‘Quando entrei no quartel, minha arma foi a resistência’, diz tenente-coronel no 1º Encontro de Lideranças Femininas do Amapá
A recém-promovida Ariadiny Meneses foi uma das painelistas da câmara Liderança, e falou da importância de criar redes de apoio feminino.
A câmara L, que compõe a sigla ELAS no 1º Encontro de Lideranças Femininas do Amapá, apoiado pelo Governo do Estado, trouxe a temática "Como o ativismo feminino inspira mulheres em diferentes setores". Compondo o painel, a recém-promovida tenente-coronel Ariadiny Meneses falou sobre os desafios enfrentados na carreira e a importância de construir uma rede de apoio feminina nas instituições militares.
“Enquanto a gente fica quietinha, está tudo bem, mas quando a gente ousa aparecer, aí as coisas começam a mudar. Fui promovida agora em 19 de março, e nesse processo de promoção, o machismo bateu forte, sofri muito e principalmente quando vinha de mulheres. Vi mulheres se posicionando contra a minha promoção, mas eu acho que desde quando eu entrei no quartel, a minha arma foi minha resistência de não me mudar, eu permaneci do jeito que eu sou, com minha essência”, relembrou a tenente-coronel.
Em meio a um ambiente por tanto tempo predominado por homens, a carreira militar ainda é vista como desafiadora, mas, segundo a tenente-coronel, no Estado do Amapá o espaço apresenta avanços quando se tem comandantes que também pensam no coletivo feminino. Ainda, ela retratou que para manter-se firme resistiu sem perder a essência no ambiente de trabalho.
“No curso de formação, as mais antigas falavam que tínhamos que criar uma casca para nos proteger dentro do quartel, mas eu pensei: se eu não fosse eu, não seria feliz, então não perdi a minha gentileza, a alegria de sorrir mesmo em momentos muito difíceis. Não perdi os meus posicionamentos porque eu me considero uma pessoa politizada, mantive a minha essência", finalizou Ariadiny.
1º ELAS
O evento, que iniciou na quinta-feira, 5, conta com mais de 1,7 mulheres inscritas, reunindo lideranças femininas que atuam em diversas áreas nos 16 municípios do estado. A iniciativa, coordenada pela primeira dama do Amapá, Priscilla Flores, marca a construção histórica democrática de propostas concretas para a elaboração de políticas públicas voltadas às mulheres.
O encontro, promovido pelo coletivo de mulheres ELAS, conta também com apoio da Central Única das Favelas (Cufa), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Amapá (Sebrae-AP) e Grupo Equatorial.
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