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FÉ E DEVOÇÃO

‘Me transportam ao meu passado’, diz participante de homenagens no Festival de Iemanjá 2025, em Macapá

Mãe Socorro de Oxum expressou a emoção de reviver tradições iniciadas por sua genitora. Neste ano, o festival acontece em seis municípios do Amapá.

Por Karla Marques
03/02/2025 16h00
Mãe Socorro de Oxum, filha da saudosa Mãe Dulce Moreira

A orla do bairro Cidade Nova, em Macapá, se transformou em um grande altar a céu aberto neste domingo, 2, com a celebração do Festival de Iemanjá 2025. O evento reuniu centenas de fieis e simpatizantes para homenagear a Rainha do Mar, reforçando a resistência e a valorização das religiões de matriz africana no Amapá.

Entre os presentes, Mãe Socorro de Oxum expressou a emoção de reviver as tradições iniciadas por sua mãe, a saudosa Mãe Dulce Moreira, pioneira nas homenagens a Iemanjá no estado. O festival deste ano foi promovido pela Federação de Cultos Afro-religiosos de Umbanda e Mina Nagô (Fecarumina), com o incentivo do Governo do Estado.

"O festival me transporta para o passado, quando minha mãe organizava tudo com tanto amor e dedicação. Ver essa tradição continuar viva é uma grande alegria", declarou Mãe Socorro de Oxum.

Evento reuniu centenas de fieis e simpatizantes para homenagear a Rainha do Mar

Apoiada pela Secretaria de Cultura (Secult) e da Fundação Estadual de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Fundação Marabaixo), a iniciativa fortalece a cultura afro-amapaense e reafirma a luta contra a intolerância religiosa. 

O evento contou com a participação de diversos terreiros e lideranças religiosas, como Mãe Rosa, do Terreiro Tambor de Mina Cabocla Iracema, Malocão do Pedrão. Em sua segunda participação, ela destacou a emoção de estar mais envolvida na celebração.

Mãe Rosa participa pela segunda vez do Festival

"Sempre acompanhava de longe, mas no ano passado decidi me integrar mais. É uma honra poder prestar homenagens e receber as bênçãos de Iemanjá. Agradeço a todos que tornaram este momento possível", destacou Mãe Rosa.

Já a sacerdotisa Renata Santos, zeladora da Ciara Caboclo Pena Verde, ressaltou a importância da transmissão dos ensinamentos às novas gerações. 

"Venho todos os anos com minha família para homenagear minha mãe Iemanjá. Ensinar meus filhos sobre essa fé é essencial, pois ela nos acolhe, protege e guia", pontuou Renata.

Seguindo a tradição a sacerdotisa Renata Santos repassa os ensinamentos aos filhos

Oferendas e celebrações à Rainha do Mar

O momento mais aguardado da noite aconteceu às 21h, com o ritual das oferendas. Pequenos barcos enfeitados com flores, frutas, bebidas e perfumes foram lançados no Rio Amazonas, acompanhados de pedidos e agradecimentos. A atmosfera de devoção e emoção tomou conta dos participantes, que confiavam na generosidade de Iemanjá para atender suas preces.

Mãe Samila Rocha, da Ciara Santa Joana Darc

Para Mãe Samila Rocha, da Ciara Santa Joana Darc, repouso da Cabocla Mariana, a energia da celebração foi intensa.

"A chuva veio para limpar as energias e renovar nossa fé. A maresia de Iemanjá trará prosperidade, harmonia e paz para todos. Esse momento é único e carrega uma emoção indescritível", reforçou Mãe Samila.

O Festival de Iemanjá 2025 reafirmou não apenas a devoção à Rainha do Mar, mas também a força e a resistência das religiões de matriz africana no Amapá. Entre cânticos, danças e oferendas, a fé se manteve como elo entre passado, presente e futuro, mantendo viva uma tradição de luta e espiritualidade.

Entre cânticos, danças e oferendas, a fé se manteve como elo entre passado, presente e futuro

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ÁREA: Cultura