Curso de Assistência Técnica e Extensão Rural do Governo do Amapá fortalece vínculos e saberes indígenas em Oiapoque
A formação segue até sexta-feira, 18, e busca construir soluções sustentáveis para territórios indígenas, especialmente frente a desafios como a praga vassoura-de-bruxa.

Nesta terça-feira, 15, o curso Instrumental de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) Socioambiental para Famílias Indígenas, promovido pelo Governo do Amapá em Oiapoque, foi marcado por momentos de intensa troca de saberes entre os agentes ambientais e territoriais indígenas (Agamins), lideranças técnicas das aldeias e os técnicos do Instituto de Extensão, Assistência e Desenvolvimento Rural do Amapá (Rurap).
A formação, que segue até sexta-feira, 18, busca construir soluções sustentáveis para os territórios indígenas, especialmente frente a desafios como a praga da bruxa-da-mandioca, que ameaça a produção de um dos alimentos-base da cultura indígena: a mandioca.
Fruto de uma articulação entre o Conselho de Caciques dos Povos Indígenas do Oiapoque (CCPIO) e a Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater), o programa foi pensado a partir das demandas dos próprios povos originários. A proposta é reforçar a agricultura tradicional com base no diálogo entre o conhecimento ancestral e as ferramentas da assistência técnica.
A programação inclui rodas de conversa, dinâmicas e oficinas que aproximam saberes tradicionais e conhecimentos técnicos, numa construção conjunta que fortalece vínculos e amplia horizontes. Para o diretor-presidente do Rurap, Kelson Vaz, a iniciativa marca um avanço importante na construção de políticas públicas mais respeitosas e efetivas.
“Estamos trabalhando com respeito e escuta. Os Agamins são multiplicadores dentro das aldeias e, com o apoio dos nossos técnicos, vão levar alternativas reais para melhorar a produção e garantir segurança alimentar às comunidades”, afirmou o diretor-presidente.

O diretor da Anater, Camilo Capiberibe, reforçou a importância da ação como símbolo de um novo momento da política pública de extensão rural no país. “Esse curso simboliza o novo momento da extensão rural no Brasil. A ATER Socioambiental tem o papel de fortalecer a autonomia dos povos indígenas com práticas sustentáveis, respeitando suas culturas e modos de vida”, destacou.
A extensionista do Rurap, Fátima do Nascimento, que acompanha de perto as ações junto às aldeias, ressaltou o protagonismo indígena no processo. “É gratificante ver como eles estão abertos ao diálogo e ao aprendizado. São lideranças comprometidas com suas aldeias, e nossa missão é estar ao lado deles, contribuindo com ferramentas que respeitam a floresta, o solo e a cultura”, pontuou.
O Agamin participante, Galibi Marworno, Gilmar Nunes, também compartilhou o impacto da formação em sua missão como liderança comunitária. “Esse curso é muito importante pra mim. Eu vou levar esse conhecimento pra dentro da aldeia, principalmente agora que estamos enfrentando a bruxa da mandioca. O que estou aprendendo aqui vai ajudar a orientar nossa comunidade sobre como recuperar nossas roças e preservar o meio ambiente”, garantiu Gilmar.
O Programa ATER Indígenas do Oiapoque é considerado pioneiro no país por unir a atuação de órgãos estaduais e federais com a sabedoria dos povos indígenas, promovendo soberania alimentar, valorização cultural e desenvolvimento sustentável.
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