‘Me transportam ao meu passado’, diz participante de homenagens no Festival de Iemanjá 2025, em Macapá
Mãe Socorro de Oxum expressou a emoção de reviver tradições iniciadas por sua genitora. Neste ano, o festival acontece em seis municípios do Amapá.
A orla do bairro Cidade Nova, em Macapá, se transformou em um grande altar a céu aberto neste domingo, 2, com a celebração do Festival de Iemanjá 2025. O evento reuniu centenas de fieis e simpatizantes para homenagear a Rainha do Mar, reforçando a resistência e a valorização das religiões de matriz africana no Amapá.
Entre os presentes, Mãe Socorro de Oxum expressou a emoção de reviver as tradições iniciadas por sua mãe, a saudosa Mãe Dulce Moreira, pioneira nas homenagens a Iemanjá no estado. O festival deste ano foi promovido pela Federação de Cultos Afro-religiosos de Umbanda e Mina Nagô (Fecarumina), com o incentivo do Governo do Estado.
"O festival me transporta para o passado, quando minha mãe organizava tudo com tanto amor e dedicação. Ver essa tradição continuar viva é uma grande alegria", declarou Mãe Socorro de Oxum.
Apoiada pela Secretaria de Cultura (Secult) e da Fundação Estadual de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Fundação Marabaixo), a iniciativa fortalece a cultura afro-amapaense e reafirma a luta contra a intolerância religiosa.
O evento contou com a participação de diversos terreiros e lideranças religiosas, como Mãe Rosa, do Terreiro Tambor de Mina Cabocla Iracema, Malocão do Pedrão. Em sua segunda participação, ela destacou a emoção de estar mais envolvida na celebração.
"Sempre acompanhava de longe, mas no ano passado decidi me integrar mais. É uma honra poder prestar homenagens e receber as bênçãos de Iemanjá. Agradeço a todos que tornaram este momento possível", destacou Mãe Rosa.
Já a sacerdotisa Renata Santos, zeladora da Ciara Caboclo Pena Verde, ressaltou a importância da transmissão dos ensinamentos às novas gerações.
"Venho todos os anos com minha família para homenagear minha mãe Iemanjá. Ensinar meus filhos sobre essa fé é essencial, pois ela nos acolhe, protege e guia", pontuou Renata.
Oferendas e celebrações à Rainha do Mar
O momento mais aguardado da noite aconteceu às 21h, com o ritual das oferendas. Pequenos barcos enfeitados com flores, frutas, bebidas e perfumes foram lançados no Rio Amazonas, acompanhados de pedidos e agradecimentos. A atmosfera de devoção e emoção tomou conta dos participantes, que confiavam na generosidade de Iemanjá para atender suas preces.
Para Mãe Samila Rocha, da Ciara Santa Joana Darc, repouso da Cabocla Mariana, a energia da celebração foi intensa.
"A chuva veio para limpar as energias e renovar nossa fé. A maresia de Iemanjá trará prosperidade, harmonia e paz para todos. Esse momento é único e carrega uma emoção indescritível", reforçou Mãe Samila.
O Festival de Iemanjá 2025 reafirmou não apenas a devoção à Rainha do Mar, mas também a força e a resistência das religiões de matriz africana no Amapá. Entre cânticos, danças e oferendas, a fé se manteve como elo entre passado, presente e futuro, mantendo viva uma tradição de luta e espiritualidade.
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