Força Nacional do SUS visita Hospital de Emergência de Macapá para avaliar impactos do surto de síndromes respiratórias
Equipe técnica do Ministério da Saúde e do Governo do Amapá percorre unidades de saúde para mapear necessidades, reorganizar fluxos e planejar intervenções.
Dando continuidade na agenda de visitas técnicas às unidades de saúde do estado, integrantes da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) estiveram nesta segunda-feira (9) no Hospital de Emergência (HE), em Macapá. A ação integra a força-tarefa do Ministério da Saúde que está no Amapá desde sexta-feira, 6, para colaborar com o Governo do Estado no enfrentamento ao surto de síndromes respiratórias, que tem causado alta demanda por internações, sobretudo entre crianças.
Somente no Hospital de Emergência, foram registrados 23 atendimentos por síndromes respiratórias durante o mês de maio. Do dia 1º de junho até esta segunda-feira, 9, mais 4 casos foram contabilizados. Embora o número de novos registros esteja menor neste início de mês, a vigilância segue reforçada.
A visita ao HE foi acompanhada pelo diretor da unidade, Emanoel Martins, e pelo secretário adjunto de Assistência Hospitalar da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Rinaldo Martins.
A equipe técnica conheceu as instalações do hospital, observou os fluxos de atendimento — desde a entrada do paciente e triagem até os procedimentos clínicos — e conversou com os profissionais da unidade para entender o funcionamento do serviço diante da atual situação epidemiológica.
De acordo com Rinaldo Martins, a atuação da Força Nacional do SUS foi motivada pelo decreto estadual de situação de emergência em saúde pública, assinado pelo governador Clécio Luís.
“Esse decreto foi fundamentado em um boletim epidemiológico da Superintendência de Vigilância em Saúde [SVS] e em avaliações realizadas no Hospital da Criança e do Adolescente [HCA]. O governador então acionou o Ministério da Saúde, que enviou a equipe da Força Nacional do SUS para realizar um diagnóstico situacional e propor ações de intervenção”, explicou o gestor.
Ainda segundo o secretário, o objetivo da visita é avaliar a rede hospitalar em diferentes níveis — da atenção básica à alta complexidade — e elaborar um plano de ação voltado ao enfrentamento das síndromes respiratórias agudas graves (SRAG) e das síndromes gripais, que vêm pressionando o sistema de saúde.
Durante o fim de semana, a equipe da Força Nacional visitou outras unidades, como as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) das zonas Norte e Sul de Macapá, além do Hospital da Criança e do Adolescente (HCA), que registra superlotação. As visitas continuam ao longo da semana, incluindo unidades do município de Santana.
A infectologista Melissa Falcão, colaboradora da Força Nacional do SUS, destacou que a missão do grupo é analisar os serviços de saúde e colaborar com estratégias emergenciais.
"Estamos realizando uma avaliação das estruturas e identificando demandas e necessidades. A partir disso, vamos construir junto ao Estado e aos Municípios um planejamento de atuação. Já observamos que o pico de incidência da síndrome gripal começou a estabilizar, o que nos dá a chance de estruturar melhor o atendimento", destacou Melissa.
Entre as medidas em discussão estão a padronização dos fluxogramas de manejo de pacientes, com orientações sobre exames, acesso a medicamentos e organização do atendimento.
"Existem medicamentos gratuitos para prevenção do agravamento da Covid-19 e da gripe, mas é preciso garantir que a população tenha acesso a eles. Também estamos avaliando a oferta de leitos, inclusive especializados, o que é um desafio nacional e também aqui no estado”, completou Melissa.
A Força Nacional do SUS é composta por profissionais do Ministério da Saúde especializados em resposta a situações de calamidade pública, como surtos, desastres naturais e emergências sanitárias. No Amapá, a equipe atua junto à Sesa, gestores hospitalares e ao Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems).
Ao término das visitas, a equipe técnica deve se reunir com gestores estaduais e municipais para apresentar as recomendações e os encaminhamentos necessários para fortalecer a resposta do sistema de saúde ao surto e evitar novas complicações nos próximos meses.
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