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EDUCAÇÃO E CIÊNCIA

Alunos de escola estadual testam método para favorecer reprodução de sementes de jucá e vão representar o Amapá em evento nacional

Estudantes da Escola Araçary Correa Alves conquistaram o 1º lugar na 12ª Feira de Ciências e Engenharia (Feceap), e foram credenciados para o Milset Brasil 2025, no Ceará.

Por Ana Anspach
16/10/2024 13h25

Professor Clodoaldo com os alunos da Escola Estadual Araçary Corrêa Alves, no bairro Perpétuo Socorro, em MacapáAlunos da Escola Estadual Araçary Corrêa Alves, no bairro Perpétuo Socorro, desenvolveram um método para facilitar a reprodução de sementes de jucá, uma árvore amazônica de pequeno porte muito utilizada pela medicina tradicional. A pesquisa conquistou o 1º lugar na 12ª Feira de Ciências e Engenharia do Amapá (Feceap), realizada em setembro pelo Governo do Estado, e vai representar o Amapá na Expo Nacional Milset Brasil 2025, no Ceará.

A árvore tem nome científico de "Caesalpinia ferrea", mas também é conhecida como pau-ferro. O pó da casca dela é usado como chá pela medicina tradicional e para tratamento de problemas no fígado e no estômago, além de cicatrização de feridas, crise asmática, tosse com catarro, diabetes, diarreia e alergia respiratória.

Alunos montando o experimento dentro da sala de aula

A planta foi escolhida pelos alunos, que tem idades entre 6 e 7 anos, por ser conhecida deles e das famílias que a utilizam para fazer remédios caseiros e enfeitar os quintais e jardins. O objetivo do trabalho foi avaliar os efeitos da escarificação mecânica (processo de abrasão ou raspagem) na germinação das sementes de jucá, tornando-as permeáveis à água e ao oxigênio.

Alunos e o professor, Clodoaldo Marques da Costa, montaram o experimento em um viveiro na área interna da escola e por meio de pesquisa, descobriram que a planta tem dormência, que retarda ou impede a germinação das sementes. Foi a partir daí que começaram a estudar métodos para desativá-la a fim de resguardar a perpetuação da espécie.

Alunos regam as mudas diariamente no viveiro montado na área externa da escola estadual

Segundo o professor, ensinar para alunos do 1º ao 5º ano do ensino fundamental, o processo contribuiu muito para a construção do conhecimento das crianças, pois aprenderam na prática, como acontece o desenvolvimento inicial de uma planta.

Professor Clodoaldo Marques da Costa"A partir do projeto, desenvolvemos várias atividades multidisciplinares. Fizemos produção de texto, formação de palavras novas com as sílabas 'jucá', estudamos composição de palavras, trabalhamos as partes das plantas, temos técnicos científicos, construção e análise de tabelas e gráficos, além do processo de germinação, entre outras coisas", destacou Costa.

O professor ressaltou ainda que o projeto também foi vencedor em 1º lugar individual e geral, na Feira de Ciências, Tecnologia e Inovação de Macapá (FECTIMAC).

"Quando o trabalho foi idealizado, sabíamos que teríamos resultados interessantes, mas não esperava que tivéssemos um alcance tão grande. Atualmente, já fomos convidados a apresentar o resultado da nossa pesquisa em eventos da Secretaria de Estado da Educação em conjunto com a Promotoria do Meio Ambiente", disse o professor, empolgado.

O projeto, chamado de “Efeitos da Escarificação Mecânica em Sementes de Jucá”, levou o 1º lugar geral na categoria "Ensino Fundamental I" na Feceap. Agora a pesquisa foi credenciada para fazer parte da Expo Nacional Milset Brasil (Associação Movimento pela Ciência e Aprendizagem), o maior evento itinerante de ciência e tecnologia voltado para alunos de ensino fundamental, médio, técnico e superior, que acontecerá em Fortaleza (CE), em 2025.

Viveiro de jucá construído na área interna da escolaAlunos apresentam o projeto da árvore Jucá durante a 12ª Feceap, em MacapáPesquisa conquistou o 1º lugar na 12ª Feira de Ciências e Engenharia do Amapá (Feceap)

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