No AP, mulheres pretas, quilombolas, marabaixeiras e de matriz africana debatem papel na sociedade
O evento foi coordenador pela Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres.
Encontro foi promovido pela Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres (SEPM) com o apoio da Fundação Marabaixo e do Tribunal de Justiça
A poesia das artistas Hayan Chandra e Laura do Marabaixo abriram o encontro "Pretas em Movimento: da invisibilidade ao grito", que reuniu cerca de 100 participantes de comunidades quilombolas, movimentos culturais e de religiões de matriz africana, no auditório do Museu Sacaca, nesta quarta-feira, 29.
O encontro foi promovido pela Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres (SEPM) com o apoio da Fundação Marabaixo e do Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap), tendo como objetivo ouvir os anseios e o que se espera de políticas públicas direcionadas ao público feminino.
Para a diretora-presidente da Fundação Marabaixo, Josilana Santos, falar de visibilidade de mulheres pretas é fundamental. "Vivemos as dores e delícias de ser mulher em uma sociedade machista, racista, patriarcal e capitalista, que nos coloca sempre em situação de desvantagem. E falar em visibilidade é mostrar que nós mulheres podemos ocupar diferentes espaços de poder e construção política desse estado", destacou.
Para a gestora o encontro vai além de uma discussão do mês de março. ressaltou a gestão do atual governo, por valorizar as mulheres no poder.
"Eu costumo dizer que é uma reparação, não apenas para a população negra. E quando você tem um gestor que compreende e garante esse reconhecimento, é um grande passo. O governador Clécio compreendeu que construir um estado forte perpassa por mulheres em espaço de poder e construção política."
"Nós mulheres de terreiro somos muito carentes e nós precisamos dessa ponte com o governo para poder assessorar e auxiliar outras mulheres de povos tradicionais. A mulher já é subjugada e quando é de matriz africana, o preconceito é muito maior. Quando as pessoas entenderem que a nossa religião é luz , é axé, acho que ficaria mais fácil."
Durante o evento, o público prestigiou a palestra da Professora Mariana Gonçalves, seguida da mesa redonda - "Filhas da Pauta Negra", com a participação de Piedade Videira, Alzira Nogueira, Mariana Gonçalvez, Andreia Lopes, intermediada pela Técnica do Ama LGBTI, Tânia Leal.
Isis Tatiane do Santos é líder da Associação Mãe Venina do Quilombo do Curiaú, que conta com 154 mulheres pretas. Para ela que atua na luta contra a violência e mais inclusão nos espaços públicos, o momento ajuda na luta por mais reconhecimento."Temos uma estrada de 25 anos dentro do movimento de mulheres pretas no Amapá. É muito bom saber que a SEPM tem essa preocupação em estar discutindo as políticas para melhorias de nossas vidas. A nossa maior dificuldade é acessar os espaços de poder e decisão dentro do contexto político. A gente é invisibilidade por ser mulher e por ser negra, e na nossa associação a gente 'briga' para combater a violência e ter mais acesso a esses espaços", disse.
A secretária das Mulheres, Adrianna Ramos, falou da importância e anseios das mulheres em diversas áreas. Neste primeiro momento, o debate foi feito com alguns segmentos, mas a ideia que os próximos incluam outros como indígenas e ribeirinhas.
"Quero propor a formação de um fórum permanente para possamos não apenas dialogar, mas colocar em prática as ações propostas. A secretaria das mulheres esta em constante diálogo com outros órgãos como Defensoria Pública, Ministério Público, OAB/AP, Polícia Militar, agregando cada dia mais parceiros para reforçar o compromisso de garantir melhores condições para todas as mulheres", ressaltou Adrianna.
A gestora falou ainda da necessidade das mulheres praticarem a sororidade, colocando-se uma no lugar das outras para que possam respeitas as conquistas alcançadas e que abrem caminho para mais mulheres. O evento encerrou com com a apresentação do grupo de capoeira, "Sangue na Veia" e com o grupo de Marabaixo, "Estrela do Renascer". Siga o Canal do Governo do Amapá no WhatsApp
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