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EMERGÊNCIA PEDIÁTRICA

Governo do Amapá reorganiza fluxo do Pronto Atendimento Infantil para enfrentar alta demanda de pacientes

Desospitalização, reforço nas equipes, dispensação de medicamentos foram algumas das medidas adotadas para atender o aumento expressivo por serviços pediátricos.

Por Karla Marques
19/03/2025 08h05
Média diária no Pronto Atendimento Infantil (PAI) é de aproximadamente 100 crianças

O Governo do Amapá está reorganizando o fluxo do Pronto Atendimento Infantil (PAI), em Macapá, para enfrentar o aumento expressivo na procura por serviços de urgência e emergência pediátrica em decorrência de doenças sazonais neste início de 2025, como problemas respiratórios devido o inverno, que deve ser estender até junho. 

Para atender a alta demanda de pacientes - cuja média diária é de aproximadamente 100 crianças - e garantir um serviço mais ágil e eficiente, o PAI adotou uma série de medidas, entre elas, a desospitalização, entrega de medicamentos para tratamento domiciliar, reorganização de equipes e transferências para hospitais conveniados, a exemplo do Hospital São Camilo, um suporte que desafoga a unidade.

A iniciativa busca melhorar o serviço pediátrico, que é impactado especialmente por casos de baixa complexidade que poderiam ser tratados em Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades de Pronto Atendimento (UPA).

Pediatra Cleison Brasão, responsável técnico dos médicos do Pronto Atendimento Infantil (PAI)

“O PAI é uma unidade de urgência e emergência destinada a casos graves, classificados como amarelo, laranja e vermelho. Porém, atualmente, a nossa maior demanda é de casos verdes e azuis, o que prejudica o atendimento de quem realmente necessita de cuidados especializados", explica o pediatra Cleison Brasão, responsável técnico do PAI.

No mês de janeiro, foram atendidos 2.096 pacientes, desses 1.287 foram classificados com risco verde e azul, que de acordo com o Protocolo de Manchester, são pacientes de baixo risco.

Os casos graves, que são a natureza dos serviços do Pronto Atendimento Infantil, somaram 809 pacientes, sendo 79 com classificação laranja (muito urgente), 729 na cor amarela (urgente) e apenas 1 caso de emergência, que é a cor vermelha. 

Em fevereiro houve uma pequena redução, mas a média geral se manteve alta, principalmente para os casos de baixa complexidade. Durante o mês foram realizados 1.932 atendimentos, dos quais 1.269 deveriam ser destinados às UBSs.

O fluxo de atendimento da unidade reorganizou as equipes por setores para melhorar o atendimento

A desospitalização e o tratamento domiciliar foram adotados para crianças com quadros amenos como pneumonia leve, que recebem alta mais cedo para continuar o tratamento em casa com antibióticos orais, sendo acompanhadas pela UBS mais próxima. Esse método permite liberar leitos e priorizar pacientes que necessitam de internação hospitalar.

Embora o PAI seja uma unidade terciária e não tenha como característica a dispensação de medicamentos, o Governo do Estado passou a fornecer remédios essenciais na alta hospitalar para garantir que o tratamento não seja interrompido em casa.

O hospital também reforçou as equipes de saúde, liberando mais médicos para o atendimento na unidade de acordo com a escala por setores. A "porta de entrada", por exemplo, conta com mais profissionais para o primeiro atendimento da criança. A reorganização inclui ainda:

🔴 Sala Vermelha: área destinada aos casos mais graves, com atendimento exclusivo de pediatras.

🟡 Sala Amarela: atendimento intermediário, com pediatras e outros profissionais treinados para manejar casos moderados

Mesmo com a alta demanda, o PAI mantém um atendimento humanizado, como relatado por Brigitte Melo, mãe da pequena Paloma, de 6 anos de idade, que foi atendida na unidade no dia 28 de fevereiro com sintomas de vômito, diarreia e tosse.

"O atendimento aqui foi imediato, muito melhor do que os que eu busquei em hospitais particulares. Ela foi diagnosticada com pneumonia e ficou internada por 11 dias, recebendo todo o cuidado necessário", disse a mãe, aliviada pela recuperação da filha e o retorno para casa.

Brigitte Melo com a filha, Paloma Melo, que recebeu alta da unidade

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ÁREA: Saúde