Cerca de 50% dos casos atendidos no Hospital de Emergência de Macapá não tem gravidade e poderiam ser resolvidos em UBSs e UPAs
Fluxo incorreto sobrecarrega a estrutura e compromete o atendimento de quem realmente precisa de socorro imediato, com risco iminente de vida.

Apesar das orientações e acolhimento com classificação de risco, os casos de baixa complexidade atendidos no Hospital de Emergência (HE), em Macapá, ainda são elevados. De acordo com a triagem, cerca de 50% das pessoas apresentam sintomas leves, que poderiam ser resolvidos em Unidades Básicas de Saúde (UBSs) ou Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).
Esse fluxo incorreto sobrecarrega a estrutura e compromete o atendimento de quem realmente precisa de socorro imediato, com risco iminente de vida. Os dados são baseados no Protocolo de Manchester, método de triagem que classifica o atendimento por nível de gravidade do quadro clínico do paciente.

"Entendemos a preocupação das pessoas em buscar atendimento, especialmente quando se trata da saúde da família. No entanto, é fundamental que a população saiba que nem toda situação configura uma emergência. Muitas vezes, sintomas leves ou problemas de baixa complexidade podem ser resolvidos rapidamente nas UBSs ou UPAs, que estão preparadas para esse tipo de atendimento", explica Marconi Júnior, enfermeiro do HE.
Só no primeiro semestre de 2025, entre janeiro e junho, foram mais de 40 mil ocorrências. Desses, 70,5% dos atendimentos foram clínicos, enquanto os casos de trauma representaram 29,5%. O levantamento da triagem do hospital aponta que, diariamente, pacientes com demandas próprias da atenção básica buscam o HE. São casos de:
- Infecção urinária;
- Vômito, náuseas ou insônia;
- Doenças de pele e unha encravada;
- Garganta inflamada;
- Troca de sondas vesicais ou nasogástricas;
- Dor de vesícula leve;
- Renovação de receitas médicas (inclusive de controlados);
- Lavagem de ouvido;
- Suspeita de dengue e realização de testes rápidos;
- Gestantes (que são orientadas a buscar o Hospital da Mulher Mãe Luzia).

Os casos de emergência são aqueles em que há risco de morte, sofrimento intenso ou possibilidade de sequelas graves, e exigem ação rápida e especializada. Entre as ocorrências que devem ser atendidas no HE estão:
- Parada cardíaca ou respiratória;
- Convulsões;
- Emergência hipertensiva não controlada;
- AVC (derrame) e infarto;
- Surtos psicóticos;
- Diabetes descompensada;
- Suspeita de apendicite;
- Traumas graves, como acidentes automobilísticos;
- Acidentes com animais peçonhentos (picadas de cobra e escorpião);
- Mordidas de cães (antirrábica disponível apenas no HE);
- Queimaduras, escalpelamento, afogamentos e envenenamentos;
- Tentativas de suicídio;
- Ferimentos por tiros ou arma branca;
- Doenças abdominais agudas e traumas oculares.

Confira a classificação com base no Protocolo de Manchester:
🔴 Risco vermelho (emergência);
🟠 Risco laranja (muito urgente);
🟡 Risco amarelo (urgente);
🟢 Risco verde (pouco urgente);
🔵 Risco azul (não urgente).
UBS x UPA
Cada tipo de unidade tem um papel específico dentro da rede pública de saúde. As UBSs estão preparadas para consultas, acompanhamento de doenças crônicas, vacinação, testes rápidos e pequenos procedimentos. Já as UPAs funcionam como retaguarda para situações que exigem atendimento mais ágil, mas sem risco iminente de morte.
“Ao utilizar corretamente esses serviços, além de receber cuidados mais adequados ao seu caso, o paciente contribui para que o Hospital de Emergência consiga atender com rapidez e eficiência quem realmente está em risco de vida. A colaboração de todos é essencial para manter a qualidade do atendimento e evitar a superlotação do HE.", reforça o enfermeiro Marconi.
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