‘Estamos sendo ouvidos no nosso território, sem precisar ir à cidade’, conta presidente da comunidade que recebe o 1º Encontro dos Quilombos do Amapá
Joelma Menezes, presidente do Quilombo do Rosa, celebra o encontro como um marco histórico para as comunidades quilombolas e destaca a importância do diálogo com o Governo do Estado.
Joelma Menezes vê o encontro como o compromisso do Governo do Amapá com os quilombosO 1º Encontro dos Quilombos do Amapá, promovido pelo Governo do Estado, é visto por Joelma Menezes, presidente do Quilombo do Rosa, como um momento de união e celebração das conquistas após longas lutas. Ela ressaltou a importância do evento, que reúne mais de 40 comunidades na zona rural de Macapá, para discutir os avanços e os desafios na promoção de políticas públicas afirmativas.
“É muito bom que este encontro esteja acontecendo em um quilombo, porque, geralmente, somos obrigados a sair do nosso território para ir à cidade discutir questões que nos dizem respeito. Hoje, estamos aqui, no nosso espaço, discutindo algo que é para nós e por nós. É um alívio saber que estamos sendo ouvidos no nosso próprio território, e isso precisa ser sempre assim, pois temos esse direito”, destacou Joelma.
Governador Clécio Luís entregou uma placa simbólica para o Quilombo do Rosa
Joelma celebra o encontro como um marco histórico, ressaltando a importância do compromisso das autoridades com as comunidades quilombolas. Ela destacou que sua luta vai além do seu próprio quilombo, abrangendo todas as comunidades, e afirmou que o sentimento do seu povo é compartilhado por todos e que, por isso, está disposta a lutar em qualquer lugar onde sua presença seja necessária.
“Eu não luto só pelo meu quilombo, eu luto por todos. Aonde me chamam eu vou, porque eu sei que a minha dor é a dor de tantas outras pessoas. Esse é o momento da conquista, é o momento em que estamos ao lado de quem tem compromisso com a nossa causa. Este é o primeiro encontro de quilombos do Amapá, e estar aqui no Quilombo do Rosa para celebrá-lo é uma honra”, pontua Joelma.
Momento contou com diversas entregas para beneficiar a população negra do Amapá
Durante a cerimônia, o governador Clécio Luís fez a assinatura do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), que dará acesso a linhas de créditos às comunidades quilombolas, a entrega de quatros Cadastros Ambientais Rurais coletivos, que irá beneficiar 262 famílias, e do selo “Quilombos do Brasil”, do Governo Federal, que identifica produtos de origem étnica e territorial.
A diretora-presidente da Fundação Marabaixo, Josilana Santos, destacou que o melhor lugar para discutir as questões do povo quilombola é no próprio território e comemorou a abertura do mês da consciência negra, reconhecendo que, apesar de algumas pessoas verem como um simples evento, a celebração tem um profundo significado para a vida e a história do povo negro.
“Acima de tudo, é dizer que nós escreveremos a nossa história, que nós, governador, negritaremos todos os governos, e é isso que o senhor está permitindo, que o seu governo seja negritado. Podemos ocupar qualquer espaço, qualquer lugar. E não tem lugar melhor para discutir sobre as nossas vidas do que neste encontro, onde estamos fazendo entregas para o povo no seu lugar de pertencimento”, afirmou Josilana.
Diretora-presidente da Fundação Marabaixo, Josilana Santos
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