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EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA

'Sabão do Bem': projeto escolar em Macapá transforma aprendizado em empreendedorismo e consciência ambiental

Com apoio do Governo do Amapá, iniciativa da Escola Estadual Esther Virgolino une sustentabilidade, geração de renda e formação empreendedora há 10 anos na capital amapaense.

Por Marcio Bezerra
07/11/2025 11h01
Em aula prática, estudantes e professora da Escola Estadual Esther Virgolino produzem sabões ecológicos pelo projeto ’Sabão do Bem’

Com foco no empreendedorismo e na sustentabilidade, o projeto 'Sabão do Bem' vem transformando o cotidiano dos estudantes da Escola Estadual Esther Virgolino, na Zona Norte de Macapá (AP). Criado há uma década, o projeto ultrapassou as fronteiras da sala de aula e se consolidou como uma experiência de aprendizado profissional e ecológico, envolvendo todas as turmas da instituição.

Jack Corrêa, diretor da Escola Esther da Silva Virgolino

O diretor da escola, Jack Corrêa, explica que tudo começou com a intenção de gerar renda extra para famílias de alunos e, ao mesmo tempo, aproveitar o potencial criativo e produtivo dos estudantes.

“O projeto foi criado para auxiliar essas famílias e dar uma ocupação produtiva para os alunos. A iniciativa cresceu tanto que se tornou referência dentro e fora da escola”, compartilhou Corrêa.

Hoje, o 'Sabão do Bem' atua em parceria com instituições e estabelecimentos comerciais que doam o óleo usado para a fabricação de sabão em barra, detergente, desinfetante e sabonetes. 

“Queremos escoar a produção e firmar parcerias com outras escolas públicas. Uma parte do lucro é reinvestida no próprio projeto e na estrutura da escola", completou.

Após as aulas práticas, os estudantes recebem informações teóricas sobre química

A professora de química Alessandra Raiol é uma das responsáveis por manter o projeto vivo e atualizado. Desde 2015, ela orienta turmas do ensino regular e da Educação de Jovens e Adultos (EJA), envolvendo estudantes de diferentes idades em um trabalho que alia ciência, sustentabilidade e empreendedorismo.

Alessandra Raiol, professora de Química da Escola Estadual Esther da Silva Virgolino

“Quando comecei a lecionar à noite, muitas alunas desistiam por questões financeiras. Então pensei: e se criássemos uma forma de gerar renda e, ao mesmo tempo, aplicar o conteúdo de química? Assim nasceu o projeto”, relembra a professora.

O ponto de partida foi simples, reutilizar óleo de cozinha descartado por restaurantes e lanchonetes. Com o apoio de parceiros locais e do Sebrae, a equipe passou a coletar o material e transformá-lo em sabões e sabonetes de alta qualidade.

“Nós nunca usamos óleo novo. Trabalhamos com o conceito de economia circular e devolvemos ao meio ambiente o que seria descartado. Isso gera consciência e orgulho nos alunos”, disse Alessandra.

Com o tempo, o projeto cresceu e conquistou autonomia. Após uma doação inicial da Ordem Paramaçônica Amazônia do Setentrião, os próprios estudantes passaram a autogerir os recursos, vendendo os produtos para manter a oficina, hoje chamada de “Fábrica de Sabão”.

A professora ressalta que os alunos também recebem certificação em Saboaria, Empreendedorismo e Marketing Digital, fortalecendo a formação técnica e profissional.

O 'Sabão do Bem' não parou na produção de sabão. A oficina se transformou em um espaço de criação e reciclagem, onde são feitos artesanatos, velas aromáticas, vasos e até vassouras com garrafa PET.

“A fábrica cresceu. Hoje, além do sabão, produzimos diversos itens reciclados. É uma grande oficina de economia circular, aberta para a criatividade dos alunos”, completa a professora.

Fábrica de Sabão, espaço de criação, reciclagem e aprendizado profissional e sustentável

Além do viés ecológico e econômico, o projeto também tem um caráter social, parte da renda é usada para ajudar na formatura dos alunos do 3º ano e para manter o Natal Solidário, ação que distribui cestas básicas a famílias carentes da comunidade escolar.

Para Sara Letícia, de 15 anos, estudante do 1º ano do ensino médio, o projeto é mais do que uma atividade escolar, é uma oportunidade de transformação.

“É muito interessante, porque além de aprender, a gente pode fazer o sabão em casa e até vender. É bom para o meio ambiente e para quem quer começar a ter sua própria renda”, conta a estudante.

Sara Letícia, estudante do 1º ano do ensino médio

Sara representa a nova geração de alunos que chega à escola já com o desejo de participar da iniciativa. Segundo a professora Alessandra, muitos estudantes ingressam na Esther Virgolino motivados pelo 'Sabão do Bem' e pelo desejo de fazer parte dessa história de sucesso.

10 anos de transformação e futuro promissor
O projeto completa 10 anos de atividades em 2025, consolidando-se como uma das iniciativas educacionais mais duradouras e inspiradoras do Amapá. Para o diretor Jack Corrêa, o segredo do sucesso é simples: educar com propósito.

“O Sabão do Bem mostra que a escola pode ser espaço de inovação, solidariedade e sustentabilidade. Nossos alunos aprendem, produzem, ajudam o meio ambiente e ainda constroem um futuro melhor", finalizou.

Com o apoio do Governo do Amapá, o projeto 'Sabão do Bem' reafirma o compromisso da rede estadual de ensino com a formação integral dos estudantes, valorizando práticas que unem sustentabilidade, empreendedorismo e responsabilidade social. 

Iniciativas como essa mostram que a educação pública amapaense está comprometida em formar cidadãos conscientes, criativos e protagonistas das transformações em suas comunidades, fortalecendo uma cultura de inovação e cuidado com o meio ambiente.

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ÁREA: Educação