Governo do Amapá capacita profissionais da Segurança Pública sobre vestígios em cenas de crimes

Participam da qualificação cerca de 50 profissionais, entre peritos criminais e técnicos

Com objetivo de capacitar e integrar cada vez mais a Segurança Pública do Amapá, o Governo do Estado realiza até sexta-feira, 8, um curso sobre análises criminais com base na avaliação de vestígios de sangue encontrados no ambiente onde ocorreu o crime. 

A capacitação inclui aulas teóricas e práticas para cerca de 50 profissionais das polícias Científica, Civil, Militar,  Federal e Rodoviária Federal. Também estão presentes servidores do Instituto de Administração Penitenciária do estado (Iapen), Defensoria Pública e Ministério Público do Amapá. 

O curso tem como foco a devida interpretação dos vestígios de sangue em cenas de crime. A análise é fundamental na obtenção de informações estratégicas para a perícia e para a investigação criminal, uma vez que os dados podem ajudar a elucidar a localização do fato, a dinâmica da ocorrência, a data da situação e até mesmo materialidade e a autoria do delito.

Dentro do cronograma do curso, está a encenação em dois tipos de ambientes de crime. Um deles é um quarto, como se fosse uma cena dentro de um local fechado, e o outro é um ambiente aberto, onde os participantes colocarão em prática os conhecimentos técnicos adquiridos.

"Os participantes são peritos criminais e técnicos que analisam cenas de crime. Reunimos neste curso, não só a Polícia Científica, mas também outras forças de segurança dando suporte para que possam ter conhecimento da importância de um local de crime e de um laudo pericial, trabalhando exatamente no isolamento correto e preservação desses locais, para que a leitura dos vestígios possa nos aproximar cada vez mais da verdade", explicou a diretora do Departamento de Criminalística da PCA, perita criminal Janaína Pereira. 

O ministrante do curso, o perito criminal Daniel Soares, que atua há 13 anos na função no estado de Mato Grosso, explica que dentro do serviço pericial, coletar e interpretar a disposição do material genético em questão, dentro de uma cena onde aconteceu uma morte violenta, por exemplo, é fundamental para a leitura de como a ocorrência tomou forma. 

Daí a importância do profissional ser extremamente qualificado, sendo capaz de observar a cena com um olhar diferenciado, com a missão, não de encontrar elementos que todos enxergam, mas sim, os vestígios subliminares deixados no ambiente pelo criminoso. 

"O perito é o profissional que deve saber fazer uma análise sistemática e detalhada de cada um dos vestígios presentes no local de crime. Então, aqui no curso vamos compreender esse vestígio tão importante que são as manchas de sangue aplicadas em um local de morte violenta, como que faremos a leitura, a interpretação, técnicas afinadas de coleta para buscar elementos que nos levam a materialidade e a possível autoria daquele fato delituoso", pontuou Soares.

Para o delegado Leonardo Leite, titular da Delegacia Especializada de Crimes Contra a Pessoa, poder conhecer técnicas e aprender um pouco sobre a dinâmica do trabalho minucioso dos peritos é de extrema relevância, principalmente por ele estar atuando em uma delegacia que trabalha diretamente com situações violentas no cotidiano.

"Poderemos dar uma qualidade melhor no nosso trabalho, a partir dessas interpretações que serão ministradas aqui no curso e, assim, dessa forma, daremos uma qualificação melhor para os nossos procedimentos e a conclusão deles, principalmente na delegacia onde estou atualmente, temos que ter essa conexão muito grande entre a Polícia Civil, que é o trabalho investigativo, e a Polícia Científica, com o próprio nome diz, que realiza o trabalho científico, que salvaguarda melhor nosso trabalho", frisou Leite.

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