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28º Encontro dos Tambores atravessa gerações unindo tradição e história das comunidades afros do Amapá

Herança cultural é revivida durante a ‘Noite das Comunidades' no Centro de Cultura Negra Raimunda Ramos, em Macapá.

Por Mônica Silva
25/11/2023 02h12

Este ano, o Governo do Amapá viabilizou a participação dos grupos tradicionais com transporte, estadia e alimentação

“Mais do que um momento, essa é uma oportunidade valiosa que nos permite reviver nossas histórias, refletir sobre a rica herança cultural afro do Amapá que permeia nossa identidade como povo”, o relato é de Francineura Nery, de 43 anos, ao descrever a participação no 28º Encontro dos Tambores, que tem como palco o Centro de Cultura Negra Raimunda Ramos, no bairro do Laguinho, em Macapá.

Representando a terceira geração do Grupo de Marabaixo São José do Matafome, comunidade localizada a 20 quilômetros de Macapá, Francineura, a mãe Raimunda Nery de Souza, de 68 anos, e a filha, Eloá Nery, de 3 anos, se apresentaram na última "Noite das Comunidades".

“Meus filhos, minha neta e as próximas gerações vão estar sempre presentes. Isso aqui faz parte da construção de nossa identidade. A presença pulsante da cultura negra em nossas tradições, música, dança e o som dos tambores é um reflexo da riqueza que a diversidade é capaz de proporcionar”, disse emocionada dona Raimunda.

Durante a apresentação, a marabaixeira Daniela Ramos, da Associação Cultural Marabaixo do Laguinho, de Macapá, fez questão de destacar a história da Tia Biló, matriarca do Marabaixo, filha do Mestre Julião Ramos, o precursor do Marabaixo no Amapá e líder da comunidade negra nas décadas de 40 e 50, e também o barracão do Mestre Pavão, neto de seu Julião Ramos.

“Temos identidade forte, história e viemos aqui difundir, valorizar, resguardar e salvaguardar a cultura negra do Amapá. Nessa noite tão significativa para nós, resgatamos as raízes passadas e toda a tradição”, relatou Daniela Ramos.

Para apoiar a participação das comunidades rurais e do interior do Amapá, o Governo do Amapá viabilizou o transporte, estadia e alimentação de todos os integrantes dos grupos em Macapá, nos 10 dias de festividade, que encerra neste domingo, 26.

“O marabaixo se fortalece cada vez mais aqui em nosso estado. Sabemos do esforço de cada um de nós, mas o apoio que o Governo do Estado tem dado para a festividade é essencial”, enfatizou Michele Arrelias, de 37 anos, que faz parte do Grupo de Marabaixo Campina Grande, localizado no quilômetro 21 da BR-156. 

Para Ana Lídia Riboli, de 54 anos, que integra o Grupo Raízes do Marabaixo, do município de Mazagão Velho, a participação no evento só foi possível devido ao investimento do Estado. A professora de História, é uma das centenas de pessoas que têm utilizado a estrutura montada na Escola Estadual Azevedo Costa, para se vestir e se alimentar.

“É um momento de celebração, de conscientização sobre a importância da diversidade étnica e do respeito às diferenças. Mas também de agradecimento. Não sou da capital, mas este ano estou podendo participar do encontro com frequência graças a essa assistência, comentou Ana Riboli. 

Público

A “Noite das Comunidades” foi bastante movimentada. O público compareceu em grande número para prestigiar as apresentações dos grupos de marabaixo, batuque e capoeira, que fizeram parte da programação. 

Ao todo, 11 grupos tradicionais do interior e da capital do estado tiveram a oportunidade de mostrar sua forma de preservação da cultura, significados e formação através da dança e do canto. “Não é apenas assistir, mas participar, viver nossa história, tradição. É uma festa maravilhosa”, comentou Creuza Ramos, de 58 anos.

Neta de Julião Ramos e irmã do mestre Pavão, Raimunda Ramos, de 68 anos, fez questão de assistir todas as apresentações. A professora relembrou o tempo em que participava das rodas de marabaixo.

“O evento está lindo, os grupos surpreendem cada vez, em especial do Laguinho, o qual faço parte. Não perdi nenhuma noite e pretendo vir até encerrar a programação”, comentou a professora. 

Encontro dos Tambores

O 28º Encontro dos Tambores é uma realização da União dos Negros do Amapá (UNA) com o Instituto Cultural Língua Solta e Grêmio Recreativo Piratas Estilizados.

O Governo do Estado apoia o evento, que também conta com suporte da ex-deputada estadual, Cristina Almeida, e do vereador Dudu Tavares, que destinaram recursos de emenda para a festividade.

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