Amapaenses brilham no clipe oficial da Estação Primeira de Mangueira, que homenageia Mestre Sacaca no Carnaval 2026
Com letra assinada pelo poeta Joãozinho Gomes, em parceria com compositores cariocas, o samba-enredo da verde e rosa ganha vida no clipe.
O verde e rosa da Mangueira atravessou o país, navegou pelo Rio Amazonas e se encontrou com as cores e os sons da Amazônia Negra. Numa transição que exalta a cultura do Amapá, a Estação Primeira de Mangueira lançou o clipe oficial do samba-enredo “O Mestre Sacaca – O Guardião da Amazônia Negra”, para o Carnaval 2026.
Disponível nas plataformas oficiais na internet desde a quinta-feira, 30, o vídeo é uma celebração à força cultural do Amapá e à sabedoria popular representada por um dos seus maiores símbolos: o mestre da cura e do conhecimento tradicional, Sacaca. Com letra assinada pelo poeta Joãozinho Gomes, em parceria com compositores cariocas, e voz marcante de Patrícia Bastos, o samba ganha vida em um videoclipe que mistura a cadência do samba com a alma do Norte.
A floresta amazônica mais preservada do Brasil abre os segundos iniciais ao som dos instrumentos de percussão, mesclando o rosto sorridente do Mestre Sacaca com imagens da bateria verde e rosa e do Marabaixo, a manifestação cultural afro-amapaense que mistura canto, dança e fé. O coro então anuncia a chegada da Mangueira ao Amapá, que logo emociona com a voz de Patrícia Bastos, simbolizando a união exaltada pelo enredo.
A força ancestral do Marabaixo também está presente com a presença de Elisia Congó, figura emblemática do movimento afro-amapaense, que balança a bandeira do Amapá no ar, no Centro de Cultura Negra Raimundinha Ramos, um dos espaços mais simbólicos da resistência e da identidade negra do Estado.
O Curiaú, berço da tradição quilombola amapaense, também ilustra do clipe, reforçando o elo entre o samba e a herança cultural do povo tucuju. As imagens, que mesclam paisagens urbanas e naturais, traduzem a essência amazônica: o açaí, fruto símbolo do Amapá; as canoas deslizando pelos rios; e o povo amapaense expressando, em gestos e sorrisos, o orgulho de suas raízes.
O resultado é um encontro poético entre o samba carioca e a Amazônia amapaense. Um tributo que transcende fronteiras e reafirma o poder da cultura popular de unir histórias, vozes e territórios sob o mesmo compasso.
Assista:
Samba-enredo 2026 – O Mestre Sacaca: O Guardião da Amazônia Negra
Compositores: Joãozinho Gomes, Pedro Terra, Tomaz Miranda, Paulo César Feital, Herval Neto e Igor Leal.
FINQUEI MINHA RAIZ
NO EXTREMO NORTE ONDE COMEÇA O MEU PAÍS
AS FOLHAS SECAS ME GUIARAM AO TURÉ
PINTADA EM VERDE-E-ROSA, JENIPAPO E URUCUM
ÁRVORE-MULHER, MANGUEIRA QUASE CENTENÁRIA
UMA NAÇÃO INCORPORADA
HERDEIRA QUILOMBOLA, DESCENDENTE PALIKUR
REGATEANDO O AMAZONAS NO TRANSE DO CAXIXI
CORRE ÁGUA, JORRA A VIDA
DO OIAPOQUE AO JARI
ÇAI ERÊ, BABALAÔ, MESTRE SACACA
TE INVOCO DO MEIO DO MUNDO PRA DENTRO DA MATA
SALVE O CURANDEIRO, DOUTOR DA FLORESTA
PRETO VELHO, SARAVÁ
MACERA FOLHA, CASCA E ERVA
ENGARRAFA A CURA, VEM ALUMIAR
DEFUMA FOLHA, CASCA E ERVA… SARAVÁ
NEGRO NA MARCAÇÃO DO MARABAIXO
FIRMA O CORPO NO COMPASSO
COM LADRÕES E LADAINHAS
QUE ECOAM DOS PORÕES
ERGO E CONSAGRO O MEU MANTO
ÀS BENÇÃOS DO ESPÍRITO SANTO
E SÃO JOSÉ DE MACAPÁ
SOU GIRA, BATUQUE E DANÇADEIRA (AREIA)
A MÃO DE COURO DO AMASSADOR
ENCANTARIA DE BENZEDEIRA
QUE A AMAZÔNIA NEGRA ETERNIZOU
YÁ, BENEDITA DE OLIVEIRA
MÃE DO MORRO DE MANGUEIRA
ABENÇOE O JEITO TUCUJU
A MAGIA DO MEU TAMBOR TE ENCANTOU NO JEQUITIBÁ
CHAMEI O POVO DAQUI, JUNTEI O POVO DE LÁ
NA ESTAÇÃO PRIMEIRA DO AMAPÁ
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