'O ensino ajuda a aprimorar o legado da nossa cultura', diz aluna sobre curso de Licenciatura em Educação Escolar Quilombola da Ueap
Keila Cristina, de 40 anos, vai estudar na Escola José Bonifácio, no Curiaú, e destacou a importância da atividade como oportunidade de valorização e crescimento pessoal.
O Governo do Amapá promoveu a Aula Magna inaugural do curso de Licenciatura em Educação Escolar Quilombola, da Universidade do Estado do Amapá (Ueap), reunindo 160 acadêmicos. O evento, histórico para a educação estadual, marcou o início de um novo ciclo para acadêmicos de comunidades e aconteceu na sexta-feira, 24, no auditório da Ueap, no Centro de Macapá.
Com duração de quatro anos e carga horária de 3.600 horas, a licenciatura está estruturada em quatro turmas de 40 alunos cada, distribuídas entre Macapá, no campus da Ueap, Curiaú, na Escola José Bonifácio, e São José do Matapi, na Escola Professor Davi Miranda.
Entre os participantes, Keila Cristina Ataide Santana, de 40 anos, que vai estudar no Curiaú, na Escola José Bonifácio, destacou a importância do curso como oportunidade de valorização cultural e de crescimento pessoal.
“Me senti desafiada a conhecer o que é a educação quilombola, porque faz parte da minha cultura. Nada melhor do que me aperfeiçoar e contribuir com minha comunidade”, afirmou Keila, que já possui formação em Matemática, Direito, e agora busca aprofundar conhecimentos em sua identidade cultural.
A formação tem o objetivo de desenvolver habilidades e competências que capacitem os graduados a atuar na educação infantil, nos anos iniciais do ensino fundamental e na Educação de Jovens e Adultos (EJA), além de possibilitar atuação em coordenação pedagógica e gestão educacional, sempre com foco nas especificidades das comunidades quilombolas amapaenses.
Moradora da comunidade quilombola do Curiaú, Keila acredita que o curso trará impactos significativos para sua localidade, pois muitas pessoas nao tiveram a oportunidade de ter acesso ao ensino superior. Para ela, a educação é essencial na preservação das tradições quilombolas.
“A cultura é um legado que temos, e a educação ajuda a aprimorá-lo. Precisamos crescer na educação para fortalecer nossas raízes e tradições.”
Outro aluno que compartilha essa história é Robson Anunciação do Nascimento, de 43 anos, morador da comunidade São José do Matapi. Formado no Magistério e com formação em informática e culinária, Robson vê no curso a oportunidade de ensinar a comunidade do sobre a cultura e a história quilombola.
“Muitos sabem que são quilombolas, mas não conhecem a fundo a cultura. Quero ensinar e também aprender com essa experiência, contribuindo para a valorização e o fortalecimento da nossa identidade", afirmou o aluno.
Transformando realidades
O curso de Licenciatura em Educação Escolar Quilombola foi idealizado para atender a demanda de professores da educação básica e membros das comunidades quilombolas que ainda não possuem graduação. O objetivo é formar profissionais capacitados para atuar diretamente nas suas comunidades, fortalecendo a educação e preservando as tradições culturais.
A qualificação será ministrada em regime modular, durante os períodos de férias escolares, nos meses de janeiro e julho. Os alunos receberão uma bolsa mensal de R$ 700, financiada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
As aulas do primeiro módulo iniciam nesta segunda-feira, 27, e seguem até 1º de março. O curso é mais uma iniciativa que reforça o compromisso do Governo do Amapá com a educação pública de qualidade e a formação e valorização cultural de nosso estado.
- Horário das aulas:
- Manhã: 8h às 12h;
- Tarde: 14h às 18h.
- Locais das turmas:
- Turmas A e B
Sede da Ueap, Campus I, na Avenida Presidente Vargas, n° 650, bairro Centro; - Turma C
Escola Quilombola Estadual José Bonifácio, no Curiaú; - Turma D
Escola Estadual Professor Davi Miranda, em São José do Matapi.
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