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SAÚDE

Governo do Amapá investe em cirurgia inédita para salvar criança com varizes no esôfago

Doença ocorre quando os vasos sanguíneos do esôfago ficam dilatados, podendo provocar sangramentos intensos.

Por Jamile Moreira
07/08/2024 08h17

Procedimento foi realizado no centro cirúrgico do Hospital de Clínicas Alberto Lima

O Governo do Amapá garantiu, mais uma vez, a realização de um procedimento inédito na saúde do estado. Dessa vez, uma cirurgia endoscópica para tratar varizes esofágicas em uma criança de 4 anos de idade. A operação aconteceu na terça-feira, 6, após mobilização da Secretaria de Saúde (Sesa) em contatar especialistas e comprar materiais. 

Como a cirurgia não é disponibilizada na rede pública e privada de saúde do estado, a família do pequeno Elias Barros entrou com o pedido de Tratamento Fora do Domicílio (TFD). Segundo o pai do menino, Josebias Vieira, foram três meses aguardando alguma unidade hospitalar do país ter a vaga, o que não foi possível. Ele conta que a ação do Governo foi essencial para garantir a assistência que o filho precisava.

"Há três meses percebemos que o Elias estava com algum problema e logo fomos atrás de atendimento no Hospital da Criança e Adolescente [HCA], depois de várias internações e exames, conseguimos o diagnóstico, mas infelizmente nenhum estado aceitou realizar o procedimento. Tentamos de todas as formas, pensamos até em vender o que não tínhamos para tentar custear a cirurgia em algum lugar, mas nós não conseguiríamos chegar ao valor necessário", contou o autônomo.

O pequeno Elias junto aos pais, enquanto aguardava a cirurgia

Aliviado com a realização do procedimento, o pai ressaltou ainda que o apoio que recebeu da equipe de profissionais do HCA foi decisivo para a realização da cirurgia do filho. 

Josebias Vieira diz que a expectativa é que o filho tenha uma vida normal após o procedimento"Nós estávamos muito angustiados. Elias piorava e dava muitas entradas no hospital, foi quando a direção abraçou nossa luta e começou a busca por um especialista que realizasse o procedimento aqui no Amapá. Hoje estamos muito felizes por termos conseguido ver nosso filho realizando a cirurgia no nosso estado e perto de nós. Agora, nossa expectativa é que tudo ocorra bem e logo ele volte a ter uma vida normal", contou Vieira, emocionado. 

Para a realização da cirurgia, o Governo do Estado fez a aquisição de todo o material cirúrgico necessário. Com a realização do procedimento foi possível evitar um deslocamento e diminuir a indicação de TFD, explicou a diretora do Hospital da Criança e do Adolescente, Cleude Rodrigues.

Cleude Rodrigues, diretora do HCA "Fizemos uma grande força-tarefa para possibilitar essa cirurgia, conseguimos comprar todos os medicamentos, materiais e correlatos solicitados pelo médico, além de garantirmos toda a estrutura necessária, em parceria com o Hospital de Clínicas Alberto Lima [Hcal], que cedeu uma sala no centro cirúrgico para a operação. Com a nossa integração e a gestão eficiente, conseguimos evitar o deslocamento que tem um custo maior, e mantemos esse paciente perto da família para uma melhor recuperação", destacou Cleude.

O gastroenterologista, Fernando Nascimento, responsável pela cirurgia, teve o apoio do médico Nelson Sato, que veio de São Paulo para participar do procedimento. Ele explica que as varizes esofágicas são dilatações das veias do esôfago, que se tornam tortuosas, e ocorrem devido ao aumento da pressão do sangue dentro delas, correndo o risco de rompimento, causando grandes sangramentos, como era o caso do pequeno Elias.

"Esse é um procedimento que realiza a aplicação de uma cola biológica que é inserida através de uma agulha endoscópica. Essa substância, em contato com o sangue, provoca uma reação química que forma um êmbolo, que se endurece dentro do vaso sanguíneo, obstruindo e evitando que essa criança tenha novos sangramentos", detalhou o médico. 

Procedimento endoscópico foi realizado pela primeira vez no estado

O profissional explicou que Elias ainda passará por mais um procedimento chamado "ligadura elástica", para cessar definitivamente os sangramentos. 

"Ao final de todos os procedimentos esperamos que ele possa se alimentar normalmente, já que hoje ele não come comida sólida, e de acordo com a sua capacidade, levar uma vida normal", completou o gastroenterologista.

Pequeno Elias à caminho da cirurgia

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