Agência de Notícias do Amapá
portal.ap.gov.br
Ferramenta de pesquisa
ÁREA DE GOVERNO
TAGS
LOCALIDADES
CONTEÚDO
PERÍODO
De
A
HOSPITAL DE EMERGÊNCIA

Hospital de Emergência atende mais de 4,3 mil pacientes por mês; 70% dos casos não se enquadram em média e alta complexidade

Maior parte dos atendimentos podem ser resolvidos em Unidades Básicas de Saúde e Unidades de Pronto Atendimento. Triagem na porta de entrada segue o Protocolo de Manchester.

Por Karla Marques
11/11/2025 14h01
Mais de 70% desses casos não se enquadram no perfil de média e alta complexidade que o hospital deve atender.

O Hospital de Emergências (HE) de Macapá é a principal porta de entrada para casos graves de saúde no estado, sendo o pronto atendimento clínico o setor com maior fluxo da unidade, recebendo uma média de 4,3 mil pacientes por mês, segundo dados do serviço de enfermagem. No entanto, mais de 70% desses casos não se enquadram no perfil de média e alta complexidade que o hospital deve atender.

De acordo com Célio Monteiro Junior, responsável técnico da enfermagem do Pronto Atendimento Clínico, o hospital foi estruturado para tratar pacientes em risco iminente de morte, como casos de infarto, AVC, traumas graves e vítimas de acidentes de trânsito.

Célio Monteiro Junior, responsável técnico da enfermagem do Pronto Atendimento Clínico

“Por definição, o HE é um hospital de média e alta complexidade. A gente deveria atender pacientes com risco iminente de morte, mas por conta da resolutividade do hospital e da presença de especialistas 24 horas, a população busca o atendimento aqui até para situações que poderiam ser resolvidas nas UBSs ou UPAs”, explica Célio.

O setor clínico funciona com uma média de três a quatro médicos por turno, tanto no atendimento clínico quanto no de trauma, garantindo a assistência 24 horas. Diariamente, cerca de 174 pacientes clínicos passam pela triagem do hospital, número que aumenta em períodos festivos ou de sazonalidade.

Classificação de risco

A triagem na porta de entrada segue o Protocolo de Manchester, que organiza os atendimentos por prioridade, conforme a gravidade dos sintomas.

  • Vermelho: emergência – atendimento imediato;
  • Laranja: muito urgente;
  • Amarelo: urgente;
  • Verde: pouco urgente;
  • Azul: não urgente.

“Os pacientes classificados como verde e azul deveriam ser atendidos em UBSs, enquanto os amarelos são casos para as UPAs. O HE é o local para os perfis vermelho e laranja, que são urgências e emergências”, detalha o enfermeiro.

Mesmo assim, mais de 3,6 mil dos atendimentos mensais são de casos de baixo risco. São pacientes que acabam sendo acolhidos, porque saúde é um direito de todos, mas que poderiam ser atendidos com mais rapidez na atenção primária.

A triagem na porta de entrada segue o Protocolo de Manchester, que organiza os atendimentos por prioridade, conforme a gravidade dos sintomas.

Atendimento e estrutura

Por ser um hospital de referência estadual, o HE possui serviços de apoio e diagnóstico 24 horas, como laboratório, raio-X, tomografia, ultrassonografia e ecocardiograma, além de centro cirúrgico ativo voltado às urgências e emergências.

“O hospital precisa manter o centro cirúrgico livre para as ocorrências graves que chegam a qualquer hora, e não para cirurgias eletivas. Esse é o papel de outras unidades como o Hospital de Clínicas Dr. Alberto Lima ou o Hospital Universitário. Por isso, é importante orientar a população sobre o fluxo correto de atendimento na rede”, reforça Célio Monteiro.

Cerca de 4,3 mil atendimentos são realizados mensalmente

Segundo ele, a triagem conta atualmente com um médico dedicado exclusivamente à   classificação risco, o que permite identificar rapidamente casos que não são perfil do HE e direcionar o paciente ao serviço adequado.

Um dos principais desafios da equipe é conscientizar a população sobre a função de cada unidade de saúde. As UBSs (Unidades Básicas de Saúde) são responsáveis por consultas de rotina, acompanhamento de doenças crônicas, vacinação e pequenos procedimentos. Já as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) funcionam como retaguarda, prestando assistência imediata a pacientes que precisam de atendimento rápido, mas sem risco iminente de morte.

“É um trabalho cultural de orientação. Muitos pacientes procuram o HE por confiança na resolutividade, mas é importante entender que a estrutura precisa estar sempre disponível para as urgências verdadeiras, como um AVC ou um infarto”, ressalta Célio Monteiro.

Quem acompanha o dia a dia do hospital percebe a importância do serviço. Maria Nazete Miranda, de 58 anos, acompanha o esposo Luiz Cláudio da Costa Miranda, policial militar internado após uma cirurgia cardíaca.

“Estou conhecendo bastante esse lado do HE agora, porque estamos vindo sempre pra cá. Graças a Deus estamos sendo bem atendidos, o tratamento do meu marido está sendo feito direitinho e os pacientes em geral também estão sendo bem cuidados. Isso é uma bênção, porque a gente precisa desse atendimento e está tudo funcionando direitinho”, contou.

Maria Nazaré Miranda e esposo Luiz Cláudio da Costa Miranda

Rede de atenção

O HE atende pacientes adultos de todo o Amapá e de ilhas do Pará, recebendo tanto os que chegam por meios próprios quanto os encaminhados por ambulâncias do Samu e unidades de saúde. Apesar da alta demanda, a equipe reforça que a organização da rede é essencial para garantir o funcionamento do sistema.

“O HE é um hospital de urgência e emergência, e precisa estar sempre disponível para salvar vidas. Para isso, é importante que cada unidade cumpra seu papel e que o paciente procure o serviço certo, no momento certo”, conclui Célio Monteiro.

Fique por dentro das notícias do Governo do Amapá no ==> Instagram e Facebook.
Siga o canal do Governo do Amapá no WhatsApp e receba notícias em primeira mão!

ÁREA: Saúde
TAGS: SesaHE