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Governo do Amapá reúne gestores de escolas públicas para fortalecer o debate sobre justiça e dignidade racial na educação

O evento vai nortear as ações antirracistas nas unidades educacionais do estado em 2024.

Por André Silva
08/11/2023 09h40

A professora doutora Eliane Cavalleiro, da USP, autora de livros sobre racismo, foi a palestrante na abertura do encontro, em Macapá

Para fortalecer a inclusão no ensino público e o combate ao racismo nas escolas, o Governo do Estado está promovendo o Encontro Sobre Equidade Racial, com gestores de escolas estaduais. A abertura do evento aconteceu nesta terça-feira,7, no auditório da Secretaria de Estado da Educação (Seed), em Macapá.

O encontro, que faz parte do planejamento estratégico da Seed para 2024, busca o engajamento nas iniciativas antirracistas na educação, através de projeto e debates sobre justiça e dignidade racial para equipes técnicas, além de elaborar um cronograma formativo integrado com o Centro de Valorização da Educação (CVEDUC).

O primeiro dia de reunião contou com a presença de diretores, secretárias, coordenadores pedagógicos de escolas e chefes de divisão da Seed. O objetivo é garantir que as ações, principalmente de enfrentamento a discriminação, ganhem as salas de aula de forma ainda mais incisiva em 2024.  

“Nós não podemos tolerar racismo, violência, desrespeito dentro das nossas escolas. E uma das grandes pautas é essa. Nós somos uma população do estado de negros, índios, pardos. Vivemos essa diversidade! Então, é mais do que nossa obrigação fortalecer esse debate na educação”, assegurou a secretária de Educação, Sandra Casimiro.

História e cultura afro-brasileira nas escolas

A professora doutora Eliane Cavalleiro, de 56 anos, da Universidade de São Paulo (USP), foi a palestrante convidada na abertura do encontro. Ela considera que houveram avanços desde a aprovação da Lei 10.639 de 2003, mas eles têm sido gradativos e lentos. O texto da lei estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática: "História e Cultura Afro-Brasileira". 

"Devemos avançar, o racismo estrutural tem muita força na sociedade, ele atinge a todas as instituições sociais e também em nível individual. Então esse trabalho nosso de formação para que a lei seja cumprida, tem que ser permanente. Não é apenas uma iniciativa, mas um processo de formação. Porque essa cegueira emocional provocada pelo racismo seduz as pessoas em todos os níveis", considerou a palestrante.

Eliane Cavalleiro já publicou três livros sobre temas relacionados a equidade racial: “O Silêncio do Lar ao Silêncio Escolar”; uma coletânea intitulada: "Racismo e Antirracismo na Educação", e "Veredas das noites sem fim”, um estudo com famílias negras de baixa renda sobre o processo de socialização e a construção do pertencimento racial, este sendo o resultado do doutorado.

O Encontro Sobre Equidade Racial segue nesta quarta-feira, 8, no auditório da Seed de forma presencial e no dia 13 de novembro no formato virtual.

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