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CARNAVAL 2026

Com apoio do Governo do Estado e Liesap, seletiva do samba-enredo da Mangueira que homenageia o 'Mestre Sacaca' é sucesso de público no Amapá

Evento celebrou a cultura amapaense em uma noite de exaltação aos talentos locais.

Por Redação
24/08/2025 14h11

Colaboração: Maria Clara Prudêncio

Seis composições de sambistas do Amapá disputaram a vaga para representar o estado na final do concurso

A etapa estadual do concurso de samba-enredo da Estação Primeira de Mangueira foi sucesso de público no sábado, 23, no Trapiche Santa Inês, na Orla de Macapá. Seis composições de sambistas do Amapá disputaram a vaga para representar o estado na final do concurso, que acontece no dia 27 de setembro, no Rio de Janeiro. Os sambas 103 e 105 foram os selecionados para a finalíssima. O enredo da escola para o Carnaval 2026 é “Mestre Sacaca do Encanto Tucuju - O Guardião da Amazônia Negra”. 

O tema exalta uma das figuras mais simbólicas da cultura e sabedoria popular amazônica, Raimundo dos Santos Souza, o "Mestre Sacaca". Um dos fundadores da União dos Negros do Amapá (UNE), mestre da caixa de marabaixo e coroado rei momo por mais de 20 anos, Sacaca era conhecido por sua alegria e irreverência nos desfiles do samba amapaense. Inspirados por sua história e legado, os artistas locais transformaram em poesia a força da Amazônia Negra, referenciando temas que unem memória, identidade e resistência cultural.

O tema exalta uma das figuras mais simbólicas da cultura e sabedoria popular amazônica, o "Mestre Sacaca"

A paixão pelo samba é uma expressão da cultura negra amapaense, e para Leuziane Ramos, de 50 anos, o evento é uma celebração da ancestralidade e de uma figura histórica do Amapá. Ela também conta que é admiradora da Mangueira no carnaval carioca, mas localmente, o coração bate mais forte para a Boêmios do Laguinho - assim como o grande boemista Mestre Sacaca.

A boemista Leuziane Ramos aproveita a noite para celebrar a história do Mestre Sacaca

“Eu gosto de samba e estou aqui para curtir. É um evento belíssimo, com muitos apreciadores da música envolvidos. Uma homenagem linda para o nosso grande Sacaca, que é um ícone do nosso estado. Mas, além disso, é importante para nossa comunidade negra e amazônida, com uma história muito ligada à nossa ancestralidade, que representa muito a nossa cultura e modos de vida”, relatou Leuziane.

Entre os muitos apaixonados pelo carnaval e que acompanharam a seletiva no Trapiche Santa Inês, estava a professora Valquíria Monteiro, de 51 anos. Amante da música e da cultura popular, ela acompanhou cada momento da festa com muita alegria e emoção.

Valquíria Monteiro é apaixonada pela Mangueira desde pequena

“Sempre fui Mangueira, desde pequenininha, e aqui no Amapá sou Maracatu da Favela, então sou duplamente verde e rosa. Tô achando incrível esse momento para o nosso estado, com esse intercâmbio cultural entre o Rio de Janeiro e o Amapá. É uma festa linda, organizada e muito família. Tô muito feliz de poder fazer parte desse momento tão importante para a nossa cultura”, declarou Valquíria.

O evento marcou a primeira vez que o Amapá sediou a seletiva cultural da escola verde e rosa, resultado de um diálogo do governador Clécio Luís e a presidente da Mangueira, Guanayra Firmino, articulado pelo presidente do Senado Federal, senador Davi Alcolumbre, com parceria entre o Governo do Estado e a Liga Independente das Escolas de Samba (Liesap). 

Foi a primeira vez que o Amapá sediou a seletiva cultural da escola verde e rosa

A programação da seletiva contou com uma animada Roda de Samba com Vitinho Oliveira, Marcelinho do Cavaco e convidados, seguido pelo Assentamento do Chão pela Mangueira e apresentações das escolas de samba do Amapá. O concurso de samba-enredo da Mangueira movimentou a noite, que também incluiu um show especial da Mangueira e da cantora Karinah. 

O momento mais aguardado da noite ficou para o final, com o emocionante anúncio dos sambas vencedores. Dois enredos amapaenses foram escolhidos: o número 103, com autoria de Verônica dos Tambores, Piedade Videira, Laura do Marabaixo, Antônio Neto, Clovis Junior e Marcelo Zona Sul, e o samba 105, assinado pelos compositores Francisco Lino, Hickaro Silva, Camila Lopes, Silmara Lobato e Bruno Costa.

O concurso de samba-enredo da Mangueira movimentou a noite, que também incluiu um show especial da Mangueira

Os 100 anos do Mestre Sacaca

Em 2026, o carnaval vai celebrar os 100 anos do nascimento de Mestre Sacaca, uma data simbólica que reforça a importância de sua trajetória para a cultura do Amapá e do Brasil. A Mangueira, uma das escolas mais tradicionais do carnaval do Rio de Janeiro, levará para a avenida um enredo que revela as raízes e as singularidades da Amazônia amapaense, tendo a história de Sacaca como fio condutor. 

O enredo destaca seus conhecimentos populares no tratamento de doenças e no cuidado com a comunidade, por meio de práticas como unguentos, garrafadas e chás. Mestre Sacaca era um curandeiro conhecido por sua ligação com a floresta, as ervas e os saberes tradicionais das comunidades afro-indígenas e ribeirinhas. A representação de sua história no enredo da Mangueira também marca um momento importante para a escola, que pela primeira vez busca destacar às tradições e saberes culturais da Amazônia e das populações originárias.

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