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No Amapá, médico da rede estadual de saúde alerta para os perigos da automedicação em casos de suspeita de dengue

Este ano, mais de 1,5 mil casos já foram confirmados pela Superintendência de Vigilância em Saúde.

Por Paolla Gualberto
04/04/2024 07h59

A ingestão medicamentosa inadequada pode agravar o quadro clínico e dificultar a melhora do paciente

Com mais de 1,5 mil casos positivos para dengue este ano, o Governo do Amapá segue com medidas para prevenir e combater o mosquito Aedes Aegypti, transmissor da doença. Para quem apresenta algum sintoma, a orientação é não se automedicar, pois a situação pode se agravar. 

De acordo com o médico Arthur Cunha, é necessário estar atento a qualquer tipo de sintoma, e procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) para mais orientações e realização de exame.

"Pacientes que apresentam sintomas leves, também devem procurar atendimento médico para acompanhamento da doença. Aqueles com sinais e sintomas de gravidade, demandam a realização de exames complementares, observação ou até mesmo internação em unidade de saúde para suporte clínico, cujo principal objetivo é a hidratação venosa", detalha o médico.

A dengue é uma doença febril aguda, sistêmica e dinâmica, variando desde casos assintomáticos a quadros graves, incluindo óbitos. Os primeiros sintomas incluem febre alta, fortes dores de cabeça e atrás dos olhos, náusea, vômitos e vermelhidão na pele.

Sem o tratamento adequado, os sintomas podem evoluir para dor abdominal intensa, respiração ofegante, sangramento de mucosas, desidratação e sensação de boca seca, fadiga, vômito de sangue e outros sinais mais intensos.

A automedicação é um risco para pacientes com suspeita de dengue, pois a ingestão medicamentosa inadequada pode agravar o quadro clínico e dificultar a melhora do paciente.

"O paciente pode desconhecer os efeitos principais e os colaterais de um medicamento. No caso da dengue, diversas medicações podem ser prejudiciais, aumentando a probabilidade de sangramento, como é o caso dos anti-inflamatórios, dos anticoagulantes e dos antiagregantes plaquetários, propiciando a disfunção renal ou do sistema cardiovascular”, ressalta Cunha.

Um dos principais métodos de prevenção contra a doença é eliminar focos de água parada, que podem servir como criadouros do mosquito transmissor da dengue, o Aedes Aegypti. Entre os principais focos estão: vasos de plantas, pneus, garrafas plásticas, tampas de garrafas, piscinas sem uso e calhas.

Situação de emergência

Após registrar aumento no número de casos de dengue, o Governo do Amapá decretou situação de emergência em 10 municípios do estado e coordena ações integradas em diversas frentes de trabalho. 

Foram intensificados os serviços de limpeza nas ruas e residências; palestras educativas nas escolas; capacitação de profissionais de saúde; ampliação de espaço para pacientes com dengue em Oiapoque; abastecimento de medicamentos para tratamento e sintomas da doença e borrifação de inseticida em ruas e residências.   

Vacina contra a dengue

O Governo do Amapá recebe nesta quinta-feira, 4, as primeiras 12 mil doses de vacina contra a dengue, enviadas pelo Ministério da Saúde (MS). A medida faz parte do remanejamento do imunizante de outros estados para acelerar a vacinação.

Na última semana, o governador Clécio Luís e membros da Bancada Federal fizeram a solicitação da inclusão do Amapá no cronograma de redistribuição do MS, após reunião com a ministra Nísia Trindade. O imunizante será distribuído pela SVS. 

Neste primeiro momento, o público alvo da campanha contra a dengue são crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos. O esquema de vacinação será de duas doses com intervalo de três meses entre cada. 

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