Empresas iniciam credenciamento na Zona Franca Verde
O pedido aconteceu após a definição e aprovação dos critérios que vão gerar incentivos fiscais na utilização matéria-prima regional em produção industrial.
A empresa amapaense que atua desde 1965 na produção de sorvetes e picolés, utilizando frutas típicas da região, deverá ser a primeira beneficiada dentro do novo espaço econômico, que tem como principal atrativo a isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
O credenciamento foi entregue ao ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro e ao superintendente adjunto de Planejamento e Desenvolvimento Regional da Suframa, Marcelo Souza, durante o Seminário “Zona Franca Verde, Oportunidade de Desenvolvimento para o Amapá”, realizado no auditório do Sesi.
Abrindo portas
Para o diretor-administrativo da fábrica de sorvete “QSabor!”, José Carlos Ferreira, a ZFV abre uma porta para as empresas amapaenses, possibilitando que busquem novas oportunidades até mesmo no mercado exterior.
Ele destaca que, com perspectiva na exportação, a empresa já contratou um consultor de mercado internacional para discutir as possibilidades de expansão do negócio.
Outras empresas e cooperativas já instaladas no Amapá, além de novos investidores que se enquadram na ZFV, também realizarão o credenciamento para que nos próximos meses já sejam beneficiadas pelos incentivos.
Uma indústria de ração que deve iniciar suas atividades em um mês no Amapá, também será uma das beneficiadas com a nova regulamentação. O empreendimento, que faz parte de um grupo paulista, chegou ao Estado atraído, principalmente, pelo posicionamento geográfico do Amapá. A empresa recebeu do Governo do Estado um termo de concessão de área para se instalar no Parque Industrial de Macapá e Santana. “Quando desenvolvi esse projeto e fiz todas as pesquisas para implantar a fábrica no Estado, eu não conhecia a ZFV. Com a proposta, teremos a oportunidade de oferecer um produto de qualidade, com custo mais baixo”, afirma o proprietário da fábrica, Thiago Versoza.
O investimento da empresa será de R$ 67 milhões e a fábrica produzirá 9,6 mil toneladas de ração por mês, o equivalente a 400 carretas. A produção de ração também deverá estimular outras atividades, como a criação de frangos. “Aqui é um ponto estratégico. Nossa proposta é, além do mercado externo, atender também o mercado local, gerando novas oportunidades para os criadores”, destacou.
Setor agrícola
Cinquenta cooperativistas do Estado, que reúne quase 6 mil trabalhadores das áreas do setor agrícola e que exploram produtos do extrativismo para alimentos, cosméticos e outras aplicações, também deverão ser beneficiadas com a Zona Franca Verde. O setor de produção (oleiro, cerâmico e madeira) também está incluso.
De acordo com o presidente do Sistema Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) Amapá, Gilcimar Barros Pureza, as cooperativas já estão se adequando para se enquadrarem à ZFV.
Para Pureza, a Zona Franca Verde traz a oportunidade que o Amapá precisava. Ele acredita que, com esse conjunto de incentivos e facilidades, tudo que sempre foi potencial deverá ser transformado em negócio. “Esses produtos não estarão mais apenas na mesa do amapaense. Em um ano e meio teremos a possibilidade de fazer essas agroindústrias funcionarem, enquadradas na regulamentação da ZFV”, explica.
Segundo o presidente da OCB, o Amapá já possui vantagem logística, pela posição geográfica, mas ainda precisava de vantagens competitivas para produzir. “A aquisição de tecnologia é cara, mas com incentivos fiscais vamos ganhar fôlego e condições para empreendermos. Temos muita gente no Amapá com vontade e capacidade de fazer negócio”, destacou.
Recepção de investimentos
O presidente da Agência Amapá de Desenvolvimento Econômico, Eliezir Viterbino, disse que a melhor forma de recepcionar qualquer projeto é com incentivos locais. “A partir de agora estamos recadastrando e procurando os empreendimentos locais que possam ser inseridos na ZFV. Ao mesmo tempo, estamos recepcionando as empresas de fora e também buscando incentivos federais. Precisamos de recursos para investir nessas áreas, urbanizá-las industrialmente”, comentou.
O governador Waldez Góes destacou que esse é um momento não apenas de comemoração das conquistas, mas também de pactuar novos desafios. “O Amapá sempre foi um dos grandes exportadores de matéria-prima. Esse novo modelo vai nos permitir verticalizar, agregar valor, gerar emprego e renda”, adiantou.
Regularização fundiária
De acordo com o chefe do Executivo estadual, é preciso agora avançar na regularização fundiária no Estado, além de investir em pesquisa e tecnologia. “Essa é uma demanda que a classe política do Amapá deve se manter mobilizada, para não frustrarmos o marco regulatório”, alertou Waldez Góes.
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro declarou que a ZFV é um instrumento para que se fortaleça um desenvolvimento mais harmônico e equilibrado. Para ele, o dispositivo também um marco de melhor aproveitamento dos recursos naturais. “O futuro aponta para um modelo de desenvolvimento sustentável, no aproveitamento ambientalmente correto dos recursos naturais”, previu.
Outro ponto destacado pelo ministro é a construção de um padrão de inserção do Amapá no comércio exterior. Ele informou que a Agência de Promoção de Exportações e a Secretária de Comercio Exterior do Ministério vão instalar em maio, um Comitê Estadual do Plano de Futuro Exportadores no Amapá. “Vamos trabalhar junto com as empresas através de um processo de articulação, com várias instituições, para ajudar, apoiar e capacitar as empresas, para se integrarem ao comércio exterior. Serão orientações, qualificação e consultoria, adequando os produtos e identificando mercados”, finalizou.
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