COP Quilombola da Amazônia avança em debates sobre crise climática e estratégias de atuação rumo à COP-30
Governo do Estado do Amapá promove diálogos sobre racismo ambiental, financiamento climático e defesa dos territórios quilombolas.

Nesta quarta-feira, 24, a COP Quilombola da Amazônia chega no terceiro dia de programação no Centro de Cultura Negra do Amapá (CCNA), em Macapá. O encontro, realizado pelo Governo do Estado em parceria com a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), segue fortalecendo a participação das comunidades quilombolas na construção da agenda rumo à COP-30, que acontecerá em novembro, em Belém (PA).

A programação desta quarta-feira teve início com a análise do documento base e a apresentação da minuta inicial que reúne as primeiras impressões e propostas das lideranças. Ao longo do dia, os participantes discutem temas como crise climática e seus impactos nos territórios quilombolas, estratégias de comunicação e incidência política, além de grupos de trabalho sobre racismo ambiental, financiamento climático e defesa dos povos afrodescendentes.
O debate sobre “Quilombos e Crise Climática: Impactos e Resistências” ocupa posição central, trazendo reflexões sobre os desafios enfrentados pelas comunidades diante das mudanças ambientais e a importância da resistência coletiva. Outro destaque é o plano de comunicação para a COP-30, conduzido pelo coletivo da CONAQ e pelo Instituto Socioambiental (ISA), que busca fortalecer a divulgação das pautas quilombolas no evento internacional.

Também fazem parte da programação apresentações de entidades como a Malungu, que compartilha experiências de mobilização no Pará, e diálogos sobre o credenciamento e participação das comunidades quilombolas na COP-30, como diz Lailton Rodrigues da coordenação executiva da organização das comunidades quilombolas do estado no Pará.

"A gente está aqui na Pré-COP para mostrar os desafios que as comunidades quilombolas enfrentam. Sofremos com as mudanças climáticas, com violações constantes e, principalmente, com a demora na titulação dos nossos territórios. Nossas terras e culturas estão sendo violadas, mesmo com os direitos garantidos pela constituição. É preocupante ver que, mesmo com a COP acontecendo no Pará, nós quilombolas corremos o risco de ficar de fora das mesas de discussão, sem voz e sem credenciais. A Pré-COP é fundamental porque aqui conseguimos reunir lideranças de todo o Brasil para construir um documento único, que é como se fosse o nosso ‘TCC’, onde colocamos nossas reivindicações e mostramos ao mundo a luta e a resistência dos quilombos. Quero agradecer ao Governo do Amapá por abrir esse espaço e garantir que nossas vozes sejam ouvidas", comentou Lailton.
A COP Quilombola da Amazônia segue até a próxima sexta-feira, 26, reunindo representantes de 20 estados brasileiros, além de convidados internacionais da Colômbia e do Peru. A expectativa é que ao final do encontro seja consolidada a Carta do Amapá, documento coletivo que vai expressar os principais pontos de reivindicação e propostas das comunidades quilombolas para a COP-30.
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