Governo debate projeto de lei que visa interligar Amapá, Pará e Roraima
Proposta é estender o traçado da BR-156 desde Laranjal do Jari (AP) até Alenquer (PA).
Governador Waldez Góes destacou a importância da interligação para o desenvolvimento dos três estados
O Palácio do Setentrião, sede central do governo amapaense, recebeu uma importante discussão sobre o projeto de lei que visa interligar três potências econômicas da Amazônia: Amapá, Pará e Roraima. O encontro ocorreu nesta segunda-feira, 16, e reuniu políticos, representantes da sociedade civil organizada, empresários e técnicos do governo.
O centro do debate foi a proposta que visa estabelecer novos traçados de rodovias federais nestas três unidades da Federação para interligá-las via terrestre. A primeira etapa do projeto de lei prevê o prolongamento da BR-156, a partir de Laranjal do Jari, município ao Sul do Amapá, até o “entroncamento” da BR-163, já nas imediações do município de Alenquer, no Pará.
A outra fase prevê estender a BR-210, desde a cidade de Caroebe, em Roraima, até a confluência com a BR-163, já no Estado do Pará, no município de Oriximiná, que é vizinho a Alenquer e tem ligações por estrada. Desta forma, os três estados estariam interligados via terrestre.
A proposta é de deputados federais dos três Estados que seriam interligados: Remídio Monai (RR), Lúcio Vale (PA) e Vinicius Gurgel (AP). Desde que o projeto foi protocolado na Câmara Federal, eles estão percorrendo as cidades e comunidades nos arredores do traçado planejado no projeto em busca de apoio político e da iniciativa privada para a aprovação da proposta, que ainda pode sofrer alterações até a sua votação.
“Há muitos anos defendemos a interligação da Amazônia, e hoje ela está ao nosso alcance. Com atuação conjunta dos três estados poderemos alcançar a federalização dessas estradas e garantir o prolongamento deste traçado e a unificação. Um salto para o fomento, desenvolvimento e crescimento da Amazônia como um todo”, explicou o deputado federal Remídio Monai, de Roraima.
O deputado Vinicius Gurgel destacou que a propositura está inserida no contexto do Arco Norte, mecanismo que visa alavancar as exportações no país. “Esse projeto tem potencial para trazer novos investimentos e oportunidades de negócios, que vão promover o desenvolvimento sustentável na região amazônica”, defendeu o parlamentar amapaense.
Para governador Waldez Góes essa é a melhor alternativa de interligação da Amazônia. “É de significativa importância para os estados do Amapá e do Pará, visto que, além da integração entre as Unidades da Federação, a região de influência da rodovia possui grande potencial para exploração econômica sustentável e para o turismo ecológico, atividades que seriam viabilizadas pela ligação rodoviária. Ganharíamos em todas as vertentes; era um sonho que agora podemos enxergar próximo da realidade”, compartilhou Góes.
A BR-210, também conhecida como Perimetral Norte, previa no seu projeto original a interligação dos estados do Amapá, Amazonas, Pará e Roraima. Este projeto começou a ser executado no auge do regime militar, na década de 70, quando os trechos de “início” e “fim” da BR-210 começaram a ser construídos no Amapá e em Roraima, respectivamente.
No Amapá, a Perimetral Norte parte da capital, Macapá, e, com quase 200 km de extensão, chega até as terras Indígenas Waiãpi, no município de Serra do Navio. No lado roraimense, a BR-210 possui atualmente 411,7 km asfaltados, saindo do rio Jatapu à Missão Catrimani e intercepta as federais BR-174 e BR-432.
O traçado planejado para a rodovia BR-210 cruzava diversos territórios indígenas. Esta foi a umas das maiores dificuldades para a execução das obras. Outra grande barreira que contribuiu para a União abandonar o projeto foi o custo astronômico para a conclusão dos 2 mil km da rodovia transversal, que poderia ultrapassar R$ 1 bilhão.
Por isso, a nova proposta deve interligar os estados a um custo menor, já que prevê uma extensão menor de pavimentação. Com as alterações propostas no projeto de lei, a BR-156 será estendida de Laranjal do Jari para Alenquer com grande parte do traçado coincidente com o da rodovia estadual PA-254, numa extensão de 382 km. Dessa forma, a BR-156 passaria a ter um total de 1.294 km, com o trajeto previsto desde Alenquer até a fronteira com a Guiana Francesa, em Oiapoque, no Norte do Amapá.
A expectativa é que o projeto de lei seja votado pelas comissões da Câmara dos Deputados até novembro, em seguida, segue para o Senado onde também deve ser votado pelas comissões até dezembro. Já o estudo de viabilidade econômica deve ser finalizado até o fim do ano.
Presenças
Também estavam presentes na solenidade os deputados federais Roberto Góes, Cabuçu Borges e Marcivânia Flexa; os deputados estaduais Jory Oeiras, Luciana Gurgel e Fabrício Furlan; além do prefeito de Mazagão, Dudão Costa; o superintendente regional da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Amapá, Kleberson Sampaio, entre outras autoridades.
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