Mês da Consciência Negra: Missa dos Quilombos reúne líderes de religiões africanas
As atividades seguem até o final do mês de novembro com uma vasta programação organizada pelo GEA, através da Seafro
Religiosidade, tradição e respeito! Essas três palavras formam o resumo do que foi a Missa dos Quilombos desse ano, celebrada no Centro de Cultura Negra do Amapá na noite desta sexta-feira, 20, Dia da Consciência Negra, que reuniu quase 10 mil pessoas. As atividades seguem até o final do mês de novembro com uma vasta programação organizada pelo Governo do Estado do Amapá (GEA), através da Secretaria Extraordinária de Políticas para os Povos Afrodescendentes (Seafro).
A missa foi conduzida pelo Padre Paulo Roberto e contou com a participação de diversos grupos de dança que fazem parte das comunidades quilombolas do Estado. A plateia participava do culto dançando e cantando. A união das bandeiras, imagens de santos, roupas brancas, saias floridas, bíblias e muitos adereços nas roupas dos líderes religiosos mostrava que a intenção era celebrar a tradição.
Para a titular da Seafro, Núbia de Souza, o momento mostrou o respeito e, principalmente, o sincretismo religioso entre o catolicismo e crenças de matriz africana. Segundo ela, a Missa dos Quilombos é tradição e o momento mais esperado das atividades que fazem alusão ao Dia da Consciência Negra, em homenagem a Zumbi dos Palmares, que foi líder do Quilombo dos Palmares.
“É uma emoção muito grande poder participar dessa manifestação cultural. Não podemos deixar morrer a nossa tradição; isso que faz parte do coração de todos nós. Vamos celebrar essa conquista, o nosso povo merece respeito e, mais do que tudo, valorização. Aqui, nós deixamos as divergências políticas de lado e unimos forças em prol da paz e da tradição”, concluiu.
O presidente da União dos Negros do Amapá (UNA), Yuri Soledade, defendeu que a tradição seja seguida não só pelos povos de matriz africana, mas, por todos que são a favor da valorização cultural. “O evento juntou num só espaço representantes da umbanda, candomblé, tambor de mina e catolicismo. As roupas brancas dos pais e mães de santo se juntam ao colorido das saias rodadas das mulheres que dançam o marabaixo, isso tudo é muito bonito para todos nós”, descreveu.
A mineira Maria das Graças, de 43 anos, participou pela primeira vez da Missa dos Quilombos. No Amapá há cinco anos, nunca tinha participado de um movimento religioso tão grande. “Achei interessante a parte do ofertório, geralmente somos nós que damos a oferta, aqui não, a gente recebeu; e o mais legal de tudo é que isso faz parte da história desse povo, o Amapá está de parabéns”, destacou.
Após o termino da celebração iniciou o tradicional Encontro dos Tambores, que segue até o dia 23 deste mês, no Centro de Cultura Negra do Amapá. O evento vai contar com a apresentação das 50 comunidades quilombolas tradicionais do Estado.
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