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Regiões do Amapá são indicadas para projeto Mercados Verdes e Consumo Sustentável

A escolha envolveu critérios como não possuir conflitos agrários e ter grande biodiversidade

Por Redação
24/05/2017 19h30

Nesta quarta-feira, 24, ocorreu a segunda etapa da reunião de planejamento do Mercados Verdes e Consumo Sustentável, uma iniciativa da Cooperativa Técnica Alemã GIZ e da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário (Sead), do governo federal.  Na ocasião, houve um debate para definir quais localidades do Amapá poderão se tornar polos do projeto, que também é desenvolvido no Acre, Amazonas e Pará.

Após debate, o público - formado por membros de órgãos do governo estadual, extrativistas e agricultores - indicou as seguintes localidades: norte do Amapá (Oiapoque, Calçoene, Tartatugalzinho e Amapá); centro oeste (Ferreira Gomes, Porto Grande, Serra do Navio e Pedra Branca do Amapari) e o sul (Laranjal do Jari, Vitória do Jari e Mazagão).

Para chegar a essa definição foi necessário respeitar aos critérios de serem áreas que envolvam municípios com afinidades econômicas, sem conflitos agrários, com grande biodiversidade, entre outros. Baseados nisso, cada Estado indicou suas localidades. O próximo passo do projeto é escolher duas dessas áreas para se tornarem polos do projeto. Será escolhida uma região com mais de 30 mil habitantes e outra com mais de 100 mil. “Ainda assim, todos pequenos produtores de todos os Estados serão beneficiados”, explicou assessora técnica da GIZ, Tatiana Balzon.

Um dos participantes do evento foi o extrativista Pedro Ramos, 76 anos. Durante a maior parte de sua vida, Pedro atuou nas áreas da pesca e da coleta de açaí em Pedra Branca do Amapari. Em 1990 acompanhou a criação da Reserva Extrativista Rio Cajari, onde trabalhou com coleta de castanha-do-brasil. Atualmente, Ramos está aposentado e integra o Conselho Nacional de Populações Extrativistas (CNS), o Memorial Chico Mendes. “O extrativismo norteia minha vida. Acredito que ele ainda é promissor para a economia do Estado, mas precisamos nos preocupar com as questões ambientais”, diz.

O projeto

O Mercados Verdes e Consumo Sustentável começou a ser desenvolvido em 2017 e se estenderá até 2019, com recursos de 4,5 milhões de euros, provenientes do governo alemão. Nesse período, a ideia é implantar métodos que estimulem os agricultores familiares e as comunidades extrativistas a comercializarem seu produto de forma mais competitiva. Uma dessas ferramentas é o Selo de Agricultura Familiar, criado pela Sead e que identifica os produtos oriundos desse segmento econômico. “Além de identificar, o selo valoriza os itens e agrega valor a eles”, explicou Balzan.

Além disso, em cada Estado serão capacitados agentes do Assistência Técnica de Extensão Rural (Ater), um serviço público que realiza o acompanhamento atividades ligadas à agricultura familiar. No Amapá há três instituições habilitadas para realizar o serviço: a Agência de Pesca do Estado do Amapá (Pescap), o Instituto de Desenvolvimento Rural do Amapá (Rurap) e o Instituto Estadual de Florestas (IEF). Ambas atendem aproximadamente 15 mil famílias.

De acordo com o técnico do Instituto de Desenvolvimento Rural do Amapá, Daniel de Assis, a iniciativa fortalece políticas públicas já existentes no Estado, como o Programa de Escoamento da Produção Familiar, o Programa de Produção Integrada de Alimentos (PPI) e o Fundo de Desenvolvimento Rural do Amapá (Frap). “O governo do Estado, por meio dos serviços de Ater, acompanha e orienta os agricultores familiares, além de ouvir suas demandas. Nessa oficina, podemos visualizar uma questão primordial que é o incentivo aos mercados, algo que o Estado irá priorizar”, destacou.

Sustentabilidade

Tatiana Balzan explica que ao instituir políticas públicas de apoio às comunidades tradicionais, também se estimula o consumo sustentável, pois os pequenos produtores em geral já produzem alimentos orgânicos, livres de agrotóxicos. "Queremos que esses produtos cheguem às prateleiras do supermercados de forma competitiva e que possam competir com os demais produtos, assim o consumidor terá acesso a um produto orgânico, de qualidade, ao mesmo tempo em que valorizará a produção local", acrescentou. 

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