3º Encontro de Prematuros marca encerramento da Semana da Prematuridade pela programação da campanha Novembro Roxo
Promovido pelo Governo do Amapá e organizado pelo Hospital Maternidade Mãe Luzia, o evento reuniu dezenas de famílias para celebrar a vida e renovar a esperança.
O sábado, 22, foi de reencontros emocionantes, superação e memórias resgatadas no 3º Encontro de Prematuros, que marcou o encerramento da Semana da Prematuridade, dentro da programação do Novembro Roxo, promovida pelo Governo do Amapá. Organizado pelas equipes do Hospital da Mulher Maternidade Mãe Luzia (HMML), o evento reuniu dezenas de famílias que carregam consigo histórias de força, cuidado e afeto — todas unidas pelo mesmo sentimento: a vitória da vida.
Entre abraços, brincadeiras e relatos sinceros, mães e pais vivenciaram um momento de celebração e acolhimento. Para muitos, a maternidade e a paternidade começaram cercadas de incertezas e desafios, quando o nascimento aconteceu antes do esperado. No encontro, esses capítulos ganharam novos significados, agora marcados pela esperança e pelo reconhecimento ao trabalho de quem cuida.
A coordenadora do Método Canguru da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Andreia Torres, destacou que o encontro simboliza a resposta concreta ao esforço diário das equipes.
“Esse é o momento em que celebramos a qualificação do nosso trabalho. É a resposta pela dedicação de todos os setores do Hospital da Mulher. Hoje, a gente celebra a vida dessas crianças que correram risco, inclusive prematuros extremos, e que agora vemos correndo, brincando. É lindo ver esse resultado”, avalia.
Segundo ela, reencontrar essas famílias confirma a importância da assistência humanizada, preconizada pela gestão estadual.
“Esse encontro representa também a melhora e o crescimento na assistência e no acolhimento. É um dos momentos mais importantes do Novembro Roxo, porque mostra que todo investimento do Governo do Amapá em qualificação traz resultados positivos e um futuro mais brilhante para nossos bebês”, destaca a coordenadora.
Confira as fotos do evento ao fim do texto.
Aflição dando lugar ao orgulho
A madrugada em que Ana Carolina Souza ouviu dos médicos que a filha precisaria nascer antes do tempo continua nítida na memória. Hoje, porém, a aflição deu lugar ao orgulho. Mãe da pequena Maria Valentina, de 3 anos e 8 meses, ela relembra que a gestação foi marcada pela hipertensão e por dias de incerteza.
Valentina veio ao mundo com 33 semanas (cerca de oito meses), pesando apenas 780 gramas, pequena, delicada e com uma deficiência física na mão direita, descoberta apenas após o parto. Para a mãe, tanta angústia foi difícil de administrar.
“Na primeira semana eu nem consegui ver ela. Minha pressão seguia alta e meu emocional estava abalado. Eu tinha medo do que viria pela frente”, relembra.
A bebê permaneceu na UTI neonatal até ganhar condições de ir para o berçário e, depois, para casa. Ana Carolina conta que o suporte psicológico oferecido no HMML foi essencial.
“As psicólogas me ajudaram muito. Eu tinha medo de cuidar dela sozinha. A gente leva um tempo para entender que consegue, que é capaz”, ressalta.
O retorno para casa trouxe novas adaptações. Medo de gripes, noites sem dormir e uma vigilância constante fizeram parte da rotina, especialmente porque a filha tinha imunidade baixa.
“Eu ficava com receio por qualquer espirro. Mas, com o tempo, fui me adaptando. Hoje ela é ativa, brinca, se desenvolveu bem. Ela venceu cada etapa”, celebra.
Ana Carolina também viveu o Método Canguru, experiência que descreve como fundamental para fortalecer o vínculo e ajudar na evolução da filha.
Um evento para celebrar a vida
O encontro do sábado, realizado em um espaço lúdico na Zona Sul de Macapá, transformou memórias difíceis em motivos de comemoração. Crianças de várias idades correram, brincaram e posaram para fotos, enquanto os pais reencontravam profissionais que marcaram o início de suas histórias.
A prematuridade — quando o bebê nasce antes das 37 semanas — abala emocional e fisicamente toda a família. As necessidades de cuidados especiais, as internações prolongadas e o medo do desconhecido fazem parte de um percurso que exige suporte, informação e acompanhamento qualificado.
“Ver hoje tantas crianças ativas, sorrindo e crescendo com saúde é o ‘final feliz’ possível para quem enfrentou momentos desafiadores na UTI neonatal”, considera Andrea Torres.
Com relatos sinceros e olhares de gratidão, o 3º Encontro de Prematuros reafirmou a importância da assistência humanizada e do compromisso do Governo do Amapá e dos profissionais da saúde da criança com cada vida que começa antes do tempo, mas que encontra, no cuidado, o tempo certo para florescer.
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