Mais de 200 pessoas participam da 'Caminhada Zumbi e Dandara' em celebração ao Mês da Consciência Negra, em Macapá
Ação faz parte do 28º Encontro dos Tambores e reuniu, principalmente, representantes de movimentos sociais que lutam pela igualdade racial.
Caminhada conscientiza sociedade sobre políticas públicas de igualdade racial
Mais de 200 pessoas se reuniram na ‘Caminhada Zumbi e Dandara’, no domingo, 19, para sensibilizar a sociedade amapaense sobre a importância de políticas públicas voltadas à igualdade racial e os direitos da população negra. A atividade faz parte da programação do 28º Encontro dos Tambores, que segue até 26 de novembro, com apoio do Governo do Amapá.
O percurso, conduzido pelo Movimento Negro Unificado, teve início na Praça da Bandeira e seguiu pela Rua General Rondon até chegar ao Centro de Cultura Negra Raimunda Ramos, no bairro Laguinho, em Macapá, onde acontece toda a programação do Encontro dos Tambores.
CONFIRA A PROGRAMAÇÃO DO 28º ENCONTRO DOS TAMBORES
Todo o trajeto foi embalado pelo som envolvente das caixas de marabaixo, a principal manifestação cultural afro-amapaense. A Caminhada traz em seu nome uma homenagem a Zumbi dos Palmares e, sua esposa, Dandara dos Palmares, símbolos da resistência negra à escravidão durante o período do Brasil colonial.
Para a diretora-presidente da Fundação Marabaixo, Josilana Santos, a caminhada sure como um marco crucial para o movimento negro do Amapá e demonstra que a luta pela igualdade racial persiste além do Mês da Consciência Negra, sendo uma batalha diária por direitos.
"Tudo que nós temos hoje é resultado de luta de quem nos antecedeu. A caminhada é um marco, porque nós estamos construindo políticas públicas e políticas afirmativas", pontuou. Resistência
O ator Antônio da Silva, de 46 anos, declarou que a marcha simboliza o progresso do movimento negro no estado e sua busca por autoafirmação. Embora reconheça avanços nas políticas públicas, destacou a necessidade de aprimoramento. Ele expressa a esperança de que a marcha se torne uma tradição anual no calendário de eventos estadual.
"Acho que o movimento tem que estar constantemente lutando pelos seus direitos. A caminhada é importante para essa luta e espero que continue nos próximos anos", disse esperançoso o ator.
É a primeira vez que a cozinheira Ana Cláudia da Silva, de 39 anos, participa da programação do Encontro dos Tambores. Ela esteve na caminhada e considerou o evento importante para fortalecer o movimento. Como pessoa negra, ela considera, houve avanços na sociedade para a ascensão do povo negro.
"Tinha que acontecer mais e mais, e não só no mês de novembro, justo na Semana da Consciência Negra, tinha que acontecer em outros meses do ano. Eu acho que o negro já conquistou muitos espaços na sociedade, mas precisamos avançar mais", afirmou Ana Cláudia.
Programação
O 28º Encontro dos Tambores segue nesta segunda-feira, 20, Dia da Consciência Negra, com a Missa dos Quilombos, no Centro de Cultura Negra Raimunda Ramos, em Macapá. A cerimônia de fé e união das religiões de matriz africana é uma forma de reverenciar as tradições afro- amapaenses e conta com rufar dos tambores, músicas, rodas de marabaixo e apresentações culturais.
O Encontro dos Tambores tem apoio do Governo do Estado em dez dias de celebração pelo Mês da Consciência Negra, com shows, debates sobre igualdade racial, gastronomia e empreendedorismo, com protagonismo para as comunidades negras do Amapá.
A realização é da União dos Negros do Amapá (UNA), em parceria com o Instituto Cultural Língua Solta e Associação Recreativa Piratas Estilizados, com apoio do Governo do Amapá. Em 2023, o evento conta com grupos dos 16 municípios, com hospedagem, alimentação, deslocamento e cachê pagos integralmente pela gestão estadual.
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