonstrando que respeita a diversidade cultural do Estado”, afirmou Karipuna, ressaltando que a próxima edição do evento deve ocorrer em 2020.

Para o chefe adjunto do Gabinete Civil do Governador, Carlos Marques, o Amapá é uma referência quando se trata de atenção aos índios.  Como exemplo, ele citou a criação da Secretaria Extraordinária dos Povos Indígenas (Sepi) – pasta que trata exclusivamente das políticas públicas voltadas eles.

Marques mencionou, também, o avanço na educação indígena ao explicar que o governador Waldez Góes, em seu primeiro mandato, elaborou o projeto de lei e sancionou a Lei Nº 0984/2006, que cria o cargo efetivo de Professor de Ensino Indígena, no âmbito do Executivo e ainda realizou em 2006, um dos primeiros concursos públicos do Brasil com cargos específicos para professores indígenas.

O chefe adjunto do Gabinete Civil do Governador frisou que as demandas apontadas durante o I Chamado serão analisadas pelo Executivo. “A Carta de Macapá será recebida pelo governo do estado que avaliará as demandas com todo cuidado que o caso requer”, ponderou.

O estudante Demétrio Tirió vive na Terra Indígena do Parque do Tumucumaque, na região central do Amapá. Ele participou dos cinco dias de debate e acredita que as discussões são necessárias para o desenvolvimento sociocultural dos povos indígenas. “Para mim um encontro como este demonstra a força da união entre os povos”, frisou Demétrio.

O evento

O I Chamado é organizado pela Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Amapá e Norte do Para (Apoianp), com coordenação e articulação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e apoio do Governo do Estado do Amapá. A coordenação estima que o evento reuniu cerca de 2 mil pessoas, dos quais 650 eram indígenas do Amapá. Atualmente, a população de índios no Amapá e Norte do Pará está estimada em 11.715, que residem em sua maioria nos municípios de Oiapoque, Pedra Branca do Amapari e no Parque do Tumucumaque.

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