Religiosidade e manifestações afro culturais marcam o Dia da Consciência Negra no Amapá
Programação apoiada pelo Governo do Amapá teve início nesta terça-feira, 20, na UNA, e prossegue até sábado, 24.
Abertura reuniu lideranças das religiões católica e de matrizes africanas, na União dos Negros do Amapá, em Macapá
Religiosidade, fé, alegria e manifestações afro culturais marcaram o Dia Nacional e Estadual da Consciência Negra, no Amapá. A programação, que visa unir e valorizar os segmentos de origem afro, teve início nesta terça-feira, 20, com o XXIII Encontro dos Tambores e a tradicional Missa dos Quilombos, que reuniu lideranças das religiões católica e de matrizes africanas, na União dos Negros do Amapá (UNA), em Macapá.
O Governo do Amapá, através da Secretaria Extraordinária de Políticas para os Afrodescendentes (Seafro), firmou parceria com instituições, movimentos e comunidades negras para a programação que prossegue até sábado, 24, com manifestações afro culturais, palestras, seminários, rodas de marabaixo e batuque, e apresentações de artistas locais.
Apoio
O gestor da Seafro, Aluízo de Carvalho, destacou que o Governo do Amapá não mediu esforços para apoiar a programação, coordenada pela União dos Negros do Amapá. Ele pontuou que a Seafro é uma secretaria transversal, que atua como uma porta de entrada para pensar e fazer políticas públicas que beneficiem os negros amapaenses, seja de comunidades quilombolas, periféricas ou negros em situação de risco.
Aluízo registrou que, no Amapá, há cerca de 170 comunidades quilombolas que, em sua maioria, participam da programação. Também se fazem presentes 40 grupos de marabaixo e batuque, 26 grupos de matriz africana, 26 grupos de capoeira, dentre outros de hip-hop.
“O estado cumpre seu papel quando dialoga, oportuniza, dá condições para que todos participem, fomenta o protagonismo da sociedade. Este ano, temos um motivo a mais para comemorar, que é o nosso Marabaixo com o título de Patrimônio Imaterial. Essa é a nossa manifestação mais forte, que transparece a resistência e luta do negro por uma sociedade com mais equidade”, frisou o secretário.
Para o presidente da UNA, Yuri Soledade, a união de forças com o poder público torna o evento mais forte e, portanto, mais abrangente.
“Vemos aqui comunidades unidas, confraternizando, lutando, resistindo. É um momento de fé, amor, devoção, de reflexão sobre a luta de Zumbi dos Palmares, contra o ódio, contra o racismo”, considerou Soledade.
Valorização
Josiane Rodrigues, 42 anos, professora, levou a família para prestigiar o primeiro dia da programação. Ela contou que tem muitos amigos afrodescendentes que participam de movimentos no Amapá, e que procura levar a família para eventos que disseminam o respeito ao povo negro.
“É muito importante lembrar da aceitação e respeito ao negro, todos os dias, e reforçar que, independente de religião, de crença, de raça, devemos nos amar, ter empatia”, frisou Josiane.
A dona Joaquina Jacarandá, 66 anos, é coordenadora do grupo Raízes do Marabaixo, de Mazagão Velho, e disse que faz questão de participar dos eventos que fortalecem os movimentos afro no Amapá.
“Amamos o Encontro dos Tambores e participamos desde o começo. É o momento de mostrar a nossa cultura, o nosso berço afro, que precisa ser disseminado, admirado”, salientou.
Simone Reis, 37 anos, educadora social, é coordenadora do grupo Raízes do Marabaixo Infantil, também de Mazagão Velho, e falou sobre a alegria de ver as crianças participando de eventos como esse.
“Nosso projeto existe para que elas cresçam sabendo da importância da cultura marabaixeira, para que se perpetue, resista, cresça, seja respeitada e reconhecida por todos. As nossas crianças são o futuro dessa sociedade, e precisam aprender a resistir desde cedo, por um horizonte de oportunidades e igualdade”, avaliou.
Oportunidade
Antônia Márcia, 46 anos, é membro do Centro Cultural Raízes do Bolão, no Quilombo do Curiaú. Ela contou que participa desde a primeira edição do Encontro dos Tambores, comercializando gengibirra, bebida afrodisíaca feita de gengibre, cachaça e açúcar, tradicionalmente servida durante as rodas de marabaixo e batuque.
“Onde tem Marabaixo, tem gengibirra. Estou desempregada e todos os anos vejo nessa programação uma oportunidade de negócio. São muitas pessoas vendendo e todos vendem bem. Conseguimos prestigiar, somar forças ao movimento, e ainda garantir uma renda”, comemorou Antônia.
Seminário
No dia 23 de novembro, a Seafro realizará, na Universidade do Estado do Amapá (Ueap), o seminário “Resistir e Superar: A Arte do Empoderamento do Povo Negro”. O encontro se inicia às 8h e visa discutir o atual cenário político, social e cultural para as comunidades negras de todo o estado.
Caminhada Zumbi de Palmares
No dia 24, a partir das 16h, acontece a tradicional caminhada Zumbi de Palmares, com concentração na Praça Barão do Rio Branco, no centro de Macapá. O tema deste ano é “Resistir é a arte mais profunda do meu povo!”.
Programação
21/11 (quarta-feira)
19h - Movimento da Capoeira
20h - Movimento Hip-hop
21h - Concurso a Mais Bela Negra e o Mais Belo Negro
22/11 (quinta-feira)
19h - Religiosidade de Matriz Africana
23/11 (sexta-feira)
08h às 13h - Roda de Conversa “Resistir e Superar: A Arte do Empoderamento Do Povo Negro”
20h - Grupo Folclórico de Marabaixo Dica Lemos e Grupo de Jovens Estrela do Marabaixo Renascer
20h30 - Grupo Folclórico Herdeiros do Marabaixo da Campina Grande e Grupo de Marabaixo Manoel Felipe
21h - Grupo de Marabaixo da Comunidade Quilombola do Ambé e Grupo Folclórico São José do Mata Fome
21h30 - Grupo de Dança Cultural Berço do Marabaixo e Azebic
22h - Marabaixo do Pavão e Marabaixo São José
22h30 - Grupo Folclórico Tia Joaquina e Grupo Irmandade São Benedito do Mazagão Novo
23h - Movimento Reggae
24/11 (sábado)
16h às 19h – Caminhada Zumbi de Palmares
20h - Grupo Folião da Nossa Senhora da Piedade do Carvão e Associação Cultural São Tomé
20h30 - Associação Cultural Raízes da Favela- Dica Congó e União dos Devotos de Nossa Senhora da Conceição
21h - União Folclórica São Sebastião da Ilha Redonda e União Folclórica de Campina Grande
21h30 - Grupo Folclórico de Marabaixo Tia Sinhá e Associação Cultural Torrão do Matapi
22h - Marabaixo Dança do Amapá e Movimento de Jovens Afrodescendentes do Amapá
22h30 - Associação Folclórica Santo Antônio e São Benedito do Coração e Batuque Malocão do Pedrão
23h - Marabaixo do Maruanum e Grupo de MarabaixoTradicional São João do Maruanum II
00h - Banda Negro de Nós
Oficinas – de 20 a 24 de Novembro
Grupo de Dança Cultural Herdeiros da Tradição
Marabaixo Filhos de São Tomé-Alto Pirativa
Batuque Raízes do Bolão
Associação Folclórica de Marabaixo Irmandade de São José
Grupo de Marabaixo Santo Antônio do Matapi
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