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Amapá passa a ter uma das redes geodésicas mais modernas do Brasil

São 840 estações geodésicas com resultados de coordenadas de alta precisão; dados vão subsidiar estudos científicos e mapeamento de obras de engenharia.

Por Redação
04/12/2018 15h02

Dados consolidados foram entregues pelo IBGE nesta terça-feira, 4, na Seplan, em macapá

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) entregou ao Governo do Estado do Amapá (GEA) o resultado final da nova Rede Geodésica - que mapeia o território com coordenadas geográficas de alta precisão. A entrega ocorreu nesta segunda-feira, 16, durante encontro entre equipes do IBGE e GEA no auditório da Secretaria de Estado do Planejamento (Seplan). Os dados consolidados já estão disponíveis no site do IBGE, através do endereço eletrônico www.bdg.ibge.gov.br.

De acordo com o gerente de Redes de Referência Vertical do IBGE, Roberto Teixeira Luz, a nova rede passa a ser uma das principais ferramentas tecnológicas de desenvolvimento do Amapá, sendo uma das mais modernas do Brasil. “A partir da consolidação desse trabalho, o Amapá passa a ter 840 estações geodésicas com resultados de coordenadas de alta precisão na superfície da terra, que vão subsidiar estudos científicos e mapeamento de grandes obras de engenharia, contribuindo com o desenvolvimento do estado”, ressaltou.

As estações geodésicas são pontos da superfície terrestre, materializados por construções em concreto no formato de pirâmide com pinos ou chapas cravados no seu topo e com um código único para identificação da estação. Devido à sua importância, as estações geodésicas são protegidas por lei.

A Rede Geodésica do Amapá foi executada por meio de um convênio entre Seplan e Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) com IBGE. Para a execução desse projeto, o estado investiu R$ 2,1 milhões para a revitalização e implantação de novas estações geodésicas. A rede foi revitalizada e ampliada com medições coordenadas, gravidade e GPS.

O secretário de Estado do Planejamento, Eduardo Tavares, destacou que os dados presentes na nova rede serão fundamentais para os novos projetos de desenvolvimento do Executivo. Ele citou como exemplo a regularização fundiária, a emissão de títulos com validade jurídica para produtores, o planejamento da expansão do plano rodoviário, bem como, a execução de obras de infraestrutura.

“Através do mecanismo, o estado e qualquer empresa de projetos poderão fazer mapeamentos e estudos científicos que ajudam, por exemplo, no monitoramento das mudanças climáticas”, complementou Tavares.

Utilização

As redes geodésicas são utilizadas para apoio em diversas atividades, tais como: georreferenciamento de imóveis, levantamentos topográficos, controle dimensional, medição de obras, locação topográfica, dentre outros.

Um dos objetivos da rede geodésica é permitir que sejam feitos mapas precisos do território. Além do mapeamento em alta escala, de vias de municípios, as estações geodésicas permitem o estabelecimento de obras de infraestrutura, barragens, canais de irrigação, usinas hidrelétricas, rodovias, entre outras.

Informações da rede podem ser usadas, também, para definir traçados e inclinações de estradas, para que o tráfego nelas, ocorra com segurança. As construtoras se baseiam nesses dados para fazer os projetos básico e executivo de obras e o controle de andamento dessas construções.

Existem três tipos de redes geodésicas: as planimétricas tridimensionais, que possuem coordenadas horizontais de latitude, longitude e altitude com GPS geodésico (precisão menor que 1 cm); as redes de nivelamento, que usam dados para basear obras como barragens, rodovias; e as estações gravimétricas, que contém dados que permitem estudos do campo gravitacional terrestre.

Conservação

O governo do estado e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) seguem trabalhando em estratégias para proteger a Rede Geodésica. A preocupação é por conta da destruição da antiga rede, implantada na década de 80, que teve 75% das estações danificadas. De um total de 485 marcos geodésicos, apenas 124 estavam em perfeito estado de uso. O restante foi afetado por queimadas, enterrado ou tirado do lugar – o que torna os dados imprecisos e praticamente sem utilidade.

Para evitar a danificação das estações, o governo está construindo um Acordo de Cooperação entre o IBGE e a Secretaria de Estado de Transportes (Setrap). Uma das medidas previstas na parceria é que a secretaria, responsável pela infraestrutura rodoviária, inclua nos contratos de obras, a manutenção das estações geodésicas com limpeza ao redor.

Para isso, o IBGE vai disponibilizar um memorial descritivo, que contém a localização exata de todos os marcos espalhados pelos 16 municípios. Outra medida é uma campanha publicitária de conscientização da população.

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