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Com delegação inédita de quilombolas e indígenas, Amapá leva protagonismo dos povos tradicionais da Amazônia Negra à COP30

Reunindo 20 quilombolas e 25 indígenas, o Amapá protagoniza uma participação histórica na COP30, levando ao maior evento climático do planeta a força cultural, social e ambiental dos povos que mantêm a floresta em pé.

Por Winicius Tavares
12/11/2025 16h55
Povos indígenas e quilombolas do Amapá destacam o papel das comunidades tradicionais na preservação da floresta e na construção de soluções climáticas

Pela primeira vez, o Amapá leva à COP30 uma delegação com representatividade de povos tradicionais. São 20 quilombolas e 25 indígenas que integram a equipe oficial do estado no maior evento sobre clima do mundo. A manhã desta quarta-feira, 12, foi marcada por manifestações culturais, com apresentações de marabaixo e turé - o canto da mandioca - no estande amapaense.

Apresentação de turé destaca a força e a tradição dos povos indígenas do Amapá na COP30
Marabaixo leva a cultura e a ancestralidade negra do Amapá à COP30

Também contou com uma roda de conversa sobre Justiça Climática, que abordou formas de preservar os saberes tradicionais aliados ao desenvolvimento social e à manutenção da floresta em pé. O diálogo reuniu o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, o presidente do Conselho de Caciques dos Povos Indígenas do Oiapoque, Edmilson dos Santos, além de representantes da sociedade civil organizada.

Roda de conversa sobre Justiça Climática reuniu o ministro Waldez Góes, lideranças indígenas e quilombolas para discutir saberes tradicionais e desenvolvimento sustentável

"Amapá chegou "negritando" e mostrando o porquê nós somos a Amazônia Negra. E se ela é negra, nessa COP, nós precisamos falar de justiça climática, debater essas mudanças climáticas a partir da sua realidade, porque são esses povos que mantém a floresta em pé e eles são o caminho para a solução dos problemas", falou a diretora-presidente da Fundação da Igualdade Racial, Josilana Santos.

Diretora-presidente da Fundação de Igualdade Racial, Josilana Santos

Daniel Ramos, de 30 anos, morador do Quilombo do Curiaú, cresceu envolvido com o marabaixo e o batuque, tradições que moldaram sua identidade e atuação no movimento negro. Ele compartilhou esse protagonismo, sendo porta-voz dos “ladrões” do marabaixo entoados no Amapá para o mundo.

"Tenho orgulho de vir falar das comunidades pretas, das comunidades quilombolas, da nossa maior e mais autêntica manifestação cultural, o Marabaixo do Estado do Amapá - hoje patrimônio imaterial do Brasil. Isso não tem preço, e é por isso que estamos aqui para falar na COP30”, afirmou Ramos.

Daniel Ramos, quilombola do Curiaú

Protagonismo na agenda climática

Na delegação, quatro povos indígenas do Amapá marcam presença no encontro: Karipuna, Galibi-Marworno, Kalinã e Palikur, representantes das regiões do Oiapoque e do Tumucumaque. Juntos, eles levam à COP30 suas experiências, saberes tradicionais e perspectivas sobre o papel dos povos originários na preservação da Amazônia e no enfrentamento das mudanças climáticas.

"Esse espaço reafirma o compromisso do governador Clécio Luís com a pauta indígena e ambiental, ao garantir a participação de representantes que poderão retornar aos seus territórios levando esse discurso, esse protagonismo e esse momento de diálogo e fortalecimento. É também uma oportunidade de projetar novos avanços para o meio ambiente e para o nosso Amapá”, destacou a secretária dos Povos Indígenas do Amapá e Norte do Pará, Sônia Jeanjacque.

Secretária dos Povos Indígenas do Amapá e Norte do Pará, Sônia Jeanjacque

Para Jaizinho Monteiro, do povo Galibi, o momento foi muito especial. Ele destacou que a delegação apresentou suas reivindicações e conhecimentos ancestrais relacionados à justiça climática, reforçando a importância de proteger os territórios indígenas, valorizar as tradições e fortalecer o protagonismo dos povos da floresta nas discussões globais sobre o clima.

"Falamos sobre nossos territórios, o que nos afeta, o que nos ajuda e o que precisamos para proteger nossas terras diante das mudanças do clima. A população da floresta e das águas tem um papel muito importante. Juntos, podemos fortalecer, contribuir e mostrar ao mundo que somos a voz e o resultado da mudança climática”, afirmou Monteiro.

Jaizinho Monteiro, indígena Galibi

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